Petrobras cai 2,6% com petróleo; Vale e siderúrgicas sobem com minério e mais destaques

Confira os destaques da B3 na sessão desta quarta-feira 

Lara Rizério

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SÃO PAULO – O Ibovespa chegou a esboçar uma alta, mas não conseguiu sustentar os ganhos diante da tensão dos investidores com a ida do ministro da Economia, Paulo Guedes, na CCJ (Comissão de Constituição de Justiça) da Câmara.

Entre as ações, destaque para a Vale e siderúrgicas, que conseguiram fechar em alta em meio à alta do minério de ferro e com os dados fortes da China. Enquanto isso, a Petrobras virou para queda de olho nas notícias sobre um entendimento sobre a cessão onerosa, além da queda do petróleo.

Já a Sabesp voltou a subir após a forte queda, superior a 4%, da véspera. Henrique Meirelles afirmou que a privatização da Sabesp pode ocorrer ainda em 2019. No início da semana, ele disse que era muito provável que isso acontecesse em 2019. Confira os destaques:

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Petrobras (PETR3;PETR4)

As ações foram pressionadas pelos preços do petróleo, que caíram após os estoques dos Estados Unidos mostrarem forte aumento, indo contra a expectativa dos analistas. O barril do WTI recuou 0,19%, a US$ 62,46, enquanto o Brent caiu 0,09%, a US$ 69,31.

O Departamento de Energia informou que os estoques de petróleo avançaram 7,328 milhões de barris na última semana nos Estados Unidos, ante previsão de queda de 500 mil barris dos analistas ouvidos pelo Wall Street Journal. Os estoques de gasolina recuaram 1,781 milhão de barris, ante expectativa de baixa de 2 milhões de barris.

Ainda no noticiário da empresa, segundo o Valor, o governo chegou a um entendimento com a Petrobras sobre a revisão do contrato da cessão onerosa e deve apresentar os termos ao Tribunal de Contas da União (TCU) nesta semana.

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De acordo com a publicação, o governo conseguiu baixar o preço a ser pago à Petrobras pela revisão do contrato – o montante agora se aproxima de US$ 10 bilhões, ante projeção anterior de US$ 14 bilhões. O entendimento formal ainda precisaria passar por outras etapas, como a aprovação pelo conselho de administração da Petrobras. 

Além disso, informa o Estadão, três grupos apresentaram nessa terça-feira, 2, novas propostas para comprar 90% da Transportadora Associada de Gás (TAG), da Petrobras. Além da franco belga Engie, que teve exclusividade para negociar os termos do contrato com a Petrobrás, o fundo Mubadala e um consórcio capitaneado pela Itaúsa voltaram para a disputa. O resultado deve sair entre esta quarta e sexta-feira.

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Pelas regras definidas pelo Tribunal de Contas da União (TCU), a venda de ativos da Petroleira – que foi assessorada pelo banco Santander – tem de obedecer duas etapas. Na primeira, a estatal escolheu a melhor proposta, que foi da Engie, com quem negociou o contrato. Após essa fase, a Petrobrás tem de abrir o processo para os concorrentes que fizeram propostas menores.

Entre a primeira e a segunda fase do processo, a formatação dos consórcios mudaram. A Engie se associou ao fundo canadense Caisse de Depot e Placement du Quebec (CDPQ) e a Itaúsa com outro canadense: o Canada Pension Plan Investment Board (CPPIB). Na primeira fase, o grupo da família Setúbal estava com o banco australiano Macquarie.

O valor do negócio está em torno de US$ 8 bilhões e US$ 9 bilhões (R$ 30 bilhões e R$ 34 bilhões, pela cotação de ontem). A venda da TAG é considerada estratégica para a estatal, que está em processo de desinvestimento. Quando concretizada, a transação será a maior já realizada pela empresa.

A TAG detém uma rede de gasodutos de cerca de 4,5 mil quilômetros de extensão, nas regiões Norte e Nordeste.

Em junho do ano passado, depois de a Petrobrás escolher a Engie para ter exclusividade nas negociações, uma liminar suspendeu o processo. As conversas foram retomadas em janeiro, quando o Superior Tribunal de Justiça (STJ) cassou a decisão. Engie, Itaúsa, CPPIB, CDPQ, Mubadala e Petrobras não quiseram falar do assunto.

Vale (VALE3) e siderúrgicas

A ANM (Agência Nacional de Mineração) informou que interditou 56 de barragens e diques em todo o Brasil por problemas de estabilidade.

Do total, 39 foram interditadas por falta de documentação e 17 porque as informações encaminhadas à agência reguladora pelas empresas apontaram falta de estabilidade nos empreendimentos.

A decisão foi tomada na noite de segunda-feira. Vinte das barragens de resíduos são de propriedade da Vale. Em meio à essa restrição, o preço do minério de ferro teve expressiva alta nesta quarta, com ganhos superiores a 5%, o que sustentou a alta das ações da mineradora e de siderúrgicas como CSN (CSNA3), Usiminas (USIM5) e Gerdau (GGBR4). 

“A alta dos preços dos preços do minério de ferro deverá trazer impacto positivo para as ações no curtíssimo prazo. Uma redução na oferta do minério de ferro, uma vez que a Vale responde por 30% da produção mundial, ocasiona aumento nos preços de minério de ferro, que acumula alta de 14% na semana e quase 30 por cento em 2019”, avalia a equipe da Levante Investimentos. 

Cabe ressaltar que a mineradora ainda enfrenta dificuldades para encaminhar a órgãos técnicos projetos de descaracterização de oito estruturas a montante, como a que se rompeu em Brumadinho no início do ano. Ao menos seis empresas recusaram o convite da empresa para auditar barragens, que precisa encaminhar os pareceres à ANM e à Secretaria de Meio Ambiente de Minas Gerais.

Banco do Brasil (BBAS3)

Apesar de chegar a subir, as ações do banco não conseguiram fechar em alta após, em evento realizado pelo Bradesco BBI, o presidente da instituição, Rubem Novaes, voltar a dizer que o seu desejo é ver o BB privatizado.

Ele disse ainda que os resultados do BB vão melhorar apesar de a economia não estar “uma maravilha” e que o plano é fazer desinvestimento da Neonergia em breve.

Novaes citou as iniciativas de fazer parcerias para se desfazer parcialmente de algumas áreas de negócios, como a BB DTVM e o banco de investimento, mas reforçou seu “sonho” seria privatizar ainda mais. “O meu sonho é que o BB se torne uma grande “Corporation”, mas o país não está preparado para isso” disse ele, segundo informações do jornal O Globo.

Sabesp (SBPS3)

Em entrevista à Bloomberg, o secretário da Fazenda do estado de São Paulo Henrique Meirelles, afirmou que privatizar Sabesp é o ‘plano A’ e pode ocorrer em 2019.

A preferência do governo de São Paulo é pela privatização da Sabesp, disse ele apontando que, se for viável pelo marco regulatório, o mais provável é que haja a privatização da empresa.

“Dependendo do que for definido no marco regulatório, nós vamos decidir se é capitalização ou privatização. Em qualquer hipótese, vamos trabalhar para sair em 2019. Se escolha final for pela capitalização da empresa, o processo já está muito avançado; se for privatização, pode ser que demore um pouco mais, pode ser que não se conclua em 2019. O governo trabalhará para ser o mais rápido possível”, avalia.

Vale destacar que, na última terça-feira, os papéis caíram mais de 4% com a fala de Meirelles de que a privatização da Sabesp em 2019 é algo “muito pouco provável”.

TIM (TIMP3)

A TIM Participações informou no meio do pregão, a eleição de Pietro Labriola como seu novo CEO (Chief Executive Officer), cargo que ele ocupará em conjunto com sua posição de membro do Conselho de Administração da companhia telefônica. Ele substituirá  Sami Foguel no cargo. 

“Com mais de 20 anos de experiência no setor de telecomunicações, Labriola ocupou a posição de Chief Operating Officer na TIM Participações S.A. entre dezembro de 2015 e agosto de 2018. Antes disso, ele ocupou diversas posições relevantes no Grupo Telecom Italia. O Sr. Labriola é cidadão italiano, com graduação em Administração pela Università degli Studi di Bari e mestrado em Innovation and Technology Management pela ASMIT Advanced School de Bari, Itália”, destaca o comunicado. 

Devido à iminência da divulgação do fato relevante, que foi divulgado às 12h43 (horário de Brasília), a negociação dos papéis TIMP3 ficaram suspensos na B3 entre 12h35 e 12h55.

Braskem (BRKM5)

Uma ação do Ministério Público Estadual e da Defensoria Publica de Alagoas pede o bloqueio de R$ 6,7 bilhões da Braskem, por conta do afundamento do solo em bairros próximos à uma área de mineração de sal-gema em Maceió.

Segundo o jornal Valor Econômico, o pedido do bloqueio foi antecipado pelas negociações em curso entre Odebrecht, controladora da petroquímica, e a holandesa LyondellBasell para a venda da Braskem.

Rumo (RAIL3)

A Rumo obteve vitória no Tribunal de Contas da União (TCU) em relação à análise técnica sobre a renovação antecipada de contrato da Malha Paulista e sem maiores obstáculos à assinatura de um termo aditivo, informou o Valor Econômico.

A concessão cruza o interior de São Paulo e chega ao Porto de Santos. A expectativa é de que a renovação possa destravar mais de R$ 7 bilhões em investimentos em troca de mais 30 anos de concessão.

OdontoPrev (ODPV3)

Na OdontoPrev, Luiz Carlos Trabuco Cappi foi indicado chairman. O atual presidente do conselho, Randal Luiz Zanetti, apresentou carta de renúncia ao conselho da companhia, que indicou Cappi, chairman do Bradesco, como substituto, segundo comunicado divulgado pela Odontoprev.

Somos Educação (SEDU3)

O leilão de OPA por ações da Somos será em 7 de maio na B3 e a oferta envolve 69,8 milhões de ações ON, correspondentes a 26,65% do capital votante. 

JBS (JBSS3)

A JBS foi rebaixada de overweight para equal-weight pelo Barclays, com preço-alvo elevado de R$ 13 para R$ 16.

SLC Agrícola (SLCE3)

A SLC Agricola foi iniciada com recomendação ’neutra’ pelo Citi, com preço-alvo de R$ 41. 

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(Com Agência Estado e Bloomberg)

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.