Ações de bancos têm dia de recuperação e sobem até 2%; Via Varejo cai 3,5% em sessão pré-balanço

Confira os destaques da B3 na sessão desta terça-feira (19)

Lara Rizério

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SÃO PAULO – A sessão desta terça-feira (19) foi de ânimo para o mercado brasileiro após a queda da véspera, com os investidores à espera da entrega do projeto da reforma da previdência pelo presidente Jair Bolsonaro ao Congresso e superando o movimento de tensão da véspera em meio à crise política com a saída conturbada de Gustavo Bebianno do governo. 

O noticiário corporativo é bastante movimentado, com o mercado atento, além da crise política, às falas sobre a Eletrobras que levaram a uma nova queda das ações de até 5%, para depois os ativos ON fecharem em leve alta e os PN fecharem em leve baixa. Os proventos da Itaúsa que levaram à alta da ação e a queda dos ativos da Via Varejo antes da divulgação do resultado também são destaque. Confira o que movimentou a sessão desta terça:

Bancos

As ações de bancos se recuperaram após a queda da véspera, quando o mercado brasileiro como um todo teve uma sessão negativa em meio à crise política. Itaú Unibanco (ITUB4), Bradesco (BBDC3;BBDC4), Santander Brasil (SANB11) e Banco do Brasil (BBAS3) registram ganhos e impulsionam o Ibovespa. 

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Em relatório, o Itaú BBA elevou o preço-alvo dos bancos brasileiros ao incorporar um menor custo de capital, reiterando preferência por Banco do Brasil e Bradesco. Já no noticiário do Santander Brasil, o CEO da operação nacional, Sergio Rial, deve permanecer no cargo apesar de ter sido considerado para assumir o cargo de CEO do conglomerado após a desistência de Andrea Orcel no meio de janeiro. 

Sob sua gestão, o banco elevou sua rentabilidade substancialmente, chegando perto do Itaú. Segundo o Estadão, Rial precisa preparar seu sucessor antes de uma eventual mudança de cargo. Há três anos como CEO, o executivo com passagens por ABN Amro, Bear Stearns e Cargill tem bom relacionamento com Ana Botin, presidente do conselho do Santander e herdeira do banco.

Eletrobras (ELET3;ELET6)

As ações da Eletrobras abriram em queda e tiveram uma baixa máxima de 5%, mas amenizaram as perdas durante a sessão. De acordo com fala da secretária-executiva do MME (Ministério de Minas e Energia), Marisete Pereira, à Folha de S. Paulo, a venda das ações da Eletrobras no mercado financeiro, processo que levará a União a deixar o controle da companhia, não deve ocorrer neste ano, como previa o governo federal. A mudança de rota levou o Tesouro Nacional a rever a sua previsão orçamentária.

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Segundo a secretária. o governo está reavaliando o modelo de capitalização da Eletrobras e, com isso, não deve dar tempo de realizar a operação financeira ainda neste ano. “O ministro já afirmou que o processo está mantido. O que estamos discutindo é o modelo, como fazer. Pelo que vejo, deve ficar para 2020”, afirmou ela ao jornal.

De acordo com o Bradesco BBI, o timing para a capitalização não é exatamente uma novidade, uma vez que o governo federal tem diversas pautas neste ano como as reformas da previdência e fiscal, além do Projeto de lei anticrime. “No entanto, esperamos que o processo para permitir que a capitalização ocorra deva começar a se mover no segundo semestre”, avaliam os analistas do banco.

Cabe ressaltar que o ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF), disse ao Valor que deve liberar no início do mês que vem a ação que trata das privatizações de empresas públicas para votação em plenário. Segundo o ministro, o voto está praticamente pronto e terá cerca de 30 páginas, nas quais trará elementos para corroborar a liminar que concedeu em junho do ano passado, proibindo o governo de privatizar estatais sem prévia autorização do Congresso.

Via Varejo (VVAR3)

A ação da Via Varejo teve uma forte queda antes da divulgação do resultado do quarto trimestre na manhã da próxima quarta-feira. 

Segundo o Brasil Plural, não há visibilidade clara dos resultados pois os erros da execução da empresa nos últimos trimestres devem afetar os resultados altamente sazonais.

“No entanto, esperamos também que as vendas da Black Friday e do Natal continuem a apresentar algum grau de ganho, levando a um lucro líquido de R$ 142 milhões no período, 9,8% acima na comparação anual”, avaliam os analistas.

Do lado operacional, as deficiências de execução devem aparecer, com as margens bruta e Ebitda registrando queda.

“A nosso ver, o retorno de Peter Estermann deve levar a Via Varejo de volta a uma fase de transformação voltada para recuperar a rentabilidade e alavancar sua já ampla base de lojas para gerar maior crescimento de vendas”, avaliam. 

Vale (VALE3)

As ações da Vale registraram leve alta em um dia de estabilidade para o minério de ferro, mas com o noticiário negativo para a companhia seguindo no radar do mercado. Segundo informa a coluna de Lauro Jardim, do jornal O Globo, o alto comando da Vale espera para breve, mais precisamente para esta semana, um pedido de prisão para alguém do seu alto comando. 

“A dúvida é se o pedido do MPF seria feito para toda a diretoria ou apenas para Peter Poppinga, diretor-executivo de Ferrosos, que já responde na Justiça pela tragédia de Mariana”, informa a publicação. 

Além disso, o Ministério Público de Minas Gerais recomendou à Vale que adote medidas emergenciais para resgate e proteção dos bens culturais móveis existentes nas áreas sujeitas à ruptura das barragens B3 e B4, da Mina Azul, em Nova Lima, a 45 quilômetros de Belo Horizonte. No sábado (15), por determinação do Corpo de Bombeiros de Minas Gerais, 170 moradores que vivem nos arredores da mina foram retirados da região.

Petrobras (PETR3;PETR4)

As ações da Petrobras registraram ganhos em recuperação após a queda da véspera, mesmo em meio ao movimento divergente do WTI e do brent. O brent tem leve queda, enquanto o WTI avança em meio aos cortes de oferta liderados pela Opep, embora os temores sobre a desaceleração global tenham pesado sobre a demanda.   Segundo informa o Valor Econômico, ao mesmo tempo em que promete lançar ao mar 13 novas plataformas até 2023, a Petrobras se prepara para começar a enxugar a sua frota. A companhia pretende aposentar uma série de plataformas antigas a partir deste ano.

Isso ocorre, informa o jornal, em meio a lacunas nas regras ambientais, em um momento sensível para a indústria extrativa, no Brasil, depois da tragédia envolvendo os planos de desativação da barragem da Vale em Brumadinho (MG). Segundo a Agência Nacional de Petróleo (ANP), 41% das plataformas que operavam no Brasil em 2018 tinham 25 anos ou mais de operação. São mais de 60 unidades com esse perfil. Só a Petrobras tem planos para desmobilizar oito unidades até 2021, sobretudo no sul da Bacia de Campos.

Itaúsa (ITSA4)

A Itaúsa divulgou o pagamento de juros sobre capital próprio (JCP) no valor de R$ 0,0081 por ação. O pagamento, que tomou como base a posição acionária no último domingo (17), será feito em 7 de março.

O braço de investimentos do Itaú também anunciou que pagará JCP e dividendos adicionais sobre 2018. Os juros sobre o capital próprio adicionais serão de R$ 0,3111 por ação, enquanto os dividendos adicionais serão de R$ 0,4532 por ação.

Linx (LINX3

A Linx registrou um lucro líquido ajustado de R$ 18,5 milhões no quarto trimestre de 2018, 16,3% superior frente o mesmo período do ano anterior, enquanto o Ebitda ajustado foi de R$ 45,7 milhões no trimestre, alta de 16,3% na mesma base de comparação. Já a receita operacional líquida avançou 15,7%, a R$ 182,1 milhões. 

“Essas evoluções são explicadas pelo início da alavancagem operacional dos investimentos ocorridos durante os trimestres anteriores na Linx Pay Hub e Linx Digital, que seguem aumentando o seu mercado endereçável em novos mercados e geografias”, conforme ressaltou a empresa em seu release de resultados. 

JBS (JBSS3)

O Ministério Público Federal em Brasília, trabalha na denúncia criminal contra alvos da operação Bullish e mapeou um dano superior a R$ 2 bilhões causados pela JBS ao BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Social).

Enquanto a denúncia criminal deve ter como alvo os irmãos Batista, os ex-ministros Guido Mantega e Antônio Palocci e funcionários do banco, uma ação civil vai cobrar o dano superior a R$ 2 bilhões da empresa do setor de alimentos e proteína animal. A informação foi antecipada pelo jornal O Globo e confirmada pelo jornal “O Estado de S. Paulo”.

 Gol (GOLL4) e Azul (AZUL4)

Atenção para uma notícia com impacto para as aéreas. A Justiça de São Paulo suspendeu ontem (18) a proibição imposta à Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) de cancelar matrículas de aeronaves operadas pela Avianca, que está em recuperação judicial. De acordo com a decisão do desembargador Ricardo Negrão, da 2ª Câmara Reservada de Direito Empresarial, a agência poderá voltar a exercer integralmente suas atribuições legais, inclusive fazendo o cancelamento de matrículas da Avianca, até o julgamento colegiado do caso.

Smiles (SMLS3)

 A Smiles deve investir mais de R$ 50 milhões em sua operação na Argentina, incluindo o lançamento de um site exclusivo para as atividades no país. Segundo a empresa, os 300 mil clientes argentinos já cadastrados na plataforma brasileira poderão migrar suas milhas para a conta argentina. O site local permitirá a emissão de passagens da Gol e outras 17 companhias aéreas com 100% de milhas ou milhas e pesos.

Recomendações

A Cosan (CSAN3) teve a recomendação reduzida para neutra pelo JPMorgan, com preço-alvo de R$ 47, enquanto a Arezzo (ARZZ3) foi elevada para compra pelo Citi. Já o ADR (American Depositary Receipt) da Vale foi reiniciado com recomendação neutra pelo Goldman Sachs. 

Gafisa (GFSA3)

Em meio à crise, GWI fecha todos os seus fundos para resgates. A gestora de recursos GWI, do investidor coreano Mu Hak You, fechou seus quatro fundos para resgates por tempo indeterminado.

Randon (RAPT4)

A Randon divulgou seus dados operacionais referentes a janeiro de 2019, apresentando receita bruta total, sem eliminação e com impostos, de R$ 491,6 milhõe no mês, alta de 28,6% ante os R$ 382,2 milhões observados no mesmo período do ano passado.

Já a receita líquida consolidada foi de R$ 347,4 milhões, 26% superior frente os R$ 275,6 milhões de janeiro de 2018. 

De acordo com o Itaú BBA, os números foram positivos e mostraram um forte começo de ano, o que leva a reafirmar a recomendação outperform para os ativos, com preço-alvo de R$ 10 para 2019. 

Taurus Armas (FJTA3;FJTA4)

A fabricante brasileira de armas Taurus anunciou ter assinado um memorando de entendimento para estudar a viabilidade uma joint venture com um grupo siderúrgico indiano para desenvolver a indústria bélica do país.

O objetivo da joint venture é fabricar e vender armas no território indiano, em conformidade com o programa local “Make in India”, informa o comunicado. “A partir da assinatura do MoU, as partes terão até 180 dias para concluir os estudos de criação da joint venture e o plano de negócios a ser desenvolvido”, destaca a empresa no documento. 

O acordo, aprovado pelo conselho de administração da Taurus em 14 de fevereiro, engloba uma estratégia global da fabricante brasileira para reestruturação dos negócios visando melhora de indicadores financeiros e operacionais, acrescentou a empresa.

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(Com Bloomberg e Agência Estado)

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.