Joesley Batista é preso por suposto esquema de corrupção no Ministério da Agricultura

O ex-executivo da J&F Ricardo Saud foi solto em março e também é alvo de mandado de prisão, mas está fora do país. 

Weruska Goeking

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SÃO PAULO – Os executivos da JBS Joesley Batista e Demilton de Castro e o vice-governador de Minas Gerais, Antonio Andrade (MDB), foram presos nesta sexta-feira (9) pela Polícia Federal. A operação, batizada de Capitu, investiga um suposto esquema de corrupção no Ministério da Agricultura durante o governo da presidente Dilma Rousseff (PT).

No total, são cumpridos 62 mandados de busca e apreensão em Minas, São Paulo, Rio de Janeiro, Paraíba e Mato Grosso do Sul. A operação é um desdobramento da Operação Lava Jato e é baseada na delação do doleiro Lúcio Funaro, apontado como operador do MDB. 

A investigação aponta que duas grandes redes varejistas do estado de Minas Gerais, por meio de seus controladores e diretores, participaram diretamente do esquema.

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“Suspeita-se que esta rede, devido ao grande movimento de dinheiro em espécie, utilizou-se deste fluxo para dar ar de licitude a valores doados a partidos e políticos, no período de agosto de 2014 a fevereiro de 2015”, informa a Receita Federal, que participa da ação. 

O dinheiro era repassado pelas redes varejistas aos partidos e políticos por meio da simulação de recebimento de duplicatas pela grande empresa de processamento de proteína animal e pela transferência financeira a seis escritórios de advocacia por serviços, supostamente não realizados, acobertados por contratos simulados e notas fiscais de tais escritórios. 

Com o desenrolar das investigações foi descoberto ainda um esquema de pagamento de vantagens indevidas a altos dirigentes do Ministério da Agricultura por parte da grande empresa do ramo alimentício, com a produção de legislação e atos normativos que beneficiavam a essa grande empresa. 

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As irregularidades podem configurar diversos crimes, entre eles, constituição e participação em organização criminosa, obstrução de justiça, falsificação de documentos, crime contra a ordem tributária, corrupção ativa e passiva e lavagem de dinheiro. As propinas pagas aos agentes públicos e políticos estão estimadas em mais de R$ 22 milhões.

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A operacionalização do esquema envolveu agentes públicos, políticos e partidos políticos, além da JBS, duas grandes redes de supermercados de Minas Gerais e escritórios de advocacia. 

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Capitu, o nome da operação, faz alusão a uma suposta traição de Capitu, personagem do livro Dom Casmurro de Machado de Assis. 

Mais uma prisão
Joesley já havia sido preso em setembro de 2017, por suspeita de que estivesse contando com ajuda do procurador da República Marcello Miller no acordo de delação premiada firmado com a Procuradoria-Geral da República.

Em março deste ano, o juiz Marcus Vinícius Reis Bastos, da 12ª Vara Federal de Brasília, mandou soltar o empresário Joesley Batista, que está preso em São Paulo. O ex-executivo da J&F Ricardo Saud também foi liberado na época e é alvo de mandado de prisão, mas está fora do país. 

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Defesa
Por meio de nota, a defesa de Joesley informou que a prisão de seu cliente foi recebida com “estranheza”, uma vez que o empresário é colaborador da Justiça, função que estaria sendo cumprida “à risca”.

“Causa estranheza o pedido de sua prisão no bojo de um inquérito em que ele já prestou mais de um depoimento na qualidade de colaborador e entregou inúmeros documentos de corroboração.

A prisão é temporária e ele vai prestar todos os esclarecimentos necessários”, diz a nota, em declaração atribuída ao advogado André Callegari.

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(Com Agência Brasil)