Ibovespa opera perto do zero e dólar passa a subir após dado ruim da indústria; Previdência e EUA no radar

Mercado passou a refazer as apostas para a manutenção da Selic após o dado da indústria bem abaixo do esperado

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Antes da abertura do mercado à vista, o dólar caminhava para uma nova sessão de queda, enquanto o Ibovespa Futuro tinha uma sessão de leves ganhos, com o mercado seguindo o exterior e à espera do início da tramitação da Reforma da Previdência na Câmara.

Porém, o índice futuro do benchmark da bolsa diminuiu o ímpeto, enquanto o dólar virou para ganhos com o mercado repercutindo os dados da produção industrial brasileira. Com isso, o Ibovespa registra perdas de 0,24%, a 97,589 pontos, enquanto o dólar futuro com vencimento em abril tem alta de 0,41%, a R$ 3,832. Já o dólar comercial sobe 0,47%, a R$ 3,834 na venda. 

A produção da indústria caiu 0,8% na passagem de dezembro de 2018 para janeiro deste ano. Essa é a maior queda desde setembro do ano passado (-1,9%) e veio depois de uma alta em dezembro (0,2%), segundo a Pesquisa Industrial Mensal (PIM), divulgada hoje (13) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A expectativa do mercado era de uma queda de 0,1%. Com esse dado ruim, o mercado passou a projetar novamente maiores chances de corte da Selic, o que impactou o dólar. A divisa americana registra ganhos à medida que os investidores veem um menor diferencial entre os juros brasileiros e os do mercado internacional, tornando menos atrativo colocar o dinheiro no Brasil. 

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No mercado de juros futuros, os papéis com vencimento em janeiro de 2021 recuam 7 pontos-base, a 6,93%, enquanto os títulos com vencimento em janeiro de 2023 caem 6 pontos-base, a 8%. Vale destacar que Roberto Campos Neto recebe o cargo de presidente do Banco Central em cerimônia às 15h, com pronunciamentos dele e do antecessor Ilan Goldfajn que serão monitorados de perto pelo mercado; ministro Paulo Guedes participa da cerimônia. 

Além disso, os investidores no mercado brasileiro seguem bastante atentos aos próximos passos da Previdência, em meio à expectativa pela instalação de Comissão na Câmara que marcará o início do prazo para a reforma. A comissão deve ser instalada às 19h. 

O mercado não conta com dificuldades para a aprovação da reforma na CCJ, mas a comissão será importante para dar a largada no processo e evitar o pessimismo com o prazo para aprovação da reforma.

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Vale ressaltar que, na véspera, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou que a reforma da Previdência deverá ser votada pela Comissão até o dias 27 ou 28 de março. Se for aprovada, ela passa a ser analisada em uma comissão especial. 

Enquanto isso, o governo segue articulando para que as mudanças no sistema previdenciário passem no Congresso. A Folha destaca que foi criada uma força-tarefa para barrar ações judiciais contra reforma, enquanto o Valor Econômico destaca que o ministro da Economia, Paulo Guedes, iniciou os contatos para “vender” a reforma para a oposição. 

Mercados mundiais

No exterior, a sessão é de estabilidade para os mercados europeus e índices americanos, com leve viés positivo, com os investidores aguardando por novos indicadores dos EUA após o dado de inflação ao consumidor dar sinais de fraqueza no país na véspera. O primeiro deles foi o dado de preços ao produtor, que subiu 0,1% em fevereiro ante estimativa de alta de 0,2%. Ainda serão divulgados os dados de estoque de petróleo nos EUA. 

Já as bolsas asiáticas fecharam majoritariamente em baixa, em meio a incertezas geradas pela decisão do Parlamento britânico de mais uma vez rejeitar os termos de um acordo para que o Reino Unido se retire da União Europeia. 

Ontem, o novo acordo de Brexit apresentado pela primeira-ministra do Reino Unido, Theresa May, foi rejeitado no Parlamento britânico, criando dúvidas sobre se e como o país eventualmente sairá da UE.

Nesta quarta, os parlamentares britânicos irão votar a possibilidade de um Brexit sem acordo. Se esta opção também for rejeitada, eles decidirão amanhã sobre o adiamento da data final – o próximo dia 29 – para a implementação do divórcio do Reino Unido com a UE. Mesmo com tantas incertezas, a libra registra ganhos de 0,60% em relação ao dólar, com a aposta de que o Parlamento votará pela extensão do prazo de negociação do Brexit. 

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No mercado de commodities, o petróleo caminha para terceira alta seguida com sinais de baixa dos estoques americanos se somando aos cortes de produção. Já os metais alternam ganhos e perdas em Londres e minério de ferro cai. 

Altas e baixas da bolsa
Em uma sessão sem grandes movimentações na Bolsa, o destaque fica com as ações da CSN, que avançam mais de 3% apesar da recomendação do Ministério Público de Minas Gerais de que a empresa promova a remoção voluntária de cerca de 2,5 mil pessoas que moram perto da barragem da mina Casa de Pedra, em Congonhas (MG).

Enquanto isso, a Petrobras tem uma sessão apenas de leves ganhos, apesar do novo dia de alta do petróleo. 

As maiores altas, dentre as ações que compõem o Ibovespa são:

Ativo Cot R$ % Dia % Ano
SID NACIONALON 14,56 +2,75 +64,71
ENGIE BRASILON 41,73 +1,43 +26,38
SMILES ON 47,39 +1,30 +8,64
BRF SA ON 20,27 +1,10 -7,57
JBS ON 13,84 +1,02 +19,41

As maiores baixas, dentre as ações que compõem o Ibovespa são:

Ativo Cot R$ % Dia
CVC BRASIL ON 56,15 -2,43
LOCALIZA ON 34,39 -1,69
COSAN ON 43,31 -1,21
MRV ON 14,53 -1,09
LOJAS RENNERON 44,66 -1,09

 

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(Com Agência Brasil, Agência Estado e Bloomberg)

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.