Ibovespa Futuro tem leve alta de olho em Bolsonaro e exterior após turbulência com Guedes na véspera

Guedes foi bombardeado pela oposição sob o silêncio do chamado Centrão, o que ainda gera ecos de cautela na sessão de hoje

Ricardo Bomfim

(Shutterstock)

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São Paulo – O Ibovespa Futuro tem leve alta nesta quinta-feira (4) de olho no encontro do presidente norte-americano Donald Trump com o vice-primeiro-ministro da China, Liu He para negociações comerciais, e na reunião do presidente Jair Bolsonaro com líderes partidários. No cenário doméstico, ontem pesou negativamente a audiência do ministro da Economia, Paulo Guedes, na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC) da Câmara dos Deputados. Guedes foi bombardeado pela oposição sob o silêncio do chamado Centrão, o que ainda gera ecos na sessão de hoje. 

Às 9h23 (horário de Brasília) o contrato futuro do índice com vencimento para abril tinha leve alta de 0,08% a 95.075 pontos. Já o contrato do dólar para maio tem variação negativa de 0,04% a R$ 3,874. Os juros futuros zeram perdas, com o DI para janeiro de 2021 estável a 7,09%, enquanto o DI para janeiro de 2023 tem queda de dois pontos-base a 8,22%.

Ontem, audiência da CCJC, que já era tensa, terminou em confusão após bate-boca do ministro com os parlamentares da oposição, que deixaram claro a resistência do Parlamento em relação a introdução do regime de capitalização e às mudanças no benefício assistencial a idosos miseráveis (BPC). O que chamou a atenção do mercado, porém, foi o pouco apoio de deputados aliados ao governo em defesa das propostas de Guedes. Hoje, a mesma comissão deverá receber o secretário especial adjunto de Previdência e Trabalho, Bruno Bianco. 

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Em relação ao andamento da reforma, a expectativa passa a ser a agenda de encontros do presidente Jair Bolsonaro ao longo do dia em Brasília. Segundo a agenda do presidente, há reuniões marcadas, a partir das 8h30, com líderes do PRB, PSD, PSDB, PP e DEM. A expectativa é fechar um bloco com nove a dez partidos. Ontem, o vice-presidente, Hamilton Mourão, sinalizou de que o governo poderá ofertar cargos aos aliados. Já o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, afirmou que vai se encontrar com Bolsonaro, mas que o presidente precisa construir uma agenda com os parlamentares indecisos.

Ainda no Congresso, o Senado aprovou ontem a PEC do Orçamento Impositivo, que, por ter sido alterada, precisará retornar à Câmara. Cabe destacar que a dupla aprovação por parte do Congresso Nacional da limitação das ação do governo sobre o orçamento foi encarada pelo mercado como uma derrota para Bolsonaro.

Bolsas Internacionais

Na Ásia, as bolsas fecharam em alta na China e no Japão, sob a expectativa de conclusão das negociações de um acordo comercial entre os norte-americanos e os chineses. É aguardada para hoje uma reunião na Casa Branca entre o presidente dos EUA, Donald Trump, e o vice-primeiro-ministro chinês, Liu He. Segundo assessores de Trump, Pequim teria reconhecido que os EUA tem queixas legítimas sobre roubo de propriedade intelectual, transferência de tecnologia e ataques cibernéticos.

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Na Europa, as bolsas operam em queda, também de olho nos desdobramentos do impasse nas negociações entre o Parlamento e o Governo britânico. Ontem, foi aprovada, com uma margem mínima, uma lei que obriga a premiê Theresa May a buscar, até dia 12 de abril, um adiamento do Brexit, evitando uma saída conturbada do Reino Unido da União Europeia (UE) no dia 12 de abril. A extensão porém precisará ser aprovada por um conselho da UE, que se reunirá em 10 de abril. Principal economia do bloco europeu, a Alemanha registrou uma queda de 4,2% das encomendas à indústria em fevereiro ante janeiro, contribuindo para os receios de uma de desaceleração econômica.

Entre as commodities, após alguns saltos dos últimos dias, o preço futuro do minério de ferro fechou em leve alta, mas renovando as máximas em quase um ano. O petróleo que chegou a operar em baixa, por conta do noticiários relativos aos estoques mais elevados do que o previsto do produto, passou a operar perto da estabilidade, com leve alta.

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Noticiário corporativo

O jornal Valor Econômico destaca a alteração proposta pela Petrobras para que seja transferida para o conselho de administração da companhia e não mais à assembleia de acionistas decisões sobre a venda de subsidiárias integrais. Segundo a publicação, o objetivo é reduzir custos e desburocratizar os processos de desinvestimentos. A alteração no estatuto deverá ser votada em assembleia dia 25 de abril.

Em recuperação judicial, a gestora norte-americana Elliot, credora de mais de US$ 500 milhões, tomou as rédeas da Avianca, convencendo os executivos da companhia a fechar um novo modelo de venda do ativo, com a entrada da Latam e da Gol na disputa, que se juntam a Azul na tentativa de compra da companhia aérea. A intenção é ampliar a concorrência, ao estabelecer a criação de sete unidades produtivas isoladas, que irão a leilão por um preço mínimo de US$ 70 milhões, destacou o Valor Econômico.

A Embraer e a sueca Saab estão em conversas com potenciais clientes para a venda do caça Gripen brasileiro, projeto de aeronave desenvolvido pelas duas companhias. Segundo o Estado de S. Paulo, até 2021, a Força Aérea Brasileira receberá o primeiro dos 28 caças já encomendados e a partir de 2024 começam a ser entregues os caças produzidos no Brasil.

A BRF suspendeu os abates de frangos da unidade de Carambeí, no Paraná, por até cinco meses, a partir de 27 de maio. A decisão é pontual e leva em consideração a necessidade de ajustes nos estoques, informou o Estado de S. Paulo.

A Linx está avaliando a captação de recursos na Nasdaq, numa operação que poderia levantar entre US$ 250 milhões e US$ 300 milhões, informou o Estado de S. Paulo.

A Multiplan assinou um acordo de investimentos em que passará a deter 18,7% da empresa Delivery Center Holding, por meio da outorga de centrais de entregas nos 18 shoppings administrados pela companhia, junto com um aporte de R$ 12 milhões.

O conselho de administração da Light aprovou a emissão de debêntures no valor de até R$ 750 milhões.

Ricardo Bomfim

Repórter do InfoMoney, faz a cobertura do mercado de ações nacional e internacional, economia e investimentos.