Estatais e bancos caem digerindo pesquisa Ibope; Forjas Taurus chega a cair mais de 20%

Confira os destaques da B3 na sessão desta terça-feira (25)

Lara Rizério

(Petrobras)

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SÃO PAULO – A forte baixa do Ibovespa na véspera se estendeu na sessão desta terça-feira com o mercado digerindo a pesquisa Ibope da noite de ontem, com os investidores repercutindo a maior força de Fernando Haddad (PT) no levantamento que, inclusive, mostra que o petista venceria Jair Bolsonaro (PSL) no segundo turno.

Com isso, a Petrobras (PETR3;PETR4) registra queda, assim como a Eletrobras (ELET3;ELET6) e bancos, que têm baixa entre 1% e 2%, caso de Banco do Brasil (BBAS3), Itaú Unibanco (ITUB4) e Bradesco (BBDC3;BBDC4). Confira os destaques desta terça-feira (25):

Petrobras (PETR3; PETR4)

As ações da Petrobras caem de olho na política, apesar do novo dia de ganhos do petróleo com o baixo interesse da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e seus aliados, como a Rússia, de aumentar a produção.

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No radar da estatal, a Petrobras anunciou que a produção total de petróleo e gás, incluindo líquidos de gás natural (LGN), atingiu, em agosto, 2,47 milhões de barris de óleo equivalente por dia (boed). Desse total, 2,35 milhões boed foram produzidos no Brasil e 116 mil boed no exterior. O resultado representa queda de 5,1% na comparação com o mês anterior, quando ficou em 2,60 milhões de barris de óleo equivalente por dia.

A petroleira anunciou ainda, que planeja ampliar as reservas de seis áreas da Bacia de Campos em 1 bilhão de barris de óleo equivalente (boe), por meio da revitalização e de descobertas. O projeto envolve grandes campos produtores já em fase madura e de declínio da produção – Marlim, Marlim Sul, Marlim Leste, Albacora Leste, Barracuda-Caratinga e Roncador.

Braskem (BRKM5)

A Braskem foi informada por sua controladora na última segunda-feira (24), de que houve um aditivo ao acordo de acionistas para permitir que as ações preferenciais da companhia detidas pela Petrobras passem a ter direito de tag along. Tag along é um mecanismo que dá aos acionistas em geral o direito de receber a proporção do valor pago, podendo ser de 80% ou 100%, pelas ações do controle caso a empresa seja vendida.

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Seguradoras

A Susep (Superintendência de Seguros Privados) divulgou ontem os dados de agosto que, segundo a Brasil Plural, apontam para outro mês positivo para o crescimento de prêmios e subscrições. De acordo com os analistas, os prêmios brutos subscritos (GWP) da Porto Seguro somaram R$ 933 milhões, apresentando um crescimento de apenas 9% em relação ao mesmo período no ano anterior (YoY), impulsionado pela marca Azul, que cresceu 22% YoY. O Bradesco, por sua vez, viu seu GWP registrar leve queda, caindo 2% YoY.

Já o GWP da BB Seguridade (BBSE3) cresceu 7% YoY; “os resultados de subscrição melhoraram, com a sinistralidade caindo 3,6 pontos percentuais, para 65,8%”. Por fim, a Tokio Marine continua crescendo e apresentando bons resultados de subscrição, registrando uma alta de 6,3% YoY, com uma sinistralidade de 57,1%. A seguradora japonesa foi a 5ª colocada neste mês, atrás da Porto, da BB Seg, do Bradesco e da Sulamerica, com GWP de R$ 306 milhões. 

Os dados de agosto da Susep divulgados ontem mostram uma melhora lenta, mas constante, na lucratividade da BB Seguridade. “Os números do lucro líquido acumulado ao longo do ano mostram que a BB Seg continua tendo problemas para atingir o novo guidance de crescimento dos lucros para 2018, de -6% a -4%, com o lucro líquido caindo 10% no ano até agora. No entanto, destacamos que o jogo pode virar por volta do 4º trimestre deste ano, quando o EPS (ganho por ação) deve crescer”, escreve a Brasil Plural.

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Na opinião do Credit Suisse, os resultados vieram positivos para o ativo e o destaque foi o crescimento em seguros de vida, com o maior nível desde agosto de 2016. A instituição financeira segue com recomendação de Outperform (performance acima da média do mercado) para o papel. 

Vale (VALE3)

A Vale informou que divulgará o balanço do terceiro trimestre de 2018 no dia 24 de outubro, após o fechamento dos mercados. A empresa divulgará simultaneamente o relatório de desempenho financeiro consolidado em IFRS (International Financial Reporting Standards). Com relação ao relatório de produção e vendas do terceiro trimestre, este será divulgado no dia 25 de outubro, antes da abertura dos mercados.

Forjas Taurus (FJTA4)

As ações da fabricante brasileira de armas de fogo Forjas Taurus registram o segundo dia de queda forte após mais do que dobrarem em menos de um mês. Um dos motivos apontados para alta seria a desvalorização recente do dólar, o que impulsionaria o resultado da companhia, uma vez que 67% de sua receita viria de venda para os EUA e de exportações para diversas regiões.

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Porém, a interpretação de grande parte do mercado é de que essa valorização estaria atrelada ao avanço do candidato Jair Bolsonaro (PSL) na corrida eleitoral e que sua eventual vitória impactaria positivamente os negócios da Forjas Taurus. Cabe destacar que Bolsonaro é conhecido defensor do porte de armas e do maior investimento em segurança pública.

Mas há um problema com essa interpretação: o candidato do PSL já repetiu diversas vezes que, se eleito, vai “quebrar o monopólio da Taurus” no mercado de armas brasileiro. Ou seja, na verdade, a empresa sairia perdendo em caso de vitória de Bolsonaro. Confira a matéria completa sobre o assunto clicando aqui. 

Leia mais em: Ação da fabricante de armas Taurus dobra de valor com Bolsonaro – mas movimento não faz sentido

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Cemig (CMIG4)

A Light caiu 3,4% ontem após notícias de que 3 acionistas confirmaram que irão exercer irrevogavelmente sua opção de venda contra a Cemig até 30 de novembro. De acordo com a equipe de Research da XP Investimentos, a probabilidade da Light se tornar estatal e enfrente antecipação de dívidas é limitada, uma vez que a Cemig já declarou que alienaria parte de sua participação em um bloco se necessário. “Assim, as preocupações com a Light não se referem a um ponto de vista de liquidez e endividamento, mas do ponto de vista técnico para as ações”, escrevem.

Via Varejo (VVAR11)

A Via Varejo anunciou ontem uma parceria com a Getnet, empresa de tecnologia de meios de pagamento do Santander, para agregar oferta de produtos aos vendedores do marketplace. A parceria, com exclusividade de 3 anos, prevê a oferta de serviços financeiros aos sellers como antecipação de recebíveis, sistema antifraude, pagamento recorrente, conciliação das vendas, entre outros. 

Na opinião da equipe de Research da XP Investimentos, a iniciativa é positiva dado que permite uma agilidade para a empresa no crescimento de oferta de produtos e expansão do marketplace.

Com Agência Brasil

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.