Ibovespa e dólar sobem de olho em pesquisas eleitorais e tensão externa

Índice chegou a subir mais de 1%, virou para o negativo, mas volta a ganhar força com cenário político incerto e volatilidade nos EUA

Rodrigo Tolotti

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SÃO PAULO – Após chegar a subir mais de 1%, o Ibovespa virou para terreno negativo no início da tarde desta segunda-feira (10) puxado pelo cenário externo, mas volta a ganhar força em dia instável dos índices norte-americanos e divulgação de diversas pesquisas eleitorais. Com isso, o mercado estende os ganhos que de quinta-feira após o atentado contra o candidato Jair Bolsonaro.

Às 14h01 (horário de Brasília), o benchmark da bolsa brasileira tinha alta de 0,49%, aos 76.787 pontos, após subir 1,15% na máxima do dia. O dólar comercial, por sua vez, tinha ganhos de 0,21% no mesmo horário, cotado a R$ 4,1126 na venda. Já o dólar futuro com vencimento em outubro deste ano tem alta de 1,29%, a R$ 4,121, recuperando a forte queda de quinta após o ataque contra Bolsonaro, quando caiu mais de 2%, se descolando do mercado à vista.

Mais cedo o mercado reagia positivamente também ao desempenho dos ADRs (American Depositary Receipts) durante o feriado e à mais recente pesquisa eleitoral – FSB/BTG Pactual – a primeira após o atentado contra Bolsonaro. Assim, o noticiário político segue dando o tom.

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O atentado contra Bolsonaro é visto pelo mercado como um fator para enfraquecimento da esquerda. Assim, os investidores repercutem de forma positiva a subida do candidato do PSL nas pesquisas – a exemplo do que ocorreu com o levantamento FSB/BTG Pactual, divulgado nesta segunda-feira, e que apontou o deputado subindo de 26% para 30% nas intenções de voto estimulada.

Enquanto isso, Ciro Gomes (PDT) aparece em segundo lugar com 12%; já Marina Silva (Rede), Geraldo Alckmin (PSDB) e Fernando Haddad (PT) estão embolados na terceira posição com 8% dos votos cada (confira a pesquisa clicando aqui). Nesta segunda, após o fechamento do mercado, está prevista a divulgação da pesquisa Datafolha feita também nesta segunda-feira. 

Conforme destaca a equipe de análise da XP Política, Bolsonaro tem chance de reconfigurar sua campanha conforme quiser e, por alguns dias, o candidato será o principal tópico na mídia, e somente depois haverá acomodação. Assim, o ritmo de “ataque” das outras campanhas será ditado pelo quadro de saúde do candidato. “A visão é que ficou mais difícil para seus adversários disputarem as eleições contra ele em termos simbólicos e táticos”, avalia a XP Política.

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Está no radar dos investidores outra pesquisa, do Datafolha, que deve ser coletada ao longo do dia e divulgada às 19h. “O maior temor neste momento é quem será o opositor de Bolsonaro, já que este está praticamente garantido no segundo turno. A pesquisa BTG ainda mostra elevado índice de rejeição ao candidato do PSL e a soma dos candidatos à esquerda (Marina, Ciro e Haddad) é praticamente a mesma do ex-capitão. Além disto, Alckmin patina nos seus 8% e a campanha do tucano recua dos ataques à Bolsonaro”, observa José Faria Júnior, diretor da Wagner Investimentos.

Atenção ainda para mais reveses sofridos por Lula na Justiça Eleitoral. O ministro Luís Roberto Barroso, vice-presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), reforçou no domingo (9), a proibição do uso do nome do petista como candidato ao cargo de presidente. Além disso, a direção do PT vai convocar reunião para terça-feira (11), em Curitiba, data limite para a substituição de Lula na corrida presidencial. Na ocasião, o nome de Fernando Haddad (PT) deve ser alçado à cabeça de chapa. 

No exterior, os investidores seguem tensos com a possibilidade de os Estados Unidos taxarem os produtos chineses. Na sexta-feira, o presidente dos Estados Unidos Donald Trump disse que as tarifas de US$ 200 bilhões podem “ocorrer muito em breve”.

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Destaques de ações
As maiores altas dentre as ações que compõem o Ibovespa são:

Cód. Ativo Cot R$ % Dia % Ano Vol1
 BRAP4 BRADESPAR PN 31,58 +4,05 +13,98 65,65M
 QUAL3 QUALICORP ON 15,87 +3,32 -46,94 34,88M
 PETR4 PETROBRAS PN N2 19,57 +3,05 +22,10 766,36M
 PETR3 PETROBRAS ON N2 22,53 +2,78 +33,76 146,75M
 CIEL3 CIELO ON 14,49 +2,62 -36,89 33,77M

As maiores baixas dentre as ações que compõem o Ibovespa são:

Cód. Ativo Cot R$ % Dia % Ano Vol1
 FLRY3 FLEURY ON 24,53 -3,77 -14,29 29,88M
 BRKM5 BRASKEM PNA 59,76 -3,08 +45,40 49,65M
 SUZB3 SUZANO PAPELON 52,87 -2,85 +184,24 131,93M
 SMLS3 SMILES ON 47,60 -2,64 -34,00 18,62M
 CCRO3 CCR SA ON 9,14 -2,45 -42,47 30,47M
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Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.