Ambev despenca 6% com resultado decepcionante; Vale vira para queda apesar de balanço positivo

Confira os destaques da B3 na sessão desta quinta-feira (25)

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Após uma forte queda na véspera, a sessão é de ganhos para o Ibovespa, com a trégua da queda do mercado internacional, à espera do Datafolha e repercutindo a temporada de balanços. Contudo, esse início de divulgação dos números do terceiro trimestre é misto, com os bons resultados de Vale e os resultados de decepcionantes Via Varejo mas, principalmente, de Ambev. Confira os destaques do mercado nesta sessão:

 

Vale (VALE3)

A Vale chegou a subir 3% com os bons resultados do terceiro trimestre, mas logo virou para queda. A companhia encerrou o terceiro trimestre deste ano com um lucro líquido de US$ 1,408 bilhão, uma queda de 37% ante os US$ 2,230 bilhões registrados um ano antes. A receita líquida da mineradora teve alta de 5,5%, passando de US$ 9,050 bilhões no terceiro trimestre de 2017 para atuais US$ 9,543 bilhões.

O Ebitda (Lucros Antes de Juros, Impostos, Depreciação e Amortização, na sigla em inglês) ajustado, por sua vez, teve leve alta de 4,3%, atingindo US$ 4,374 bilhões entre julho e setembro deste ano.

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Um dos pontos que mais chamou atenção foi o endividamento da Vale, que caiu para US$ 10,704 bilhões, o que representa uma queda de 49,19%. Segundo a companhia, o principal fator por esta melhora foi a forte geração de fluxo de caixa livre, que ficou em US$ 3,1 bilhões.

O Itaú BBA prevê que os resultados do quarto trimestre continuarão fortes, o Bradesco BBI afirma que a companhia foi uma “sólida máquina de dinheiro”, enquanto a Santander espera que a mineradora continue com bons resultados operacionais.

Para o Credit Suisse, a Vale “entregou um trimestre sólido e deixou claro que o capital allocation está caminhando na direção mais correta”. Ainda de acordo com os analistas, “a combinação de um balanço desalavancado e forte geração de caixa deixa a empresa em uma situação mais confortável para escolher por onde crescer”.

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Ambev (ABEV3)

A Ambev teve um aumento na receita líquida de 5,8% no terceiro trimestre. O lucro líquido ajustado foi de R$ 2,9 bilhões, 10,2% menor do que no mesmo trimestre do ano anterior. Já o Ebitda foi de R$ 4,4 bilhões, com crescimento orgânico de 9%, margem bruta de 60,5% e margem Ebitda de 40,2%. O lucro por ação ajustado no trimestre foi de R$ 0,18 – uma queda de 8,2%.

As vendas líquidas no trimestre frustraram a estimativa de quem estava mais otimista. Os resultados vieram em R$ 11,06 bilhões, contra uma estimativa de R$ 12,19 bilhões do mercado. A teleconferência com os analistas acontece hoje às 11h (horário de Brasília).

Na opinião do Itaú BBA, os resultados vieram negativos, 12% abaixo das estimativas dos analistas e devem continuar performando abaixo da média nos próximos trimestres.

Para o Credit Suisse, a declaração da Heineken de que os volumes no Brasil cresceram por volta de dois dígitos no terceiro trimestre, reforça a tese de que o portfólio mix (premium & valor x premium & convencional) está fazendo toda a diferença.

Por conta dos resultados abaixo do esperado, os analistas do JP Morgan optaram por rebaixar a recomendação de “neutra” para “underwieght”.

 

Petrobras (PETR3; PETR4)

De acordo com o Estadão, o candidato Jair Bolsonaro (PSL) está avaliando nomes militares para presidir a Petrobras, caso seja eleito. Para a campanha do presidenciável, ter a estatal mais importante do país sob comando de um general passaria a imagem de austeridade para “minimizar impactos de um possível governo com políticos tradicionais”. Até o momento não há nomes nas Forças Armadas cotados para presidir a estatal.

Além disso, a Folha de S. Paulo informa que a equipe de Bolsonaro avalia imposto flexível para combustível. Em seu plano de governo, o presidenciável diz que deixará a Petrobras livre para seguir os preços praticados no mercado internacional, mas com “mecanismos de hedge” (proteção) para suavizar a volatilidade da cotação do petróleo.

Via Varejo (VVAR11)

A Via Varejo registrou um prejuízo líquido de R$ 79 milhões no terceiro trimestre de 2018, após apresentar um lucro líquido de R$ 46 milhões no mesmo período do ano anterior. A receita líquida da empresa no trimestre foi de R$ 66,37 bilhões – uma alta de 4,3% sobre os R$ 6,10 bilhões do 3º trimestre de 2017. O Ebitda (Lucros Antes de Juros, Impostos, Depreciação e Amortização, na sigla em inglês) recuou 66,8% neste último trimestre, para R$ 131 milhões. 

Localiza (RENT3)

A Localiza registrou um aumento de 34,9% na receita líquida do terceiro trimestre de 2018, para R$ 637,4 milhões. O lucro líquido foi de R$ 159,9 milhões no trimestre, um aumento de 14,6% e em linha com o esperado. O Ebitda consolidado no período totalizou R$ 396,2 milhões, 19,2% maior que o mesmo período do ano anterior.

A companhia destaca ainda o aumento na frota, de 208 mil para 222 mil. A companhia também destaca o recorde de volumes de vendas de seminovos, com mais de 30 mil carros no trimestre.

Odontoprev (ODPV3)

A Odontoprev registrou uma receita líquida de R$ 413 milhões no terceiro trimestre deste ano, o melhor desempenho desde o segundo trimestre de 2012, segundo a companhia. O Ebitda ajustado atingiu R$ 101,5 milhões, 24,8% superior ao terceiro trimestre de 2017. O lucro líquido atingiu R$ 65 milhões, um aumento de 8,4%.

A administração também destaca a adição líquida de 711 mil vidas, sinistralidade de 45,7% (abaixo dos 47,6% do mesmo trimestre do ano anterior).

Biosev (BSEV3)

A Biosev informou em comunicado ao mercado que contratou a Datagro para a prestação de serviços de consultoria e assessoria financeira nas unidades Estivas e Giasa. Não houve, entretanto, nenhuma discussão ou contratação a este respeito envolvendo o Santander Brasil por parte da companhia, disse.

Ainda de acordo com a companhia, será dada a continuidade ao seu programa de competitividade operacional, que inclui a análise e revisão de potenciais alternativas estratégicas relacionadas a todo o seu portfólio de ativos.

Multiplus (MPLU3)

O Credit Suisse elaborou um laudo de avaliação, contratado pela Latam, para o fechamento de capital da Multiplus, estabelecendo uma faixa de preço de R$ 15,23 e R$ 16,75 para as ações do programa de fidelidade. Os valores representam, respectivamente, uma queda de 32% e 38% em relação ao fechamento do dia 24.

Em setembro, a Latam anunciou que não pretende renovar seu contrato com a Multiplus, que vence em 2024, e que vai retirar o programa de fidelidade da bolsa de valores brasileira. De acordo com a companhia, a intenção é incorporar a Multiplus na Latam “no prazo mais breve possível”.

A transação abrangerá um processo de OPA (Oferta Pública de Ações) da Latam Airlines Brasil pelo equivalente a aproximadamente 27,3% do capital social em circulação da Multiplus (o free float mantido por investidores minoritários públicos) – valor total aproximado de R$ 1,2 bilhão – e o subsequente cancelamento do registro da Multiplus como companhia aberta na CVM.

Banrisul (BRSR6)

A Banrisul anunciou o pagamento de juros sobre o capital próprio referente ao 4º trimestre de 2018 no valor total de R$ 70 milhões, sendo o valor unitário por tipo e classe de ação, R$ R$0,17109786 por ON, R$0,18754669 por PNA e R$0,17109786 por PNB. Os valores serão pagos em 14 de novembro.

As ações serão negociadas “ex-direito” a partir de 30 de outubro, ou seja, quem comprar depois dessa data não terá direito aos dividendos anunciados.

Cielo (CIEL3); Banco do Brasil (BBAS3)

De acordo com o blog do Lauro Jardim, o presidente do Banco do Brasil, Paulo Caffarelli, deve ser o próximo CEO da Cielo, cargo atualmente vazio desde a renúncia de Eduardo Gouveia.

Segundo coluna no Estadão, Caffarelli não ficará no BB no próximo governo, independente de quem vencer o segundo turno. O executivo tem dito a pessoas próximas que, caso Bolsonaro vença, deve deixar a vaga antes do fim do governo.

De acordo com a Brasil Plural, à medida que a eleição presidencial se consolida gradualmente em torno da vitória do candidato Bolsonaro, mais mudanças devem acontecer em torno das empresas estatais.

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JBS (JBSS3) e Fibria (FIBR3)

Também de acordo com Lauro Jardim, Guilherme Cavalcanti, diretor financeiro da Fibria, está negociando com JBS para ocupar a mesma função, sem revelar como obteve a informação e sem dar mais detalhes.

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.