Ibovespa sobe 2,6% na semana e fecha acima de 96 mil pontos; dólar tem máxima em 15 dias

Índice segue renovando máximas com bom humor externo e de olho em novidades sobre a Previdência

Rodrigo Tolotti

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SÃO PAULO – O Ibovespa manteve nesta sexta-feira (18) o clima de bom humor da véspera e mais uma vez quebrou recordes de alta ao superar os 96 mil pontos. No exterior, o otimismo ganha força com sinais de que as negociações entre China e Estados Unidos têm avançado.

O benchmark da bolsa fechou com alta de 0,78%, aos 96.096 pontos, encerrando a semana com ganhos de 2,60%. O volume financeiro ficou em R$ 16,723 bilhões. O contrato de dólar futuro com vencimento em fevereiro teve alta de 0,07%, a R$ 3,754, enquanto o dólar comercial avançou 0,22%, cotado a R$ 3,7559 na venda, seu maior valor em duas semanas. 

No mercado de DIs, o contrato de juros futuros com vencimento em janeiro de 2021 recuaram 5 pontos-base, para 7,34%, ao passo que o contrato para janeiro de 2023 caiu 4 pontos, a 8,48%.

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Segundo informações da CNBC, a China teria oferecido aos Estados Unidos uma proposta de aumento da importação de produtos norte-americanos até 2024 durante a reunião de representantes de ambos os governos no início de janeiro.

Enquanto isso, o secretário do Tesouro dos EUA, Steven Mnuchin, propôs retirar todas ou algumas das tarifas sobre as importações chinesas para dar a Pequim uma razão para fazer concessões mais profundas nas negociações comerciais entre os dois países, informou o Wall Street Journal, citando fontes.

Do outro lado, um alto funcionário do governo disse para a CNBC, que “não há discussão sobre a retirada de tarifas agora”. Mesmo que posteriormente negado pelo Departamento do Tesouro, a informação reforça a retórica de que o governo dos EUA está ansioso por um acordo.

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No ambiente doméstico, permanecem no radar a expectativa com novidades sobre a reforma da Previdência e novas polêmicas envolvendo o presidente Jair Bolsonaro e sua família (veja mais abaixo).

Destaques de ações
As maiores altas, dentre as ações que compõem o Índice Bovespa, foram:

 Cód. Ativo Cot R$ % Dia % Ano Vol1
 NATU3 NATURA ON 46,05 +5,81 +2,90 150,78M
 ELET6 ELETROBRAS PNB 35,69 +5,22 +26,70 171,15M
 ELET3 ELETROBRAS ON 32,36 +4,56 +33,55 149,99M
 MRFG3 MARFRIG ON 6,03 +4,33 +10,44 31,60M
 FLRY3 FLEURY ON 22,29 +3,96 +13,40 45,79M

As maiores baixas, dentre os papéis que compõem o Índice Bovespa, foram:

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 Cód. Ativo Cot R$ % Dia % Ano Vol1
 EMBR3 EMBRAER ON 19,85 -3,03 -8,44 169,13M
 KROT3 KROTON ON 10,18 -2,77 +14,77 109,32M
 SMLS3 SMILES ON 42,20 -2,63 -3,26 50,49M
 BRKM5 BRASKEM PNA 46,29 -2,28 -2,30 259,09M
 BTOW3 B2W DIGITAL ON 46,00 -1,60 +9,47 100,78M

As ações mais negociadas, dentre as que compõem o índice Bovespa, foram:

 Código Ativo Cot R$ Var % Vol1 Vol 30d1 Neg 
 PETR4 PETROBRAS PN N2 25,40 +0,95 1,70B 1,87B 61.940 
 VALE3 VALE ON 54,76 +0,98 1,42B 1,08B 59.904 
 ITUB4 ITAUUNIBANCOPN 37,66 +1,29 802,38M 767,30M 37.656 
 BBAS3 BRASIL ON 48,55 -0,84 640,77M 479,25M 24.752 
 BBDC4 BRADESCO PN 42,68 +1,02 537,04M 587,07M 32.282 
 RAIL3 RUMO S.A. ON 18,57 -1,28 445,95M 152,36M 21.928 
 B3SA3 B3 ON 30,40 +1,33 388,12M 367,58M 29.856 
 ABEV3 AMBEV S/A ON 18,00 +0,84 379,32M 398,44M 44.353 
 SUZB3 SUZANO PAPELON 44,37 +3,26 342,43M n/d 22.042 
 ITSA4 ITAUSA PN 12,93 -0,08 294,20M 324,72M 37.323 

* – Lote de mil ações
1 – Em reais (K – Mil | M – Milhão | B – Bilhão)
IBOVESPA

Noticiário político 

Novas polêmicas envolvendo a família Bolsonaro surgem no radar.  O ministro Luiz Fux, do STF (Supremo Tribunal Federal), concedeu liminar suspendendo a investigação criminal contra Fabrício Queiroz, ex-assessor do senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL). De plantão, Fux atendeu a um pedido feito pelo filho do presidente.

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Um ministro do STF ouvido pelo jornal Folha de S. Paulo disse que o pedido foi considerado uma “confissão de culpa”. Segundo o magistrado, o caso ficou ainda mais grave e a atitude é uma confissão de que o envolvido é o senador eleito e não o motorista. 

Outros ministros da corte acreditam ainda que, se a questão for aberta no STF, o presidente Jair Bolsonaro também será investigado, já que existem movimentações financeiras ligadas à primeira-dama Michelle.

Até mesmo grupos mais próximos do presidente Jair Bolsonaro sinalizaram incômodo com o pedido de seu filho. Segundo o G1, integrantes da área militar do governo demostraram desconforto com o pedido de suspensão da investigação.

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Para esses auxiliares, foi uma surpresa a solicitação feita por Flávio Bolsonaro. “Ainda não há uma explicação convincente. Enquanto isso não acontecer, o desgaste desse caso vai continuar. Já está demorando demais”, comentou um auxiliar próximo do presidente.

Para a equipe da XP Research, a suspensão da investigação “abre espaço para conflito com discurso de campanha e vira munição para a oposição na volta do recesso parlamentar”. O ministro Marco Aurélio deve decidir sobre a continuidade da apuração em fevereiro.

Em novo episódio sobre a polêmica das mensagens em redes sociais que ganhou força durante a campanha eleitoral, o jornal Folha de S. Paulo publicou a informação de que uma funcionária da agência de comunicação que contratou disparos em massa de mensagens de WhatApp para a campanha de Bolsonaro foi nomeada para um cargo comissionado na Secretaria-Geral da Presidência e deve despachar a poucos metros do presidente.

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Com salário de cerca de R$ 10,3 mil, Taíse de Almeida Feijó será assessora do gabinete do secretário-geral da Presidência, Gustavo Bebianno, um dos principais articuladores da campanha. 

Sobre a reforma da Previdência, o governo esclareceu que não é intenção do ministro da Economia, Paulo Guedes, antecipar itens da proposta de reforma de Previdência durante o Fórum Econômico Mundial em Davos. “O ministro da Economia vai falar sobre a importância central da reforma para o equilíbrio macroeconômico do País no encontro”, esclareceu.

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Uma fonte do governo, ao ser questionada sobre a possibilidade de a proposta ser apresentada, disse que “esse é um tema da maior importância, o ministro vai com algum detalhe desse tema pra Davos”. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo. 

Segundo a Bloomberg, todos os cenários de reforma da Previdência apresentados ao presidente Jair Bolsonaro incluem idade mínima e tempo de transição menor do que os 20 anos que estão na proposta que está em tramitação no Congresso.

Na eleição para presidente do Senado, a oposição a Renan Calheiros se articula para enfraquecer o emedebista. Davi Alcolumbre (DEM-AP), que também é candidato, tem a prerrogativa de presidir a sessão da eleição e pretende exercê-la, para decidir questões de ordem, como a realização ou não de segundo turno – e até mesmo a votação ser aberta ou secreta.

Bolsas mundiais

Os índices das bolsas asiáticas encerraram esta sexta com alta de mais de 1% impulsionados pelo otimismo com as negociações comerciais entre China e Estados Unidos. 

Na China, o governo anunciou que planeja ampliar medidas para estimular gastos dos consumidores neste ano, como incentivos à compra de carros e eletrodomésticos, conforme informou a Comissão de Reforma e Desenvolvimento Nacional hoje.

O mercado acionário europeu também opera em alta na esteira do otimismo generalizado em relação à guerra comercial entre China e Estados Unidos. A elevação de ratings de alguns bancos da Europa também ajudam a dar fôlego às altas das bolsas.

O mesmo caminho de otimismo é trilhado pelos índices dos Estados Unidos enquanto o shutdown – paralisação parcial do governo por falta de orçamento – chega ao seu 28º dia sem solução. O presidente Donald Trump cancelou sua ida ao Fórum de Davos devido ao shutdown. 

Os preços do petróleo operam em alta diante do alívio na relação entre China e Estados Unidos e da queda drástica da produção pelos membros da Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo), o que ameniza os temores em relação ao excesso de oferta. 

Em relatório mensal divulgado nesta sexta-feira, a AIE estimou que a produção da Opep sofreu diminuição de 590 mil barris por dia (bpd) no mês passado, a 32,39 milhões de bpd, o menor patamar desde julho do ano passado.

A queda se deve principalmente ao resultado da Arábia Saudita, cuja oferta recuou 420 mil bpd em dezembro, a 10,64 milhões de bpd. Houve cortes na produção também da Líbia e do Irã, cuja indústria petrolífera está sob os efeitos de sanções dos Estados Unidos.

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Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.