Só 1 ação do Ibovespa fecha em alta; BR Properties despenca 10% e Gradiente salta 47% após derrocada de 75%

Confira os destaques da B3 na sessão desta segunda-feira (24)

Lara Rizério

Visão aérea da plataforma P-52 da Petrobras na Bacia de Campos. 28 de novembro de 2007. REUTERS/Bruno Domingos

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SÃO PAULO – Após subir mais de 5% na semana passada, o Ibovespa abriu a semana com uma forte queda, de 1,84%, em meio à tensão sobre comércio global e a política nos EUA, além de preocupações internas com a eleição, enquanto a Petrobras (PETR3;PETR4) fechou em baixa apesar da forte alta do petróleo no exterior. Bancos como Banco do Brasil (BBAS3), Itaú Unibanco (ITUB4) e Bradesco (BBDC4) fecharam com baixa próxima a 3%.  Os investidores ficam na expectativa pela pesquisa Ibope que deve ser divulgada nesta segunda-feira, após o DataPoder360 mostrar Jair Bolsonaro e Fernando Haddad empatados dentro da margem de erro no 1º e no 2º turnos.

Com isso, apenas uma ação do Ibovespa, a Ultrapar (UGPA3), fechou em alta; Gol (GOLL4) registrou a maior queda em meio à alta do dólar de 1%, a R$ 4,088, uma vez que a empresa é bastante endividada em dólar, além de elevar os custos da áerea. Fora do índice, as ações da BR Properties (BRPR3) despencaram 10% após a estatal devolver o prédio para a companhia, enquanto a dona da Gradiente (IGBR3) saltou mais de 47%, sem nenhum motivo aparente. Confira os destaques do mercado: 

Embraer (EMBR3)

A Embraer e a Boeing querem concluir até 5 de dezembro todos os processos relativos à criação da joint venture que vai controlar a divisão de aviação comercial da fabricante de aeronaves.

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De acordo com o Estadão, até a data as empresas esperam aprovar o negócio nos respectivos conselhos de administração, anunciar a operação e dar entrada com os documentos nas autoridades concorrenciais competentes.

Conforme acordo, a Boeing vai pagar US$ 3,8 bilhões por 80% do segmento de aviões comerciais da Embraer.

Vale (VALE3)

Após disparar em 4 pregões e chegar aos R$ 60, a Vale teve um dia de leve queda com a baixa de 0,4% do minério de ferro em Qingdao e em meio ao acirramento da disputa entre China e EUA. 

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Os metais recuam na China e em Londres após  China dizer que não terá negociações comerciais com EUA se o presidente Donald Trump não parar com ameaças. Vale ressaltar que entrou em vigor nesta segunda-feira (24) as tarifas de 10% dos Estados Unidos sobre US$ 200 bilhões em produtos chineses em uma nova rodada da guerra comercial envolvendo os dois países. 

IGB Eletrônica (IGBR3)

Após cair 75% em dois pregões, as ações da dona da Gradiente fecharam em uma disparada de 47%, sem nenhum motivo que justificasse da alta. 

Na quinta-feira, as ações da companhia desabaram e seguiram a queda na sexta após a companhia sofrer uma derrota no STJ (Superior Tribunal de Justiça) para a Apple sobre o uso da marca iPhone no Brasil. A 4ª turma do Tribunal decidiu que o registro da marca “Gradiente Iphone” pela IGB não impede que a Apple use o nome, garantindo a definição que já havia sido dada pelo TRF (Tribunal Regional Federal) da 2ª região. A decisão é uma resposta a um recurso da IGB e do INPI (Instituto Nacional de Propriedade Industrial), que tentava reverter a decisão anterior.

Votaram contra o recurso os ministros Luís Felipe Salomão (relator), Isabel Gallotti, Marco Buzzi e Antonio Carlos Ferreira, presidente da Turma. O desembargador convidado, José Lázaro Alfredo Gomes, divergiu. Pela decisão anterior, o TRF já havia dito que “permitir que a empresa Ré utilize a expressão IPHONE de uma forma livre, sem ressalvas, representaria imenso prejuízo para a Autora, pois toda fama e clientela do produto decorreram de seu nível de competência e grau de excelência. A pulverização da marca, neste momento, equivaleria a uma punição para aquele que desenvolveu e trabalhou pelo sucesso do produto”. A companhia pode recorrer. 

BR Properties (BRPR3)

Dois bancos rebaixaram a recomendação de BR Properties para Underperform (performance abaixo da média do mercado) após a Petrobras anunciar que pretende devolver os restantes 22 mil metros quadrados de escritórios ocupados em Ventura.

Em relatório, o Credit Suisse afirma que vê a notícia como negativa e estima que o portfólio da companhia alcance uma vacância financeira de até 30%, contra 22% em agosto. “Como resultado, a recuperação do Ebitda deve levar mais tempo para se materializar e a alavancagem deve permanecer alta por mais tempo, pressionando as margens”, escrevem os analistas.

A ideia também foi compartilhada pela Bradesco BBI, que afirma que além do impacto da vacância, também há um risco potencial com relação ao preço do aluguel, uma vez que a companhia cobrava da Petrobras R$ 180/m2, e o novo preço ajustado do metro quadrado com o aumento da vacância seria de R$ 140/mês.

Via Varejo (VVAR11)

A Via Varejo informou nesta segunda-feira (24) que firmou uma parceria com a Getnet, empresa de tecnologia do grupo Santander, para oferecer um portal aos vendedores de sua plataforma eletrônica marketplace. A parceria, com exclusividade de três anos, prevê a oferta aos sellers da Via Varejo uma solução abrangente de serviços financeiros.

Em comunicado, a Via Varejo anunciou que além do serviço de antecipação de recebíveis, que auxiliará os parceiros na melhora do capital de giro, a parceria oferecerá diversas outras soluções como: sistema antifraude, cofre, pagamento recorrente, conciliação das vendas, aceitação e geração de boleto, checkout digital seguro, consultoria e infraestrutura na nuvem.

Forjas Taurus (FJTA4)

Após dobrar de valor de mercado em menos de um mês, as ações da Forjas Taurus engataram a segunda sessão de forte queda. Um dos motivos apontados seria a desvalorização recente do dólar, o que impulsionaria o resultado da companhia, uma vez que 67% de sua receita viria de venda para os EUA e de exportações para diversas regiões.

Porém, a interpretação de grande parte do mercado é de que essa valorização estaria atrelada ao avanço do candidato Jair Bolsonaro (PSL) na corrida eleitoral e que sua eventual vitória impactaria positivamente os negócios da Forjas Taurus. Cabe destacar que Bolsonaro é conhecido defensor do porte de armas e do maior investimento em segurança pública.

Mas há um problema com essa interpretação: o candidato do PSL já repetiu diversas vezes que, se eleito, vai “quebrar o monopólio da Taurus” no mercado de armas brasileiro. Ou seja, na verdade, a empresa sairia perdendo em caso de vitória de Bolsonaro. Confira a matéria completa sobre o assunto clicando aqui. 

Eletrobras (ELET6)

A Eletrobras está avaliando vender uma fatia da Eletronuclear a um grupo estrangeiro para finalizar as obras da usina nuclear de Angra 3, no Rio de Janeiro, que ainda precisa de investimentos de cerca de R$ 17 bilhões para ser concluída.  

Segundo o jornal Valor Econômico, a ideia é lançar uma concorrência internacional para atrair novos sócios nos próximos meses, antes do início do novo governo. A elétrica brasileira, porém, permanecerá como controladora da subsidiária.

IRB (IRBR3)

De acordo com o Valor, a Berkshire Hathaway, do bilionário Warren Buffet, e o IRB estariam negociando uma possível venda de um stake da resseguradora brasileira para a Berkshire. Há duas semanas, em Monte Carlo, o presidente, José Carlos Cardoso, e o vice-presidente do IRB, Fernando Passos, se encontraram com o co-CEO da Berkshire, Ajit Jain. Novas negociações foram agendadas para depois das eleições presidenciais brasileiras.

Concessionárias

A ABCR (Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias) entrou na Justiça para que a agência reguladora de transportes do Estado de São Paulo, a Artesp, se posicione sobre a isenção de cobrança de eixo suspenso de caminhões nas rodovias paulistas.

A cobrança do eixo era permitida desde 2013, mas foi revogada durante a greve dos caminhoneiros em maio deste ano, de forma a atender o pedido do governo federal e pôr fim à manifestação. A ABCR alega que até o momento não há definição sobre o reequilíbrio dos contratos das concessionárias. A notícia pode impactar CCR (CCRO3) e EcoRodovias (ECOR3).

Azul (AZUL4)

A Azul anunciou a contratação da Azorra para auxiliar no processo de revenda e subarrendamento da frota de Embraer. Com a parceria, a Azul espera adiantar a transição de sua frota atual de E1s para aeronaves da Embraer da geração nova. “O principal destaque da notícia é que a empresa está empenhada em acelerar a transição da frota para jatos de nova geração, o que deverá resultar em queda mais rápida dos custos unitários, e consequentemente ganhos de margem”, escreve a XP Investimentos. 

Carrefour (CRFB3)

O Casino anunciou ter rejeitado uma tentativa de fusão do Carrefour e agora, dois dos maiores grupos supermercadistas da França entram na disputa. Do outro lado, o Carrefour nega ter feito qualquer negociação de fusão entre as empresas.

De acordo com a Reuters, houve uma reunião em 12 de setembro entre o presidente-executivo do Carrefour, Alexandre Bompard, e o presidente-executivo do Casino, Jean-Charles Naouri, para discutir uma ampla gama de tópicos sobre oportunidades para os dois. No entanto, uma fonte do governo francês disse que o governo não estava ciente de qualquer negociação entre as empresas.   

O Carrefour é a segunda maior rede da França, com 20% de participação de mercado, enquanto o Casino tem quase 12%.   

Cemig (CMIG4)

A elétrica Cemig recebeu na última sexta-feira (21) notificação do BB-Banco de Investimento, da BV Financeira e do Banco Santander sobre intenção das instituições de exercerem a opção de venda de participações na Rio Minas Energia Participações (RME).

Em nota, a companhia informou que as três instituições querem exercer o direito de venda da totalidade das ações de suas propriedades representativas de 50% do capital social votante e 25% do capital social total da RME (veículo de investimento que detém 13,03% de participação no capital social da Light).

A aquisição deve ocorrer até o dia 30 de novembro pela Cemig ou por um terceiro por ela indicado.

Biosev (BSEV3)

A produtora brasileira de açúcar e etanol controlada pela trading de commodities Louis Dreyfus, a Biosev, vendeu uma usina para pagar dívida e está tomando outras medidas para impulsionar os estoques do combustível.

A usina em questão é a Estivas, no Rio Grande do Norte, que foi vendida por R$ 203,6 milhões para um fundo de investimento, cujo nome não foi revelado. De acordo com o jornal Folha de S. Paulo, a empresa planeja usar os recursos da venda para pagar uma dívida que não faz parte da recente reestruturação de débitos, que inclui injeção de capital de US$ 1 bilhão pela Louis Dreyfus.

Braskem (BRKM5)

A reunião entre o presidente Michel Temer e o presidente da holandesa LyondellBasell, Bob Patel, que negocia a compra da Braskem, aconteceria no último domingo (23), mas foi cancelada. O motivo foi o desencontro de agendas. Os ministros de Minas e Energia, Moreira Franco, e da Fazenda, Eduardo Guardia, também participariam.

De acordo com o Valor, o objetivo era conversar sobre a negociação com a brasileira Odebrecht, que controla a Braskem, e ter informações sobre a situação política do país.

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.