Comentário Semanal – 24/09 a 28/09

Comentário Semanal - 24/09 a 28/09

Rodolfo Cirne Amstalden

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A semana de 24 a 28 de setembro foi marcada por recordes consecutivos de valorização do Ibovespa e queda do dólar. Diante da divulgação de uma série de referências, investidores avaliaram que a economia norte-americana está livre das conjunturas mais pessimistas.

O PIB (Produto Interno Bruto) anualizado dos EUA com base no segundo trimestre cresceu 3,8%, bastante próximo ao consenso. A renda e os gastos pessoais parecem resistentes ao impacto da crise. E o núcleo do PCE, medida de preços acompanhada pelo Fed, marcou inflação de 0,1% em agosto, também sem maiores surpresas.

A exceção ficou por conta da confiança do consumidor, cujos 100 pontos dividem a percepção entre pessimismo e otimismo. Marcando 99,8 pontos em setembro, o indicador ficou aquém das projeções, atingindo seu menor nível desde 1995.

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Nova flexibilização?
Enquanto os dados positivos aliviaram os temores de recessão nos EUA, os números abaixo do esperado ajudaram a reforçar a tese de novos cortes na Fed Funds Rate, aguardados para as próximas reuniões do Banco Central norte-americano.

Foi essa a interpretação derivada a partir das quedas nos pedidos e entregas de bens duráveis e da fraca atividade verificada no setor imobiliário norte-americano, com vendas de casas em declínio.

No Brasil
Dentro da agenda nacional, chamaram atenção as informações sobre controle de preços. Divulgado na quinta-feira, o IGP-M de setembro marcou inflação de 1,29%, acima do 0,98% apurado em agosto.

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Em complemento, as novas projeções oficiais dadas pelo Relatório Trimestral de Inflação, organizado pelo Banco Central, reforçam as preocupações em relação aos preços de alimentos e a alguns setores com iminente excesso de demanda.

Bolsa
Marcando valorizações consecutivas, barradas apenas por uma realização na sexta-feira, o Ibovespa fechou a semana acumulando forte alta de 4,61%, cotado a 60.465 pontos. Um novo recorde, de 61.052 pontos, fora alcançado na quinta-feira.

Liderando os ganhos dentro do Ibovespa, os papéis ordinários da Cyrela Realty subiram 13,59%, em uma semana favorável para empresas de construção civil. Analistas interpretam que o setor vem se recuperando após a forte penalização recente.

Por outro lado, as ações ordinárias da Telemar caíram 4,70%, diante de dúvidas sobre o sucesso da oferta pública de ações preferenciais da Tele Norte Leste Participações.

Dentre os papéis mais líquidos, os preferenciais classe A da Vale do Rio Doce registraram elevação de 10,48% e os preferenciais da Petrobras subiram 1,20%. Ambos foram beneficiados por projeções de melhores preços para as commodities, sobretudo minério de ferro e petróleo.

Renda fixa
No mercado de renda fixa, os juros futuros mostraram rendimento decrescente, com investidores avaliando os cenários de queda dos juros externo e interno. O contrato com vencimento em janeiro de 2010, líder em liquidez no período, apontou taxa de 11,33%, redução de 0,03 ponto percentual em base semanal.

Quanto aos títulos da dívida externa brasileira, o Global 40 fechou cotado a 133,90% de seu valor de face, com alta de 0,34% entre as semanas. Já o risco-país, calculado pelo conglomerado norte-americano JP Morgan, encerrou a semana com alta de 7 pontos, a 177 pontos-base.

Câmbio
Definindo seu menor nível desde setembro de 2000, o dólar comercial fechou a última sessão da semana cotado a R$ 1,8340, com forte desvalorização acumulada de 1,87%.

O Banco Central realizou leilão de swap cambial reverso para rolar contratos com vencimento em outubro.