Vale destoa de alta do minério e cai; Petrobras despenca 8,5% e puxa estatais

Confira os destaques da B3 na sessão desta sexta-feira 

Lara Rizério

Abastecendo o carro

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SÃO PAULO – Se dependesse do exterior, tudo apontaria para uma sessão bastante positiva nesta sexta-feira para o Ibovespa. Contudo, os ruídos políticos sobre a Reforma da Previdência e o recuo da Petrobras no reajuste do diesel a pedido do presidente Jair Bolsonaro impactaram o mercado brasileiro nesta sessão.

Os temores de maior intervenção governamental, inclusive, chegaram a afetar outras estatais. Contudo, os ativos de papéis como Banco do Brasil (BBAS3) e Eletrobras (ELET3;ELET6) amenizaram as perdas durante a sessão.  

Neste cenário de tensão, nem os dados da balança comercial da China e a alta do minério impulsionaram a Vale (VALE3). Fora do Ibovespa, a Gafisa chegou a subir 5,8% após a notícia de que Nelson Tanure quer investir US$ 50 milhões na construtora, mas não sustentou os ganhos. Confira os destaques :

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Petrobras (PETR3;PETR4)

As ações da Petrobras caím até 9% nesta sessão. Os investidores acompanharam com preocupação hoje o recuo da petroleira no reajuste do preço do diesel, anunciado ontem, de 5,7%, que foi suspenso a pedido do Palácio do Planalto.

Ao ser informado do reajuste, Bolsonaro ligou para o presidente da estatal, Roberto Castello Branco, e pediu para segurar o aumento. Um reajuste neste momento, na avaliação do governo, poderia ter um grande impacto na economia.

Bolsonaro disse que se surpreendeu com o reajuste de 5,74% e convocou todos da empresa para esclarecer o reajuste. Ele afirmou que a Petrobras terá que convencê-lo do reajuste se a inflação projetada é inferior a 5%. “Se me convencerem (Petrobras), tudo bem; se não, daremos resposta adequada a vocês”. 

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O presidente ainda afirmou ter convocado funcionários da petroleira para conversar na próxima terça-feira de forma a esclarecer a política de preços adotadas.

Este seria o primeiro aumento desde que anunciou sua nova política de preços ao diesel, que assegura um intervalo mínimo de 15 dias entre os reajustes. Com isso, os ADRs da companhia caem cerca de 4% no pré-market da NYSE. 

A petroleira ainda confirmou hoje cedo que analisa a venda de uma fatia detida na BR Distribuidora, em resposta a ofício da CVM, que questionou o tema. Segundo a petroleira, contudo, não há deliberação acerca da quantidade de participação a ser vendida, nem da efetiva negociação.

Vale (VALE3)

A Vale não conseguiu sustentar os ganhos da manhã, impulsionados pelo minério de ferro, que subiu acima de US$ 94 em Cingapura após dados chineses de crédito e exportações.

Enquanto isso, divulgados mais cedo, os dados da balança apontaram exportações com alta de 14,2% em março, acima dos 6,5% esperados, mostrando retomada do comércio exterior após o feriado de Ano Novo, enquanto as importações caíram 7,6%, ante estimativa de alta 0,2%.

No radar da companhia, a Justiça do Pará determinou o bloqueio de R$ 185 milhões das empresas Biopalma da Amazônia, uma subsidiária da Vale, e outras empresas, por conta da queda de uma ponte no rio Mojú, no último sábado, informou o Valor Econômico.

Segundo a liminar, a Biopalma “não possuía não possuía licença específica para emitir nota fiscal, mas mesmo assim vendeu cerca de 1.800 toneladas do subproduto ‘bucha de dendê’”. A Justiça pede ainda que as empresas forneçam os meios necessários para o restabelecimento do tráfego na região, o que inclui a apresentação de um plano para conclusão das obras, com um prazo máximo de 45 dias.

Energias do Brasil (ENBR3)

Segundo informações do Valor Econômico, como parte de sua oferta pela EDP-Energias de Portugal, China Three Gorges está considerando investir em alguns ativos brasileiros da EDP ou formar uma joint venture no
país, segundo pessoas com conhecimento sobre o assunto que
pediram para não ser identificadas porque as informações não são
públicas. A EDP é controladora da Energias do Brasil.

A China Three Gorges está planejando reduzir sua oferta de 9,1 
bilhões de euros pela EDP, e está avaliando opções menos ambiciosas
que excluem os ativos norte-americanos da empresa, que são os
mais prováveis de causar resistência de autoridades reguladoras,
de acordo com as pessoas. Os representantes da Three Gorges e da EDP não quiseram comentar.

B2W (BTOW3) e Magazine Luiza (MGLU3)

A compra da Netshoes, seja pela B2W ou Magazine Luiza, poderá custar cerca de US$ 107 milhões às companhias, de acordo com relatório da XP Investimentos. Segundo o Valor Econômico, apesar do interesse, as empresas não estão dispostas a pagar qualquer preço pelas operações da Netshoes, que enfrenta uma série de dificuldades, como vendas em queda, alto consumo de caixa e divergência entre sócios.

Itaúsa (ITSA4) e Ultrapar (UGPA3)

A Itaúsa e a Ultrapar se organizam para fazer uma proposta pela Liquigás, informa o Estadão. Para a compra da divisão de gás de cozinha da Petrobras, o Grupo Ultra poderia comprar apenas os ativos em regiões nas quais não tem presença para evitar possível veto do Cade. Já a Itausa, que ficou no páreo pela TAG, poderia se unir a Copagaz para fazer uma proposta conjunta.

Light (LIGT3)

A Light vai passar a adotar a tecnologia digital para resolver os problemas com perdas de energia. Segundo o Valor, a intenção é aplicar novas ferramentas a partir de dados de perfil de consumidor para identificar com mais precisão os locais onde ocorrem os furtos, fraudes de energia e áreas onde haverá inspeção mais rotineira.

Klabin (KLBN11)

A Klabin e o BNDESPar iniciaram um diálogo para a formação de um novo conselho de administração. Segundo o Valor Econômico, será a primeira vez em que a companhia contará com um board com quatro membros independentes. A expectativa é de que se chegue a um acordo para o encerramento de um contrato de royalties de R$ 702 milhões pagos aos controladores.

Gafisa (GFSA3)

A Gafisa terá dois aumentos de capital, que devem somar R$ 380 milhões (US$ 100 milhões), segundo jornal Valor Econômico. O total corresponde a cerca de 43% da dívida bruta da companhia ao final de 2018. O investidor Nelson Tanure negocia entrada no capital da empresa e poderia alocar até US$ 50 milhões, diz a Bloomberg.

Multiplan (MULT3)

A administradora de shopping centers Multiplan informou ontem que fechou acordo para adquirir os 20% restantes que não detinha no BH Shopping, na capital mineira, por R$ 360 milhões. Dos R$ 360 milhões, R$ 330 milhões foram pagos na formalização do negócio e o restante será quitado em até 12 meses. A fatia adicional estava na mão do sócio da Multiplan desde 1982.

Linx (LINX3)

O Itau BBA elevou a recomendação da Linx para “outperform” com preço-alvo de R$ 45.

Tenda (TEND3)

A Tenda registrou vendas líquidas de R$ 406,9 milhões no primeiro trimestre deste ano, representando uma queda de 4,1% ante igual intervalo do ano passado. A empresa destacou que o resultado foi positivamente impactado pela retração dos distratos sobre as vendas brutas. A construtora lançou dez empreendimentos no período.

RNI (RDNI3)

A RNI registrou vendas líquidas de R$ 80 milhões no primeiro trimestre deste ano, uma alta de 25% sobre o mesmo intervalo do ano passado. A empresa informou que o resultado foi o melhor para um período sem lançamentos desde o segundo trimestre de 2015.

CCR (CCRO3)

A CCR informou que foi divulgada a homologação do acordo de leniência celebrado entre sua controlada RodoNorte e o Ministério Público Federal no Paraná. A empresa havia informado em março o fechamento de um acordo no montante de R$ 750 milhões.

Taesa (TAEE11)

A Taesa comunicou que o Instituto Ambiental do Paraná emitiu uma licença prévia de instalação da interligação elétrica de Ivaí.

(Agência Estado e Bloomberg)

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.