Ibovespa Futuro cai mais de 1% e dólar sobe com ajuste após feriado de derrocada para ADRs

Sessão é de ajuste após forte queda dos ADRs na véspera; mercado também fica de olho nas nomeações do governo de Jair Bolsonaro

Lara Rizério

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SÃO PAULO – O Ibovespa Futuro registra uma sessão de queda na volta do feriado após a forte baixa dos ADRs (American Depositary Receipts) com commodities e ações de tecnologia na véspera. Às 09h07 (horário de Brasília), o contrato futuro do índice com vencimento em dezembro registrava baixa de 1,64%, a 86.790 pontos, enquanto o dólar futuro subia 0,43%, a R$ 3,775. 

O ETF (Exchange Traded Fund) EWZ, que representa os papéis com maior peso no Ibovespa, encerrou a sessão de terça em queda de 3,36%, com destaque para os ativos da Petrobras, que recuaram cerca de 6% diante da desvalorização de 7% do petróleo em NY e com mais um adiamento da votação da cessão onerosa. Depois do alívio no pregão anterior, a commodity retomou seu movimento de queda diante das preocupações sobre o excesso de oferta. Na última sessão, o ministro da Energia russo, Alexander Novak, afirmou que os cortes na produção especulados pelo mercado no final da última semana não deverão avançar este ano e acabou colocando ainda mais pressão de venda sobre o petróleo.

Em meio ao cenário de aversão ao risco, as commodities metálicas também amargaram perdas na terça, com o contrato futuro do minério de ferro negociado na bolsa chinesa de Dalian registrando queda de 3%. Com isso, os ADRs da Vale recuaram 4,45%, enquanto da CSN fecharam com queda de 6,5% na véspera.

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Nesta manhã, o S&P futuro, o petróleo e moedas sobem, mas recuperam apenas pequena parte das perdas.

No Brasil, o mercado fica ainda de olho na formação do governo Bolsonaro e na notícia de que partidos, sem ministérios, ameaçam a votação da reforma da previdência. 

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Segundo informa o jornal O Estado de S. Paulo, a indicação de um terceiro ministro do DEM (da Saúde, Luiz Henrique Mandetta) para compor o governo ameaça colocar em xeque a votação da reforma da Previdência na Câmara. A avaliação é de que as nomeações atreladas às frentes parlamentares não têm apoio partidário e, por isso, não agregariam votos. 

Já a Reuters informa que o futuro ministro da Economia Paulo Guedes quer Secretaria de Privatizações para acelerar venda de ativos e melhorar saúde fiscal do país. A intenção de se criar esse órgão, segundo a fonte, é colocar a política de venda de ativos no centro das decisões do governo, sinalizando essa ação como uma das prioridades da futura gestão.

Noticiário corporativo

Enquanto isso, Petrobras e construtoras ficam de olho no Congresso. O texto-base de distratos foi aprovado no Senado. Ele prevê multas de até 50% sobre o valor pago pelo consumidor em caso de rescisão do negócio, porcentual considerado alto por representantes de interesses dos consumidores, uma vez que, atualmente, a jurisprudência dos tribunais determina uma retenção em torno de 10% a 25%. As emendas devem ser votadas nesta quarta- feira, disse Romero Jucá.

Sobre a Petrobras, o presidente do Senado, Eunício Oliveira (MDB-CE), afirmou em sessão do Plenário nesta terça-feira (20) que vai segurar a votação da cessão onerosa “por tempo indeterminado” até que haja consenso entre os líderes da Casa. A possibilidade de divisão dos recursos da outorga do leilão ganhou força na semana passada após reunião entre Eunício Oliveira e Paulo Guedes. As estimativas de arrecadação para esse leilão variam de R$ 100 bilhões a R$ 130 bilhões.

Ainda no radar corporativo a Smiles negou a a minoritários documentos da reorganização da Gol, a Gerdau foi cortada e a Cyrela adicionada às recomendações do Itaú BBA e a  B3 foi rebaixada a ’reduzir’ por HSBC, com preço-alvo de R$ 23. 

Já o Banrisul desistiu da oferta pública de ações do Banrisul Cartões  e, consequentemente, pagou um dividendo de R$ 353 milhões (rendimento de 4,3%), totalizando um dividend yield de 9,0% em 2018. 

Agenda de indicadores

Em destaque na agenda de indicadores doméstica, o Banco Central divulga o novo relatório semanal de dados de fluxo cambial às 12h30 em seu site, após saída de US$ 628 milhões entre os dias 1 e 9 de novembro. 

Nos EUA, o mercado têm bateria de dados nesta quarta, incluindo pedidos de bens duráveis às 11h30, mesmo horário do número de pedidos de seguro-desemprego, além do índice de indicadores antecedentes, venda de casas usadas e sentimento de Michigan às 13h. 

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.