Ibovespa Futuro tem leve alta e dólar cai digerindo Ibope; falas do Fed e tensão comercial no radar

Já no cenário internacional, a tensão com a guerra cambial continua dando o tom dos negócios, enquanto o mercado também fica de olho nas falas de dirigentes do Fed

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Após o Ibovespa afundar 2,3% e o dólar avançar 1,5% na véspera repercutindo negativamente a pesquisa Datafolha, o mercado brasileiro aponta para recuperar parte das perdas digerindo o Ibope mais favorável para o candidato do PSL à presidência, Jair Bolsonaro. O levantamento mostrou que o candidato subiu de 22% para 26% nas intenções de voto, mantendo a liderança da disputa e aliviando os temores de uma vitória da esquerda na eleição.

Assim, às 9h06 (horário de Brasília), o contrato futuro do Ibovespacom vencimento em outubro teve alta de 0,55%, a 75.680 pontos, enquanto o contrato do dólar futuro com vencimento no mesmo mês registrava leve baixa de 0,46%, a R4 4,140. Já o dólar comercial tem baixa de 0,63%, a R$ 4,1279 na venda. 

Além disso, nas quatro simulações feitas para segundo turno, todas contando com Bolsonaro na disputa, em todas o candidato do PSL empata na margem de erro, situação bem melhor da apresentada no último Datafolha, onde ele perdia de todos, com exceção de Fernando Haddad (PT), que foi confirmado na terça-feira como substituto de Lula na corrida presidencial. 

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Já no cenário internacional, a tensão com a guerra cambial continua dando o tom dos negócios, enquanto o mercado também fica de olho nas falas de dirigentes do Fed. 

Os mercados asiáticos encerraram em queda e o principal índice acionário por lá, o MSCI Asia Ex- Japan, chegou ao menor nível em 14 meses com os investidores preocupados com as tensões comerciais. A China deve se reunir com a OMC (Organização Mundial do Comércio) em 21 de setembro para pedir permissão para impor sanções aos Estados Unidos sobre sua disputa comercial.

Alguns investidores alertam para a construção de uma “tempestade perfeita” para moedas de mercados emergentes em meio a uma confluência de fatores, incluindo expectativas de aumento da taxa de juros pelo Fed (Federal Reserve, o banco central dos EUA).

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As bolsas europeias e os índices futuros dos Estados Unidos operam em leve alta, também com os investidores atentos ao comércio global. O preço do petróleo chega perto de US$ 80 diante das preocupações com a oferta global da commodity. O ministro russo da Energia, Alexander Novak, alertou sobre o impacto das sanções dos EUA contra o Irã e os mercados de petróleo também observam com preocupação a chegada do furacão Florence à costa norte-americana em meio à crescente demanda por gasolina e diesel.

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Pesquisa Ibope

O Ibope mostrou que Jair Bolsonaro (PSL) subiu de 22% para 26% nas intenções de voto, mantendo a liderança da disputa. Na segunda colocação, a disputa segue bastante embolada, com quatro candidatos: Ciro Gomes (PDT), que passou de 12% para 11%; Marina Silva (Rede), que caiu de 12% para 9%; Geraldo Alckmin (PSDB), que manteve 9%; e Fernando Haddad (PT), oscilou de 6% para 8%.

Alvaro Dias (Podemos) e João Amoêdo (Novo) mantiveram os 3%, mesma intenção de Henrique Meirelles (MDB), que saiu de 2% na última pesquisa. Vera Lúcia (PSTU) e Cabo Daciolo (Patriota) aparecem com 1% e os outros candidatos não pontuaram. Branco e nulos são 19% e não sabe ou não respondeu, 7%.

A pesquisa ouviu 2.002 eleitores, de todo o território nacional, entre os dias 8 e 10 de setembro, coleta anterior ao Datafolha. As duas pesquisas têm prazos de apuração diferentes e novos levantamentos devem ser monitorados com os investidores buscando a tendência após PT confirmar candidatura de Haddad. 

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Nas quatro simulações feitas para segundo turno, todas contando com Bolsonaro na disputa, em todas o candidato do PSL empata na margem de erro, situação bem melhor da apresentada na última pesquisa, onde ele perdia de todos, com exceção de Haddad. Confira os cenários:

– Ciro 40% x 37% Bolsonaro (branco/nulo: 18%; não sabe/não respondeu: 4%)
– Alckmin 38% x 37% Bolsonaro (branco/nulo: 21%; não sabe/não respondeu: 4%)
– Bolsonaro 38% x 38% Marina (branco/nulo: 20%; não sabe/não respondeu: 4%)
– Haddad 36% x 40% Bolsonaro (branco/nulo: 19%; não sabe/não respondeu: 5%)

Já na taxa de rejeição (candidatos em que o eleitor não votaria de jeito nenhum), Haddad foi o único que não viu seu número cair, se mantendo em 23%. Bolsonaro, após o ataque sofrido na semana passada, viu sua rejeição recuar de 44% para 41%.

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Leia mais: Ibope x Datafolha: o que veio de diferente entre as duas pesquisas

Noticiário político 

A presidente do PT, Gleisi Hoffmann, anunciou de forma oficial Fernando Haddad como substituto de Lula para ser o candidato da sigla à presidência em ato realizado na frente da sede da Polícia Federal em Curitiba. Além disso, foi confirmado que Manuela D’Ávila (PCdoB) será a vice na chapa.

Ainda sobre Lula, o ministro Edson Fachin, do STF (Supremo Tribunal Federal), enviou ao plenário virtual da Corte um recurso do ex-presidente contra a decisão em que ele negou a suspensão da condenação do político no caso do triplex no Guarujá (SP). O pedido foi negado por Fachin no último dia 6.

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Neste processo, a defesa do ex-presidente busca garantir a presença dele na disputa ao Palácio do Planalto por meio da suspensão da condenação de Lula, imposta pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4), segunda instância da Justiça Federal. Ao ser encaminhado ao plenário virtual, o agravo da defesa contra a decisão de Fachin deve ser julgado remotamente pelos 11 ministros do STF, que têm sete dias para votar, a partir do momento em que o processo for pautado, o que ainda não ocorreu.

Já a Primeira Turma da Corte decidiu, por 3 votos a 2, rejeitar denúncia de racismo e discriminação apresentada pela PGR (Procuradoria-Geral da República) contra Jair Bolsonaro, devido a um discurso proferido por ele no Clube Hebraica, no Rio de Janeiro, em abril do ano passado.

Ainda sobre os candidatos, a corregedoria do CNMP (Conselho Nacional do Ministério Público), o órgão que fiscaliza e controla as atividades de procuradores e promotores, deve apurar eventuais irregularidades na atuação de alguns deles contra políticos que disputam a campanha eleitoral, informa coluna da Folha de S. Paulo.

Noticiário corporativo

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.