Pedro Parente diz que teve uma lição ao comandar a Petrobras e que saiu para preservá-la

"Saímos de uma situação de sermos muito festejados para sermos muito atacados em questão de dias", afirmou o ex-CEO da estatal na 8ª Expert XP 

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Com mais de quatro décadas de carreira, – mais precisamente 47 anos,  como fez questão de ressaltar -, o CEO (Chief Executive Officer) da BRF (BRFS3), Pedro Parente, destacou os momentos de maior desafio que passou nestes anos em um painel na 8ª Expert XP 2018, o maior evento de investimentos da América Latina.

Em conversa com o analista-chefe da XP Investimentos, Karel Luketic, Parente citou alguns momentos desafiadores e complicados na sua carreira, como quando houve a maxidesvalorização cambial de 1999 e ele fazia parte do governo FHC, para depois assumir o ministério da Casa Civil, quando assumiu o ministério de Minas e Energia durante o apagão e, anos mais tarde, quando teve a missão de assumir a Petrobras (PETR3;PETR4).

Sobre esse último desafio, ele afirmou que uma das razões pelas quais ele aceitou comandar a estatal foi à indignação com o momento, após a companhia sofrer anos a fio com a corrupção dentro dela, além de estar em uma situação financeira bastante complicada.

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Parente afirmou que teve uma lição na Petrobras durante a greve dos caminhoneiros, que culminou com o seu pedido para deixar o comando da estatal. “Saí porque tinha que sair da empresa, para preservá-la”, afirmou, apontando que os ataques à política de preços  estavam concentrados nele. 

Assim, o ex-CEO da Petrobras destacou que é preciso ter cuidado também quando tudo parece que vai muito bem, pois pode-se “abrir a guarda”: “não foi o caso, mas saímos de uma situação de sermos muito festejados para sermos muito atacados em questão de dias”. Desta forma, ele apontou que apenas o planejamento estratégico não é suficiente, também precisando debater sobre a cultura organizacional de uma empresa. 

Quando questionado sobre a privatização da empresa, ele defendeu que a discussão não seja ideológica. Parente ressaltou que o fato da Petrobras ser estatal leva a um custo de burocracia; porém, não se pode ignorar a missão da empresa em garantir o abastecimento nacional. Além disso, ele clamou que a Petrobras não seja mais um instrumento de barganha política, independentemente do novo presidente da República eleito: “tem que ser assegurado que, qualquer que seja a discussão, a Petrobras tenha segurança”. 

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Sobre o seu mais novo desafio, o comando da BRF, Parente também listou os diversos desafios a serem enfrentados pela empresa após as operações da Polícia Federal, além do fato dos preços de insumos para a produção estarem mais caros, o que é o caso da soja. A companhia ainda tem que enfrentar um endividamento elevado, o que fez com que Parente já lançasse medidas para reduzir a alavancagem. “Estamos endereçando essas questões, mas o efeito será ao longo do tempo. O pior ficou para trás e temos melhorias progressivas”, ressaltou. 

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.