Ibovespa Futuro sobe com China e à espera de Guedes na Câmara; dólar cai

Todas as atenções estão voltadas para a fala do ministro da Economia, que deve abordar a reforma da Previdência diante de deputados

Ricardo Bomfim

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São Paulo – O Ibovespa Futuro registra alta nesta quarta-feira (3) acompanhando os índices globais após a China somar à reação da indústria em março a alta do PMI (Índice Gerentes de Compras) de serviços para 54,4 pontos, de 51,1 em fevereiro, e com os investidores de olho nos avanços no acordo comercial entre os chineses e os Estados Unidos. Por aqui, todas as atenções se voltam para a participação do ministro da Economia, Paulo Guedes, em audiência pública na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJC) da Câmara dos Deputados a partir das 14h para falar sobre reforma da Previdência.  

Assim, às 9h22, o Ibovespa Futuro para abril subia 0,77% a 96.395 pontos. Enquanto isso, o contrato futuro de dólar para maio caía 0,38% a R$ 3,846. Os juros futuros operam praticamente estáveis. Tanto o DI para janeiro de 2021 quanto o para janeiro de 2023 caem um ponto-base, para 7,01% e 8,11% respectivamente. 

Voltando de Israel após cumprir quatro dias de visita oficial, o presidente Jair Bolsonaro afirmou, antes de embarcar para o Brasil, que irá “jogar pesado” na Previdência. Ele fez acenos ainda ao Congresso, ao afirmar que “é soberano para fazer as alterações”, e de que está disposto a conversar com Maia.

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Ontem, o presidente da Câmara Rodrigo Maia (DEM-RJ) declarou que a Casa não deverá aprovar as mudanças no beneficio pago aos idosos de baixa renda (BCP) e na aposentadoria rural, enquanto julgou ser pouco provável que um sistema de capitalização tramite sem que tenham pontos alterados.

A expectativa desde o final da última semana era a de que Bolsonaro e Maia se encontrassem para aparar as arestas, mas até o início desta manhã na agenda oficial de ambos não constava nenhum referência oficial sobre a reunião.

No exterior, os holofotes estão direcionados à aproximação dos Estados Unidos e da China em relação a um acordo comercial. Já entre as commodities, o destaque são os preços dos contratos futuros de minério de ferro na China, que renovaram suas máximas em quase um ano, em meio à redução de produção da Vale e da Rio Tinto e após 56 barragens de resíduos da Vale e outras empresas serem fechadas no Brasil. Os preços do petróleo também sobem na sessão de hoje. Confira os principais destaques da sessão desta quarta-feira (3):

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Bolsas Internacionais

Os principais mercados asiáticos fecharam em alta nesta quarta-feira, refletindo os avanços no acordo comercial entre EUA e China. Segundo o Financial Times, autoridades dos dois países já teriam resolvido a maior parte das questões pendentes, mas seguem negociando sobre como implementar e impor tal acordo. A publicação ressalta, porém, que os 10% de questões restantes para fechar o acordo é que são os mais complicados, pois exigiriam maiores compensações de ambos os lados.

Na Europa, as preocupações ainda recaem sobre um acordo para saída do Reino Unido da União Europeia, enquanto o Parlamento Britânico não chega a um acordo. Entre as maiores economias do bloco já há apreensão em relação aos impactos do Brexit, como na Alemanha, com especialistas já alertando sobre a possibilidade de que uma recessão acometa o País no quarto trimestre deste ano.

Entre os indicadores, o mercado europeu registrou uma alta de 0,4% em fevereiro das vendas no varejo ante janeiro, enquanto o PMI composto da região recuou a 51,6 pontos em março ante 51,9 em fevereiro. Nas maiores economias do bloco, o PMI da Alemanha atingiu 51,4 pontos, o menor desde junho de 2013.

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Entre as commodities, o preço futuro dos contratos de minério de ferro dispararam 5,2% na bolsa de Dalian, enquanto o petróleo WTI avançava 0,26% e tipo Brent subia 0,55%.

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Noticiário corporativo

Enquanto deve seguir se beneficiando com a valorização do preço do minério de ferro, a Vale enfrenta dificuldades para encaminhar a órgãos técnicos projetos de descaracterização de oito estruturas a montante, como a que se rompeu em Brumadinho no início do ano. Ao menos seis empresas recusaram o convite da empresa para auditar barragens, que precisa encaminhar os pareceres à Agência Nacional de Mineração (ANM) e à Secretaria de Meio Ambiente de Minas Gerais.

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A Petrobras já contaria com três grupos interessados na compra da Transportadora Associada de Gás (TAG), segundo o Estado de S. Paulo. Entre os competidores estaria a Engie, o fundo Mubadala e um consórcio capitaneado pela Itaúsa. A expectativa é de que o resultado possa sair até o final desta semana.

Uma ação do Ministério Público Estadual e da Defensoria Publica de Alagoas pede o bloqueio de R$ 6,7 bilhões da Braskem, por conta do afundamento do solo em bairros próximos à uma área de mineração de sal-gema em Maceió. Segundo o jornal Valor Econômico, o pedido do bloqueio foi antecipado pelas negociações em curso entre Odebrecht, controladora da petroquímica, e a holandesa LyondellBasell para a venda da Braskem.

A Rumo obteve vitória no Tribunal de Contas da União (TCU) em relação à análise técnica sobre a renovação antecipada de contrato da Malha Paulista e sem maiores obstáculos à assinatura de um termo aditivo, informou o Valor Econômico. A concessão cruza o interior de São Paulo e chega ao Porto de Santos. A expectativa é de que a renovação possa destravar mais de R$ 7 bilhões em investimentos em troca de mais 30 anos de concessão.

Ricardo Bomfim

Repórter do InfoMoney, faz a cobertura do mercado de ações nacional e internacional, economia e investimentos.