CCR e Ecorodovias caem até 10% em semana para esquecer na Bolsa: o que esperar para as ações?

Analistas do Bradesco BBI seguem com recomendação outperform para os papéis depois das notícias negativas envolvendo o setor

Lara Rizério

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SÃO PAULO – A semana é mais curta na B3 por conta do feriado de Carnaval, mas provavelmente os acionistas da CCR (CCRO3) e da Ecorodovias (ECOR3) não veem a hora de que ela acabe logo. Afinal, em apenas dois pregões, os papéis CCRO3 caíram 9% e ECOR3 tiveram baixa ainda maior, de 10%, enquanto o Ibovespa permaneceu estável no período.

A queda veio na esteira das notícias, depois confirmadas, de que a subsidiária da CCR, a Rodonorte, fez um acordo de leniência com o MPF (Ministério Público Federal) do Paraná num valor de R$ 750 milhões, bem acima do esperado pelo mercado. Isso impactou a Ecorodovias, que também está envolvida em investigações e também espera-se um acordo de leniência para ela. 

No dia em questão que o acordo foi fechado, na quarta-feira, os papéis da CCR caíram 3,15%, mas a baixa foi maior na sessão seguinte, quando os ativos caíram 6% em meio à notícia do Valor Econômico de que os promotores de São Paulo poderiam rever o acordo que foi assinado com a companhia em novembro de 2018. 

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Vale ressaltar que, no caso da Rodonorte e as concessões de outras cinco rodovias
no estado do Paraná, os procuradores federais buscam R$ 8,4 bilhões em
desvios relacionados a irregularidades na aprovação de emendas de contrato que
pode ter beneficiado a empresa. Enquanto isso, no caso de São Paulo,
promotores acusaram a CCR de usar contratos de patrocínio de corridas automobilísticas para contribuições ilegais de campanha, mas a empresa não teve nenhum benefício direto ou indireto com o acordo. Neste caso, os analistas do Bradesco BBI avaliam ser improvável a revisão desse acordo, ao contrário das notícias que ganharam o mercado nos últimos dias. 

Para os analistas, a queda dos papéis CCRO3 nesses dois dias, de R$ 1,30, foi acima do esperado, uma vez que eles projetavam uma baixa de R$ 0,40 considerando os dois acordos de leniência.

Já no caso da Ecorodovias, a estimativa é de que a companhia faça um acordo de leniência, com base no caso da CCR, entre R$ 329 milhões (com impacto de R$ 0,60) a R$ 534 milhões (R$ 1 por ação), excluindo os R$ 85 milhões referente a aditivo contratual assinado pela Ecocataratas por um reequilíbrio econômico em favor do Estado do Paraná.

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Com as baixas de R$ 1,30 da CCR e de R$ 1,10 da Ecorodovias, o Bradesco BBI avalia que os papéis já estão precificando os riscos do acordo de leniência. 

Deste modo, o banco segue com recomendação outperform (desempenho acima da média do mercado) para os ativos, avaliando que os acordos não alterarão materialmente a capacidade de investimento da CCR ou da Ecorodovias. Além disso, os promotores estaduais e federais não proibiriam que a CCR dispute novas concessões. 

Os analistas ainda apontam que a CCR e Ecorodovias poderiam ter R $ 10 bilhões e R$ 1,6 bilhão em novas concessões respectivamente nos próximos anos, aumentando os preços-alvo em R$ 1,30 para os ativos CCRO3 e R$ 0,80 para os papéis ECOR3. Atualmente, o preço-alvo para as ações da CCR é de R$ 15 (com potencial de valorização de 18% em relação ao último fechamento) e da Ecorodovias é de R$ 12 (com potencial de valorização de 20%). 

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.