A ação mais defensiva que os bancos para ganhar com as eleições na Bolsa

A confirmação do segundo turno entre Jair Bolsonaro e Fernando Haddad trouxe um otimismo para o mercado, em meio a possibilidade de vitória do candidato do PSL  

Giovanna Sutto

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SÃO PAULO – A confirmação do segundo turno entre Jair Bolsonaro e Fernando Haddad, com clara vantagem para o candidato do PSL na primeiras pesquisas,  trouxe otimismo para o mercado, que acredita que as propostas de Paulo Guedes para a economia sejam melhores que as do candidato do PT. 

Para aproveitar o vento favorável para a Bolsa, ações mais sensíveis ao cenário eleitoral – como bancos e estatais –  podem ser uma boa opção. No entanto, se o objetivo é lucrar sem estar muito atrelado ao resultado do 2° turno, as ações da B3 (B3SA3) possuem um perfil ainda mais defensivo que os dos bancos e podem oferecer um retorno interessante, segundo analistas.

A empresa pode se beneficiar pela volatilidade e pelo fluxo mais intenso na renda variável. Isso porque, considerando uma vitória de Bolsonaro, a expectativa do mercado é que a economia melhore e os juros fiquem em um patamar baixo.

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Motivos favoráveis a B3

Para o Credit Suisse, o múltiplo P/L das ações para 2019 está sendo negociado a 17,4x, patamar que coloca o papel com cerca de 25% de desconto em relação aos pares globais. Dado o tamanho da empresa e o lucro que gera, esse preço está atrativo. “De forma geral B3 entra como o nosso preferido no setor financeiro e em um cenário positivo de Brasil aparece como uma das empresas com maior espaço para re-rating e revisão de ganhos mais rápida”, diz o relatório do banco.

Além disso, a B3 é uma empresa sólida e eficiente. Por ser um oligopólio a concorrência é baixa, o que a consolida ainda mais em seu segmento de atuação. Por outro lado, os bancos oferecem mais dúvidas, podendo ser mais afetados dependendo do resultado da eleição. Além disso, crescimento de fintechs, plataformas de investimentos digitais e uma agenda do Banco Central menos favorável a eles são pontos a se observar, tornando os bancos uma opção um pouco mais arriscada que a bolsa.

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“A B3 é uma opção mais defensiva do que os bancos. Os investidores mais cautelosos com eleições enxergavam um bom risco x retorno no papel em um cenário de bolsa e bancos para baixo, mas na maioria dos casos estavam cientes de que em uma eventual busca por papéis com Beta alto, poderíamos ver a B3 underperform. O pregão de segunda-feira (8) marcou um forte rally dos bancos e confirmou a tese”, afirmam analistas do Credit Suisse em relatório. Por isso, a recomendação do banco para o papel é outperform com preço-alvo de R$ 31 para 2019, um upside de 26%.

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A B3 pode apresentar um bom desempenho, ainda, por que com os juros baixos, os investidores vão migrar da renda fixa, que nesse contexto perde a atratividade, para a renda variável. As empresas passam a investir mais na bolsa e tendem a fazer mais financiamentos no mercado acionário, por meio da Abertura de Capital (IPO).

Para o BTG Pactual, a ação da bolsa também é uma oportunidade dado o momento, mesmo apresentando um terceiro trimestre mais fraco com volumes menores de equities e derivativos. “Mas nada que nos preocupe”, diz o relatório do banco.

Os analistas sustentam que um cenário mais favorável vindo das eleições é mais importante, dado que o upside para o Ibovespa somado a retomada de ofertas devem ser um gatilho de volume – como no pregão da segunda-feira (8), quando volume médio diário negociado (ADTV) chegou a R$ 25 bilhões. “Gostamos do case e dado o momento atual, achamos uma das melhores histórias para capturar a recuperação do mercado de capitais no Brasil”, afirmam os analistas no relatório. A recomendação do banco é de compra com preço-alvo de R$ 27.

Na prática, a B3 é uma boa opção em qualquer cenário de eleições. O papel da bolsa está menos exposto ao risco e pode ser uma alternativa mesmo para o investidor que tem incertezas sobre a vitória do candidato do PSL e acha que Haddad pode ganhar, o que não seria tão favorável no mercado e poderia derrubar as ações de bancos e estatais.  

“O mais interessante da B3 é que com a expectativa de juros baixos mais investidores vão buscar ações e mais empresas vão investir na bolsa. Desde que o papel entrou na carteira em 2016 nunca mais saiu”, afirma Thiago Salomão, analista da Carteira InfoMoney e editor chefe do InfoMoney. 

Vale dizer que o viés otimista com a ação não é unânime. O banco JP Morgan optou por rebaixar os papéis da B3 para ‘neutro’, estimando um preço-alvo de R$ 26, segundo informações da Bloomberg. 

No pregão desta quinta-feira (11), a ação da B3 (B3SA3) estava em queda de 1,45%, às 10h50 (horário de Brasília). No ano, acumula uma alta de 9,73%.

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Giovanna Sutto

Repórter de Finanças do InfoMoney. Escreve matérias finanças pessoais, meios de pagamentos, carreira e economia. Formada pela Cásper Líbero com pós-graduação pelo Ibmec.