Ibovespa sobe mais de 1% e recupera os 76 mil pontos de olho em eleições; dólar diminui alta após ata do Fomc

Após abrir em queda e esboçar seguir a derrocada da véspera, índice tem alívio com mercado, enquanto divisa diminui a alta após ata do Fomc

Rodrigo Tolotti

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SÃO PAULO – Após operar em queda durante a manhã, seguindo o mau humor dos investidores com as recentes pesquisas eleitorais, o Ibovespa passou a ganhar força no início da tarde desta quarta-feira (22) e atinge sua máxima do dia, subindo mais de 1% com ajuda também da maior tranquilidade do cenário externo. 

Às 15h06 (horário de Brasília), o benchmark da bolsa brasileira tinha ganhos de 1,34%, aos 76.207 pontos, chegando a avançar 1,56% na máxima do dia. Enquanto isso, o dólar, que chegou a atingir os R$ 4,09 na máxima do dia em meio aos temores eleitorais, diminuiu fortemente a alta após a ata da última reunião do Fomc (Federal Open Market Committee).

Os integrantes do Fed apontaram que temem que a guerra comercial represente a maior ameaça à economia “forte”, o que pode representar uma menor disposição do comitê para novas altas de juros mais à frente. Com isso, o dólar comercial diminuiu fortemente os ganhos, com alta de 0,674%, a R$ 4,0644 na venda. Já o contrato de dólar futuro com vencimento em setembro tinha ganhos de 0,27%, a R$ 4,066. 

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Pesquisa Datafolha

O mercado segue digerindo o resultado da última pesquisa Datafolha, com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva reforçando sua liderança no quadro geral, o que gera preocupações sobre a potencial transferência de votos para Fernando Haddad. Por outro lado, chamou atenção o fato de que Geraldo Alckmin venceria em um eventual segundo turno contra Jair Bolsonaro, segundo a pesquisa.

Com isso, durante a manhã, o dólar voltou a registrar novas máximas. “A tendência é que a taxa de câmbio siga volátil (possivelmente com viés para depreciação adicional) no curto prazo, dado que os ativos nacionais deverão ser influenciados por novas informações de um processo eleitoral ainda imprevisível”, afirma Mauricio Oreng, estrategista-sênior para Brasil do Rabobank, em relatório. 

Para José Faria Júnior, diretor técnico da Wagner Investimentos, uma eventual atuação do Banco Central poderia ajudar a acalmar mercado, mas somente pesquisas indicando melhora de um candidato pró reformas será capaz de tirar pressão do mercado doméstico.

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A primeira pesquisa Datafolha após o registro das candidaturas ao Palácio do Planalto mostrou que Lula aparece com 39% das intenções de voto, ainda mais do que os 37% mostrados pelo Ibope na última terça. O cenário gera receios do mercado sobre a possibilidade de Lula, mesmo que inelegível, coloque o PT no segundo turno e retire Alckmin do páreo, já que quanto mais votos Lula conseguir, maior é a possibilidade de transferência para Haddad. “O receio é de uma eleição de um governo menos comprometido com reformas”, afirma o time de análise da XP Research. 

Ainda no cenário considerando o ex-presidente, o deputado Jair Bolsonaro (PSL) mantém o segundo lugar com 19% dos votos. Aparecem embolados no terceiro lugar Marina Silva (Rede, com 8%), Geraldo Alckmin (PSDB, 6%) e Ciro Gomes (PDT, 5%)

No cenário sem o petista, condenado em segunda instância e que deverá tirá-lo da disputa presidencial, Bolsonaro tem 22% das intenções de voto. Já Marina e Ciro aparecem com 16% e 10%, respectivamente. Alckmin também sobe para 9%, empatando na margem com Ciro. O nome de Haddad, provável substituto do ex-presidente, aparece com 4% das intenções de voto nesse cenário, empatado com Alvaro Dias (PODE).

Vale destacar que, quando questionados sobre a possibilidade de Lula ser impedido de disputar a eleição e caso ele declare apoio a Haddad, 48% afirmaram que não votariam num candidato indicado por ele, ao passo que 31% o fariam, enquanto 18% disseram “talvez”.

Por outro lado, no segundo turno, houve uma surpresa para Alckmin. Ele deixou o empate e derrota Bolsonaro (38% a 32%) e Ciro (37% a 31%), e viu seu resultado melhorar um pouco na simulação de segundo turno contra Marina (41% a 32%). Seu resultado melhor é contra Haddad, com o tucano batendo o petista por 43% a 20%. O possível candidato do PT também é derrotado por Bolsonaro (38% a 29%). Ciro, por sua vez, empata na margem com Bolsonaro (38% a 35%), que perde de Marina (45% a 33%).

Dados do Datafolha indicam que Haddad tem potencial para obter 24% do total dos votos e poderia, assim, chegar ao segundo turno. O potencial de Haddad se explica por dois fatos levantados pela pesquisa: ele ainda é pouco conhecido; e há disposição dos eleitores de Lula em votar em alguém indicado por ele.

Veja mais:

 Datafolha: Lula chega a 39% e, sem ele, Bolsonaro lidera com 22%; Alckmin cresce no 2º turno
– Ibope: Em cenário sem Lula, Bolsonaro lidera com 20% e Haddad aparece com 4% dos votos
– Haddad está virtualmente no 2º turno; Bolsonaro ‘joga pelo empate’ contra Alckmin, diz pesquisador
– Estratégia do PT ajuda a fortalecer Bolsonaro, afirmam diretores do Datafolha

Destaques de ações
No mercado acionário, destaque para a Petrobras (PETR4), que abriu em queda seguindo o desempenho da véspera, mas passou a subir mais forte em um dia de ganhos expressivos do petróleo. Por outro lado, os bancos ganharam força e ajudam na recuperação do índice.

As maiores altas dentre as ações que compõem o Ibovespa são:

Cód. Ativo Cot R$ % Dia % Ano Vol1
 NATU3 NATURA ON 27,69 +4,69 -15,43 24,08M
 CSAN3 COSAN ON 36,53 +3,78 -9,45 17,66M
 JBSS3 JBS ON 9,23 +3,13 -5,41 35,40M
 KROT3 KROTON ON ED 10,01 +2,77 -44,08 39,85M
 RADL3 RAIADROGASILON 77,80 +2,63 -14,89 78,61M

As maiores baixas dentre as ações que compõem o Ibovespa são:

Cód. Ativo Cot R$ % Dia % Ano Vol1
 MRFG3 MARFRIG ON 6,24 -3,11 -14,75 10,46M
 GOLL4 GOL PN N2 10,99 -1,35 -24,73 39,43M
 MRVE3 MRV ON 12,88 -1,30 -10,12 16,20M
 CPLE6 COPEL PNB 20,08 -0,99 -19,19 7,89M
 SMLS3 SMILES ON 54,55 -0,82 -24,36 11,62M
* – Lote de mil ações
1 – Em reais (K – Mil | M – Milhão | B – Bilhão)

 

Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.