Ibovespa contraria mercado norte-americano e fecha pregão com leve alta

Destaque também para o dólar, que devolveu todo o ganho visto na abertura e fechou em queda de 0,69%, com uma verdadeira "marretada" do BC

Júlia Miozzo

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SÃO PAULO – O Ibovespa encerrou o pregão desta quinta-feira (27) próximo da estabilidade, com alta de 0,38%, a 85.462 pontos, com os bancos evitando uma correção mais brusca do mercado em detrimento ao acompanhado nos EUA. O giro financeiro negociado na B3 foi de R$ 9.555.570.

Destaque também para o dólar, que devolveu todo o ganho visto na abertura e fechou em queda de 0,69%, a R$ 3,894, com uma verdadeira “marretada” do BC. 

Enquanto os bancos “salvaram” o índice, com destaque para a alta de 2,46% das ações preferenciais do Bradesco, as commodities pesaram no índice, com o petróleo devolvendo parte dos ganhos da sessão passada e pressionando os papéis da Petrobras, enquanto o setor siderúrgico e os ativos da Vale contribuíram negativamente com mais um sinal de desaceleração na China e com mais uma decisão polêmica de Donald Trump.

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Segundo relatório da consultoria Foex, o preço da fibra curta no mercado chinês caiu US$ 45,85, para US$ 652,51 a tonelada. Os números são vistos como um indicativo de atividade industrial do país e a queda consecutiva do preço nas últimas semanas sinaliza desaceleração da indústria chinesa, um dos principais componentes do PIB e ajuda explicar a queda forte de Gerdau e Usiminas, além de afetar diretamente Suzano.

Além disso, segundo a Reuters, o presidente Donald Trump considera avançar com uma ordem executiva para afastar as fabricantes chinesas Huawei e ZTE do mercado norte-americano; essa mesma ordem pode impedir as empresas norte-americanas de comprarem equipamentos das fabricantes, certamente impactando o mercado americano e gerando novo stress com relação a guerra comercial.

Marretada do BC e alegria nos EUA dura pouco
A moeda devolveu todos os ganhos da abertura e encerou em queda após  BC entrar no mercado com leilão de linha (venda de dólar no mercado à vista) de US$ 1 bilhão. Além disso, temos a “guerra” da formação da PTAX na reta final do ano, que serve para liquidação dos derivativos cambiais. Como a liquidez está restrita, qualquer pressão maior afeta a moeda, que, neste caso, foi na venda.

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Na mesma toada de queda, as bolsas bolsas norte-americanas caíam mais de 500 pontos puxadas por novas tensões entre Estados Unidos e China: o índice Dow Jones caía 2,49%, seguido por queda também no S&P 500 e Nasdaq, de 2,63% e 3,13%, respectivamente.  

A queda vem um dia depois de os índices apresentarem seus maiores ganhos percentuais diários em quase uma década nesta quarta-feira (26) graças à um relatório da Mastercard que apontou que as vendas de final de ano apresentaram o maior volume em anos – elas subiram 5,1% em relação ao ano anterior nos EUA.

Confira os destaques do pregão: 

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Destaques da Bolsa

O que segurou o índice foram os bancos, com destaque para as ações preferenciais do Bradesco, que tiveram alta de 2,02%. Itaú também teve desempenho positivo, subindo 1,69%.

As maiores altas, dentre os papéis que compõem o índice Ibovespa, foram:

 C?d. Ativo Cot R$ % Dia % Ano Vol1
 ELET3 ELETROBRAS ON 23,93 +6,74 +23,73 71,10M
 ELET6 ELETROBRAS PNB 27,72 +6,00 +22,11 48,96M
 BTOW3 B2W DIGITAL ON 39,91 +5,03 +94,68 62,97M
 MRVE3 MRV ON EDC 12,13 +3,76 +3,98 24,81M
 IGTA3 IGUATEMI ON 39,99 +3,76 +3,44 74,88M

As maiores baixas, dentre os papéis que compõem o índice Bovespa, foram:

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 C?d. Ativo Cot R$ % Dia % Ano Vol1
 SUZB3 SUZANO PAPELON 37,25 -3,87 +100,27 109,94M
 TIMP3 TIM PART S/AON 11,64 -3,32 -9,62 22,76M
 VIVT4 TELEF BRASILPN EJ 45,58 -2,92 +2,96 91,40M
 GGBR4 GERDAU PN 14,42 -2,50 +19,29 200,41M
 CVCB3 CVC BRASIL ON 60,48 -2,04 +27,51 75,19M

As ações mais negociadas, dentre as que compõem o índice Bovespa, foram:

 C?digo Ativo Cot R$ Var % Vol1 Vol 30d1 Neg 
 PETR4 PETROBRAS PN ERJ N2 21,67 -0,05 1,61B 1,72B 52.170 
 VALE3 VALE ON 49,50 -1,86 714,97M 1,03B 32.845 
 ITUB4 ITAUUNIBANCOPN EJ 34,30 +1,69 465,69M 620,01M 38.894 
 BBDC4 BRADESCO PN EJ 37,50 +2,46 412,71M 495,70M 33.241 
 BBAS3 BRASIL ON 45,12 +1,67 312,84M 386,25M 17.747 
 PETR3 PETROBRAS ON EJ N2 24,44 -0,57 258,32M 321,30M 19.377 
 B3SA3 B3 ON EJ 26,16 +0,42 249,46M 258,31M 20.521 
 GGBR4 GERDAU PN 14,42 -2,50 200,41M 171,36M 27.166 
 ABEV3 AMBEV S/A ON EJ 15,10 -0,26 190,49M 288,65M 28.758 
 ITSA4 ITAUSA PN EJ 11,80 +1,72 164,37M 254,59M 15.055 

* – Lote de mil ações
1 – Em reais (K – Mil | M – Milhão | B – Bilhão)
 

Bolsas mundiais

O índice Dow Jones, nos Estados Unidos, subiu mais de mil pontos na última quarta-feira (26) liderado por uma ampla recuperação de Wall Street, após um relatório de vendas de fim de ano divulgado pela Mastercard mostrar que o volume foi o mais forte em anos, ajudando a acalmar as preocupações sobre a saúde da economia americana.

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Neste ano, as vendas de Natal nos EUA subiram 5,1% em relação ao ano anterior – maior ganho em 6 anos. O otimismo levou os índices Dow Jones, S&P 500 e Nasdaq a apresentarem seus maiores ganhos percentuais diários em quase uma década: Dow Jones subiu 1.086 pontos (+4,98%), o S&P 500 ganhou 4,96% e o Nasdaq avançou 5,84%.

Na Europa e na Ásia, os mercados se beneficiaram do otimismo de Wall Street, com as ações reagindo positivamente na Europa, subindo na sessão anterior cerca 1,2%, e o Nikkei saindo do bear market e subindo até 3,8%. Nesta manhã, porém, o futuro do índice de Tóquio volta a mostrar leve queda, enquanto as bolsas europeias têm desempenhos mistos.

Agenda econômica

Na agenda de indicadores, destaque no plano doméstico para o resultado primário do governo central. Nos Estados Unidos, os investidores devem monitorar a divulgação dos estoques de petróleo às 14h, além dos resultados de confiança do consumidor (13h), de vendas de casas novas e de seguro-desemprego (11h30).

Noticiário político

Às vésperas da posse do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL), uma pesquisa do Datafolha mostrou que dois em cada três brasileiros discordam que o Brasil deva dar preferência aos Estados Unidos em suas relações exteriores – uma das principais diretrizes diplomáticas de Bolsonaro e seu futuro chanceler, Ernesto Araújo. Segundo o instituto, 66% dizem discordar da ideia de privilegiar os EUA em detrimento dos demais países. A oposição é majoritária em todas as faixas etárias, de renda e de escolaridades, independentemente de região ou gênero.

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