Ibovespa Futuro sobe de olho em reunião entre EUA e China e “enxurrada” de balanços

Os países tentam entrar em um acordo para colocar fim à guerra comercial 

Weruska Goeking

(Shutterstock)

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SÃO PAULO – O bom humor das bolsas mundiais influenciar o mercado doméstico. Os investidores acompanham de perto a reunião na tarde desta sexta-feira entre o presidente Donald Trump, dos Estados Unidos, e o vice-primeiro-ministro da China, Liu He.

Os países tentam entrar em um acordo para colocar fim à guerra comercial que pode elevar as tarifas sobre os produtos chineses importados pelos norte-americanos a partir de 1º de maio – se nada for feito até lá. 

Neste contexto, às 9h39 (horário de Brasília), o Ibovespa futuro subia 0,27%, a 98.065 pontos. O contrato de dólar futuro com vencimento em março de 2019 tinha queda de 0,21%, cotado a R$ 3,762, e o dólar comercial recuava 0,05%, para R$ 3,761. 

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No mercado de juros, os contratos futuros com vencimento em janeiro de 2021 caíam de 7,10% para 7,08%, e os contratos para janeiro de 2023 recuavam de 8,22% para 8,21%.

No cenário doméstico, destaque para a disputa por cargos em Brasília que alimenta a tensão de parlamentares com o governo Bolsonaro em meio a queixas sobre a comunicação do Palácio do Planalto com o Congresso. 

A reforma da Previdência segue no radar com líderes do governo na Câmara e no Senado reconhecendo a possibilidade de desidratação do texto enviado. Especialistas ouvidos pelo Barômetro do Poder, iniciativa do InfoMoney,  consideram que cerca de 30% de seu impacto fiscal, hoje estimado em R$ 1,16 trilhão, podem se perder no processo.

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Ainda sobre a proposta, crescem as pressões no Congresso, especialmente de servidores públicos, que podem acabar levando à judicialização da reforma. Parlamentes do Centrão também pressionam e brigam por cargos.

“Como quer se distanciar do presidencialismo de cooptação que imperou no Brasil desde a redemocratização, a dificuldade é de entender, em vista a um tema tão sensível como a reforma da previdência, como o executivo vai se comportar em vista às infelizes tradições legislativas brasileiras”, afirma Jason Vieira, economista-chefe da Infinity Asset.

No noticiário corporativo, destaque para os balanços de Magazine Luiza e B3, que foram positivos, e Suzano, que frustrou analistas. 

O Ibovespa Futuro é um bom termômetro de como será o pregão, mas nem sempre prevê adequadamente movimentos na Bolsa a partir do sino de abertura

Bolsas mundiais

Os índices futuros dos Estados Unidos apontam para uma abertura com alta à espera de novidades sobre a nova rodada de negociações entre China e Estados Unidos. 

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Começou ontem a segunda parte das negociações entre os países, envolvendo funcionários de alto escalão. A equipe americana será liderada pelo Representante de Comércio dos EUA, Robert Lighthizer, e incluirá o Secretário do Tesouro, Steven Mnuchin, e o Secretário do Comércio, Wilbur Ross. O Ministério do Comércio chinês informou que o vice-primeiro-ministro da China, Liu He, participará das conversas.

As bolsas europeias operam em leve alta também à espera de novidades sobre a guerra comercial entre Estados Unidos e China. Vale lembrar que falta menos de uma semana para que o prazo para o aumento das tarifas sobre os produtos chineses importados pelos EUA, marcado para 1º de março. O presidente Donald Trump já acenou para um possível adiamento desse prazo, mas ainda não há nada oficializado sobre o imbróglio.

No noticiário local, o índice de sentimento das empresas da Alemanha caiu de 99,3 pontos em janeiro a 98,5 pontos em fevereiro, atingindo o menor nível desde dezembro de 2014, segundo pesquisa do instituto alemão Ifo. O resultado, que marcou a sexta queda consecutiva do indicador, ficou abaixo da expectativa de analistas consultados pelo Wall Street Journal, que previam redução para 99 pontos.

A bolsa de Xangai saltou quase 2%, enquanto os demais índices tiveram alta mais discreta.

No mercado de commodities, os preços do petróleo operam em alta divididos entre os cortes de produção da Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) e o crescimento global mais modesto, enquanto o minério de ferro fica perto da estabilidade no mercado futuro de Dalian, na China.

Reforma da Previdência 

O líder do governo do presidente Jair Bolsonaro no Senado, Fernando Bezerra Coelho (MDB), disse em entrevista ao jornal Valor Econômico que a proposta de reforma da Previdência poder estar “votada em definitivo pelas duas Casas em meados de setembro”.

Sobre a possibilidade de desidratação do projeto enviado ao Congresso, Coelho disse que “o governo vai defender seu texto. Mas ele [Bolsonaro] tem a compreensão, por ter sido parlamentar por 27 anos, de que nada chega ao Congresso Nacional e sai da forma que entrou.

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O líder do governo na Câmara, Major Vitor Hugo (PSL), foi no mesmo sentido e disse que a proposta pode ser alterada em qualquer aspecto pelos parlamentares. 

Enquanto isso, associações de servidores públicos que ganham altos salários ameaçam ir à Justiça contra o aumento para até 22% da contribuição previdenciária, previsto na reforma, informa o jornal Folha de S. Paulo. Segundo a reportagem, as entidades alegam que a alíquota é ilegal e que a carga tributária imposta para quem ganha acima de R$ 39 mil é equivalente a um confisco.

Agenda econômica 

No cenário doméstico, o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulga os dados de emprego do trimestre encerrado em dezembro medidos pela PNAD Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua). 

No exterior, o mercado acompanha declarações previstas ao longo do dia dos dirigentes do Fed (Federal Reserve, o banco central norte-americano): Raphael Bostic (Atlanta), John C. Williams (Nova York – 12h15 e 19h30), Richard Clarida (vice-presidente do Fed), Simon Potter (Nova York – 14h30), James Bullard (Saint Louis – 15h30).

O presidente do BCE (Banco Central Europeu), Mario Draghi, falará com a imprensa às 13h15 (de Brasília).

Clique aqui para conferir a agenda completa de indicadores.

Noticiário político

Insatisfeitos com a falta de interlocução no Planalto, líderes de partidos que reelegeram Rodrigo Maia (DEM) para a presidência da Câmara já começam a cobrar a fatura política, informa o jornal Folha de S. Paulo. Sob o argumento de que a demora do governo para liberar cargos e emendas pode se refletir no placar de votação, deputados pressionam Maia para que ele consiga convencer Bolsonaro a “destravar” pelo menos as nomeações.

Segue no radar a tensão com a Venezuela. O líder venezuelano Nicolás Maduro fechou a fronteira do país com o Brasil na noite de ontem em meio à pressão para que ele permita a entrada de ajuda humanitária oferecida pelos Estados Unidos e por países vizinhos.

O pedido de ajuda foi feito pelo auto-proclamado presidente interino Juan Guaidó. Maduro, porém, refuta a ajuda e condena o que ele chama de intervenção externa no país. O governo de Bolsonaro decidiu manter o envio de ajuda humanitária, mas descarta intervenção no vizinho. 

Noticiário corporativo

>> O Magazine Luiza (MGLU3) viu seu lucro líquido avançar 14,5% no quarto trimestre de 2018, para R$ 189,6 milhões, enquanto no acumulado do ano passado o lucro ficou em R$ 597,4 milhões, um avanço de 53,6% ante os R$ 389,0 milhões de 2017.

A receita líquida da companhia, por sua vez, teve alta de 27,3% no quarto trimestre, passando de R$ 3,32 bilhões para atuais R$ 4,61 bilhões. O ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ficou em R$ 353,5 milhões entre outubro e dezembro, uma alta de 13% em um ano.

No acumulado de 2018, a receita da varejista subiu 30,1%, para R$ 15,59 bilhões, enquanto o ebitda fechou o ano passado em R$ 1,25 bilhão, um avanço de 20,8%. As vendas do e-commerce cresceram 57,4% no quarto trimestre, comparado ao crescimento do mercado de 13,4% (E-bit) e representaram 37,7% das vendas totais, destacou a companhia em seu release de resultado.

>> A B3 (B3SA3) fechou o quarto trimestre de 2018 com lucro líquido de R$ 715 milhões, uma alta de 12,5% ante os R$ 635,8 milhões registrados um ano antes. A receita líquida aumentou 27,1%, passando de R$ 1,03 bilhão para R$ 1,31 bilhão.

O Ebitda fechou o trimestre em R$ 913,7 milhões, um avanço de 35,8% ante os R$ 672,9 milhões do fim de 2017. A margem ebitda passou de 66,6% para atuais 69,6%.

>> A Natura (NATU3) registrou um lucro líquido consolidado no quarto trimestre de 2018 de R$ 381,7 milhões, representando uma expansão de 48,7% frente ao lucro de R$ 256,8 milhões reportado no mesmo período de 2017. No ano passado, o lucro líquido somou R$ 548,4 milhões, uma queda de 18,2% ante o lucro de R$ 670 milhões registrado em 2017.

O Ebitda atingiu R$ 714,6 milhões no quarto trimestre, uma expansão de 13,7% sobre o mesmo período de 2017. A margem Ebitda foi de 16,5%, o que significou uma queda de 0,4 ponto porcentual. Em 2018, o ebitda somou R$ 1,846 bilhão, cifra 6% superior a 2017, com uma margem de 13,8% (-3,9 p.p.).

A receita líquida consolidada somou R$ 4,335 bilhões no quarto trimestre, uma alta de 16,1%, enquanto o lucro bruto avançou 16,5%, para R$ 3,071 bilhões, resultando numa margem bruta de 70,8% (+0,2 p.p.). No ano, a receita avançou 36%, para R$ 13,397 bilhões e o lucro bruto cresceu 38,5%, para R$ 9,614 bilhões, gerando uma margem bruta de 71,8% (+1,3 p.p.).

>> A Hypera (HYPE3) teve lucro de R$ 309,8 milhões no quarto trimestre de 2018, 30,4% abaixo na base de comparação anual. Já a receita teve queda de 6,5%, para R$ 927,5 milhões na mesma base de comparação.

O ebitda das operações continuadas registrou baixa de 9,9%, para R$ 328,3 milhões.  Em 2018, a Hypera teve lucro líquido de R$ 1,13 bilhão, alta de 17% na comparação anual, enquanto a receita subiu 6,4%, para R$ 3,72 bilhões.

>> A Multiplan (MULT3) fechou o quarto trimestre de 2018 com lucro líquido de R$ 112,7 milhões, uma queda de 16,5% sobre mesmo período de 2017. No acumulado do ano passado, o lucro ficou em R$ 472,9 milhões, uma alta de 28% em um ano.

A receita líquida ficou em R$ 348,1 milhões entre outubro e dezembro, uma alta de 7,6% na comparação anual. No ano, a receita subiu 6,3%, para R$ 1,2 bilhão. O ebitda caiu 6,1% no quarto trimestre, a R$ 229,8 milhões, ao passo que em 2018 houve uma alta de 14,7%, para R$ 946,9 milhões.

As vendas nas mesmas lojas (SSS), que representam as vendas em lojas abertas há no mínimo 12 meses, cresceram 2,6% em 2018, com destaque para o segmento Artigos do Lar & Escritório, que subiu 7,6%.

>> A Suzano (SUZB3), que concluiu no mês passado a fusão com a rival Fibria, registrou lucro líquido de R$ 1,462 bilhão no quarto trimestre, um salto de 308,5% contra um ano antes, impulsionado pela combinação de queda do dólar frente ao real e pelo aumento dos preços internacionais da celulose, mais do que compensando a queda no volume de vendas.

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A receita líquida subiu apenas 2,8% na comparação com o quarto trimestre de 2017, para R$ 3,23 bilhões,  com a queda de 32,3% no volume de vendas de celulose, para 645 mil toneladas. O ebitda ajustado foi de R$ 1,595 bilhão no trimestre, alta de 11,9%. A margem ebitda subiu 4,1 pontos percentuais, para 49,4%.

>> A Localiza (RENT3) teve lucro líquido de R$ 181,4 milhões no quarto trimestre, alta de 4% ante mesmo período de 2017. O ebitda somou R$ 449 milhões, avanço de 16,2%.

>> O jornal Valor Econômico publicou que a Gol (GOLL4) prepara uma nova operação para incorporação da controlada Smiles que a levará para o Novo Mercado e fará a família Constantino perder o controle majoritário do grupo. A reportagem diz que fontes próximas ao assunto relataram que os atuais donos continuarão no comando da gestão por meio de uma participação relevante, porém, inferior a 50% do capital. 

Do outro lado, a Gol enviou comunicado à CVM (Comissão de Valores Mobiliários) em que afirma não ter sido consultada pela reportagem que “não há, na presente data, fatos concretos que sustentem as afirmações contidas na matéria com relação à potencial operação de reestruturação societária envolvendo a controlada Smiles”. 

>> A TIM (TIMP3) anunciou seu plano para o próximo triênio, informando que planeja investir ao redor de R$ 12,5 bilhões entre 2019 e 2021. Os recursos serão destinados à ampliação e modernização da infraestrutura de rede e tecnologia da informação, especialmente no 4G, 4,5G e fibra óptica até a casa do cliente. No plano anterior, de 2018 a 2020, o valor era de R$ 12 bilhões.

Para a receita de serviços, a empresa estabeleceu meta de crescimento de 3% a 5% no curto prazo e de um dígito médio no longo.

>> A CVC (CVCB3) teve lucro líquido ajustado de R$ 318,7 milhões nos 12 meses, crescimento de 27,2% com relação a 2017. Em reservas de viagens (que representam as vendas) o crescimento foi de 31,3% na comparação com 2017, totalizando R$ 3,7 bilhões. As vendas nas mesmas lojas (“SSS”) apresentaram crescimento de 6,3% no 4T18 e 6,1% no ano de 2018.

O ebitda foi de R$ 196,5 milhões no trimestre e R$ 721,6 milhões em 2018, aumento de 14,9% e 21,6% em relação ao quarto trimestre de 2017 e  ao ano anterior, respectivamente.

>> Na última quinta-feira, mesmo dia em que as ações da companhia fecharam em queda de 10,36%, no pior pregão desde 1 de outubro de 2018, a Via Varejo (VVAR3) teve a recomendação reduzida de compra para neutra pela XP Research, com o preço-alvo sendo reduzido de R$ 7 para R$ 6. 

>> De acordo com o jornal O Globo, o acordo entre a brasileira Embraer (EMBR3) e a americana Boeing para criação de uma terceira fabricante de aviões, uma espécie de “Nova Embraer”  chamada por enquanto de NewCo, abre a possibilidade da nova companhia concorrer com a “velha” Embraer no mercado de aviação executiva. 

A concorrência entre as duas companhias está prevista no documento “Manual e Proposta da Administração para Participação na Assembleia Geral Extraordinária da Embraer”, divulgado para aprovação dos acionistas da fabricante de aviões em assembleia na próxima terça-feira (26). 

O documento aponta que as duas podem desenvolver juntas aeronaves civis de até 50 lugares, mercado ocupado pela aviação executiva. Caso não cheguem a um acordo sobre a estratégia comercial das aeronaves, a NewCo “ poderá lançar referida aeronave isoladamente ou com outros parceiros, sem prejuízo de acordos futuros referentes a novos projetos”.

(Com Agência Estado e Bloomberg)