Ibovespa e dólar têm leve alta em dia de feriado nos EUA e de olho em indicações de governo Bolsonaro

SÃO PAULO – O pregão desta quinta-feira (22) foi de baixa volatilidade e pouco volume de negócios em um dia sem a influência das bolsas de Wall Street devido ao feriado de Ação de Graças nos Estados Unidos. A agenda doméstica relativamente fraca também colaborou para o fraco apetite dos investidores.

Sendo assim, o foco dos investidores se voltou para as declarações de líderes sobre petróleo, para as votações no Congresso sobre distratos e cessão onerosa, além da formação do governo do presidente eleito Jair Bolsonaro. 

Neste cenário, o Ibovespa encerrou em leve alta de 0,24%, aos 87.477 pontos, com volume financeiro de R$ 6,97 bilhões. O dólar comercial subiu 0,45%, para R$ 3,808 na venda, e o contrato futuro do dólar com vencimento em dezembro registrou alta de 0,08%, cotado a R$ 3,801. 

As taxas dos principais contratos de juros futuros registraram queda na abertura após o Banco Central divulgar ajustes nas regras sobre recolhimento compulsório de recursos à vista e a prazo, projetando que R$ 2,7 bilhões serão liberados no sistema, com efeitos sendo produzidos já no final do ano. No entanto, as taxas retornaram à estabilidade no fim do dia. 

Efeitos da simplificação de regras dos compulsórios na economia são positivos, como todas as iniciativas que reduzem custos de transação, mas com efeito indireto e de difícil mensuração, destacou à Bloomberg Mauricio Oreng, estrategista-sênior para Brasil do Rabobank. 

Mercado internacional

Na Europa, as bolsas tiveram queda generalizada em meio a dúvidas persistentes sobre a questão do orçamento italiano e das negociações para o “Brexit”, como é conhecido o processo para a retirada do Reino Unido da União Europeia. 

Os resultados frustrantes de balanços trimestrais, a queda de ações de mineradoras e de bancos italianos pesaram sobre os índices. 

No mercado de commodities, o petróleo retoma baixa após subir 2,25% na véspera com alta de estoques americanos e após o presidente dos EUA Donald Trump defender preços ainda menores. 

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Destaques corporativos

O presidente do Senado, Eunício Oliveira, disse que só votará cessão onerosa do pré-sal se houver acordo em favor de estados e municípios, segundo informa a Agência Senado. Eunício disse que conversou com os futuros ministros Paulo Guedes, da Economia, e Onyx Lorenzoni, da Casa Civil, e com governadores eleitos e reeleitos da região Nordeste sobre o projeto, mas afirmou que ainda não tem nada definido

A Ambev foi elevada para ’compra’ pelo Santander, com preço-alvo de R$ 22. A Santander pode emitir até R$ 400 milhões em LIG na próxima semana. A Notre Dame Intermédica diz que avalia oferta pública de ações. 

Ainda em destaque, o plenário do Senado aprovou as emendas do texto-base do projeto que define regras para a desistência da compra de imóveis na planta, o chamado distrato imobiliário. O texto-base da proposta havia sido aprovado na terça, mas agora o texto projeto precisará retornar à Câmara dos Deputados. O texto prevê multas de até 50% sobre o valor pago pelo consumidor em caso de rescisão do negócio, percentual considerado alto por representantes de interesses dos consumidores, uma vez que, atualmente, a jurisprudência dos tribunais determina uma retenção em torno de 10% a 25%. 

As maiores altas dentre as ações que compõem o Ibovespa são:

As maiores baixas dentre as ações que compõem o Ibovespa são:

Noticiário político

O destaque na política fica para o impasse na escolha do ministro da Educação. Mozart Neves, do instituto Ayrton Senna, estava para ser anunciado para o cargo, mas houve descontentamento da bancada evangélica contra ele, que não teria afinidade ideológica e, portanto, resistiria a levar pautas como escola sem partido e a ideologia de gênero. Jair Bolsonaro usou o Twitter para recuar e dizer que não havia decisão. O presidente eleito disse que conversará hoje com o procurador regional federal e defensor do projeto escola sem partido, Guilherme Shelb, para discutir a escolha do ministro da Educação.

Além disso, os apoiadores do governo, seguem reclamando sobre o forte espaço do DEM e, neste sentido, a costura do futuro ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni (DEM-RS), para colocar Davi Acolumbre (DEM-AP) para a presidência do Senado pode agravar a situação. 

Vale destacar que aliados de Bolsonaro trabalham contra Renan Calheiros na presidência Senado e Simone Tebet, também do MDB, é vista como uma alternativa que agradaria ao novo governo. Esperidião Amin (PP-SC) também é visto com bons olhos para Senado; João Campos (PRB-GO) é visto como uma alternativa forte para substituir Rodrigo Maia (DEM-RJ) na Câmara.

Enquanto isso, o Estadão informa que Pedro Guimarães, sócio do Brasil Plural, aceitou convite do futuro ministro da Economia Paulo Guedes para comandar a Caixa Econômica Federal. Inicialmente, ele foi convidado para presidir o banco estatal ou para assumir a Secretaria de Privatizações, que será criada na governo Bolsonaro, mas teria decidido, ontem, pela Caixa. Procurado, Guimarães não comentou.

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