Comentário Semanal – 17/09 a 21/09

Comentário Semanal - 17/09 a 21/09

Rodolfo Cirne Amstalden

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A semana de 17 a 21 de setembro ficou caracterizada pela principal amostra de recuperação desde o ápice das turbulências trazidas pelas hipotecas de alto risco nos EUA. E o grande responsável por isso foi o Federal Reserve.

Na terça-feira, o Banco Central dos EUA reduziu a Fed Funds Rate em 50 pontos-base, para 4,75% ao ano. Iniciativa que surpreendeu a maior parte dos investidores, já que o consenso indicava uma queda de 25 pontos-base. Em complemento, o Fed também cortou em 50 pontos-base a taxa de redesconto.

A flexibilização monetária anunciada trouxe bastante otimismo aos mercados internacionais. Bolsas subiram, o dólar se desvalorizou frente às principais moedas e indicadores de aversão ao risco recuaram significativamente.

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Inflação, resultados e petróleo
Os dados de inflação divulgados nos EUA durante a semana corroboraram a percepção de que o Fed poderia cortar o juro sem suscitar maiores riscos para a economia. Tanto o índice de preços ao produtor quanto o índice de preços ao consumidor registraram controle.

Em complemento, as bolsas norte-americanas experimentaram volatilidade, dada a divulgação de alguns importantes resultados corporativos, mas o saldo foi positivo. Instituições financeiras começaram a revelar prejuízos com o subprime, enquanto outras empresas afirmaram relativa resistência à crise.

O petróleo voltou a incomodar a estabilidade global, com o barril cotado acima dos US$ 80 em Nova York. A decisão do Fed reforçou as perspectivas de forte demanda por combustíveis. Além disso, estoques em queda nos EUA e tempestades mirando o Golfo do México influenciaram as cotações.

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No Brasil
No início da semana, o relatório Focus apontou projeções menores para o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro em 2007. Já as perspectivas para o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) foram revisadas para cima.

No entanto, o IPCA-15 (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15), publicado na sexta-feira, registrou preços subindo apenas 0,29% em setembro, contrariando previsões de aceleração inflacionária.

Bolsa
Movido pelo auxílio do Federal Reserve, o Ibovespa fechou a semana acumulando forte valorização de 5,72%, cotado a 57.799 pontos. Com isso, o índice está novamente próximo ao recorde de 58.125 pontos.

Liderando os ganhos dentro do Ibovespa, os papéis ordinários da Natura subiram 16,56%, impulsionados por rumores de que a Avon estaria interessada em adquirir sua principal concorrente no Brasil.

Por outro lado, as ações preferenciais classe B da Copel caíram 7,34%. A intenção manifestada pela empresa de participar de concorrências por rodovias federais foi interpretada como um passo fora do foco em eletricidade.

Dentre os papéis mais líquidos, os preferenciais classe A da Vale do Rio Doce registraram elevação de 8,37% e os preferenciais da Petrobras subiram 7,73%. Ambos foram beneficiados por projeções de crescimento na demanda por commodities.

Renda fixa
No mercado de renda fixa, os juros futuros mostraram rendimento decrescente, com investidores repercutindo a flexibilização monetária nos EUA. O contrato com vencimento em janeiro de 2009, líder em liquidez no período, apontou taxa de 11,23%, redução de 0,29 ponto percentual em base semanal.

Quanto aos títulos da dívida externa brasileira, o Global 40 fechou cotado a 133,45% de seu valor de face, com queda de 0,86% entre as semanas. Já o risco-país, calculado pelo conglomerado norte-americano JP Morgan, encerrou a semana com baixa de 28 pontos, a 170 pontos-base.

Câmbio
O dólar comercial fechou a última sessão da semana cotado a R$ 1,8690, com forte desvalorização acumulada de 1,68%. A divisa norte-americana retoma patamares observados antes da crise, com os fundamentos econômicos novamente em primeira instância.