Os 5 assuntos que vão agitar esta super-quarta para os mercados

Confira os principais eventos deste pregão

Weruska Goeking

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SÃO PAULO – O mês de agosto começa já com uma verdadeira “super-quarta”, marcada pelas decisões de política monetária no Brasil e nos Estados Unidos que, contudo, devem manter suas taxas. Enquanto as decisões do Copom e Federal Reserve não saem, os investidores repercutem o aumento da temperatura nas tensões comerciais após China prometer retaliar se os Estados Unidos continuarem com a ameaça de elevar tarifa de importação. O acirramento dos ânimos entre as principais potências econômicas do mundo eleva o preço do dólar em relação aos seus principais pares e a taxa dos Treasuries também operam em alta, enquanto as bolsas internacionais operam em queda. No ambiente político, presidenciáveis seguem em negociação sobre os nomes de seus vices. Veja no que ficar de olho nesta quarta-feira (1):

1. Bolsas mundiais

Nesta quarta-feira (1), em que se espera a divulgação da decisão do Fomc (Federal Open Market Committee), marcada para às 15h (horário de Brasília), as bolsas mundiais amanhecem com um pregão negativo, conforme as tensões comerciais entre EUA e China voltam a se acirrar após novas ameaças dos norte-americanos. 

Segundo reportou a Reuters, citando uma fonte da administração de Donald Trump, os Estados Unidos planejam aplicar tarifas de 25% sobre US$ 200 bilhões de importações chinesas, de modo a pressionar para que se façam concessões comerciais. O número está bem acima dos 10% antes mencionados no começo de julho. A China prometeu retaliar se os EUA continuarem com a ameaça de elevar tarifa de importação. Com a notícia, as bolsas chinesas fecharam em forte queda, ampliando as perdas dos últimos dias. Na Ásia, a sessão foi mais uma vez mista, com a bolsa japonesa de Nikkei ainda registrando bons ganhos.

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Já os índices futuros americanos – com exceção de Nasdaq – também apontam para baixo, ainda na expectativa de novos balanços corporativos, com destaque à Tesla Motors, do polêmico Elon Musk. Na Europa, todos os principais índices operam com perdas, também reagindo à temporada de resultados.

Por fim, os preços dos contratos futuros do petróleo também caem hoje pelo segundo dia seguido, após um novo relatório do American Petroleum Institute, apontando um aumento nos estoques americanos em 5,6 milhões de barris na última semana. A contagem supera muito as previsões de analistas, que esperavam uma redução de 2,8 milhões. Ainda hoje, o governo americano deve divulgar seu próprio relatório oficial.

Às 8h05 (horário de Brasília), este era o desempenho dos principais índices:

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*S&P 500 Futuro (EUA) +0,01%

*Dow Jones Futuro (EUA) -0,08%

*Nasdaq Futuro (EUA) +0,28%

*DAX (Alemanha) -0,07%

*FTSE (Reino Unido) -1,00%

*CAC-40 (França) +0,07%

*FTSE MIB (Itália) -0,68%

*Hang Seng (Hong Kong) -0,85% (fechado)

*Xangai (China) -1,80% (fechado)

*Nikkei (Japão) +0,86% (fechado)

*Petróleo WTI -1,05%, a US$ 68,04 o barril

*Petróleo brent -1,19%, a US$ 73,33 o barril

*Contratos futuros do minério de ferro negociados na bolsa chinesa de Dalian -2,66%, a 475,00 iuanes (nas últimas 24 horas)

*Bitcoin US$ 7586,18 -5,36%

R$ 29.390 -3,63% (nas últimas 24 horas)

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2. Agenda de indicadores

A Super Quarta tem como destaque as reuniões de política monetária no Brasil e nos Estados Unidos. Para o Fed, a expectativa é de que o tom do comunicado siga o cenário delineado por Jerome Powell, presidente do banco central norte-americano na sabatina com o Congresso, na semana passada. “Por ora”, a política monetária deve seguir o atual ritmo gradual de subida de juros, escorada nos dados que indicam atividade econômica em ritmo robusto de crescimento no país. Além disso, o Fed deve divulgar nova avaliação da atual condução da política monetária. A decisão deve ser conhecida às 15h (de Brasília) e a expectativa é de manutenção da taxa.

No Brasil, o Copom (Comitê de Política Monetária) deve manter a Selic em 6,50% pela terceira reunião seguida, com comunicado semelhante ao anterior, que enfatizou as condicionantes a serem acompanhadas até a próxima reunião. A decisão será divulgada logo após 18h (de Brasília).

Entre outros indicadores, serão divulgados os dados de balança comercial de julho no Brasil às 15h.

3. Bolsonaro segue na liderança

O levantamento DataPoder360 divulgado nesta quarta-feira mostrou pouca alteração no cenário eleitoral, com o candidato à presidência pelo PSL Jair Bolsonaro seguindo na liderança no cenário sem o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva como candidato. Bolsonaro tem 20% das intenções de voto, mas enfrenta uma rejeição alta, de 65%. No mês passado, o deputado tinha 21% das intenções de voto, variação esta dentro da margem de erro da pesquisa. 

Geraldo Alckmin (PSDB) tinha 7% em maio, foi a 8% em junho e, em julho, foi a 9%. As mudanças são dentro da margem de erro, mas poderiam indicar uma tendência, ainda incerta, de crescimento. O tucano foi o único a ter alta numérica na intenção de voto, dentro da margem de erro.

4. Notícias do dia

O grande destaque dos jornais do dia fica para as incertezas do cenário eleitoral, com foco na busca por vices. O jornal O Estado de S. Paulo traz a afirmação de que o presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), Luiz Fux, considera que “um político enquadrado na Lei da Ficha Limpa não pode forçar uma situação, se registrando, para se tornar um candidato sub judice”. Apesar de não citar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a declaração foi dita após ser questionado sobre a estratégia do PT para a corrida presidencial.

Do lado petista, o partido fará sua convenção no sábado (4) sem indicar o candidato a vice de Lula, nome que deve ser apresentado até 15 de agosto. Uma ala do PT voltou a ventilar o nome de Gleisi Hoffmann como opção para o cargo. 

Em sabatina transmitida pela GloboNews, a pré-candidata Marina Silva (Rede) disse que não vê “incoerência nenhuma” em formar alianças que contradizem as orientações das coligações na campanha presidencial da sigla. Ainda sem vice, Marina afirmou que está dialogando com PV, de Eduardo Jorge, que em 2014 foi candidato à Presidência pela legenda. O convite para que o PV indicasse o nome do vice foi feito no sábado (28). 

Marina Silva e Ciro Gomes (PDT) tentam evitar o isolamento na disputa presidencial, mas as negociações com PV e PSB, respectivamente, esbarram na tendência de neutralidade das siglas. Sem aliança com outros partidos, Ciro e Marina podem ser obrigados a optar por chapas puras.

Segundo jornal Valor Econômico, Geraldo Alckmin (PSDB) descartou a possibilidade de uma chapa pura e que anunciará seu vice no prazo limite. Levy Fidelix (PRTB) estaria negociando a indicação do general Hamilton Mourão para vice de Bolsonaro. 

O CMN (Conselho Monetário Nacional) anunciou na terça-feira (31) o aumento para R$ 1,5 milhão do valor dos imóveis que poderão ser comprados através do SFH (Sistema Financeiro de Habitação) e do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço). Antes, o valor era de R$ 950 mil. Para o BTG Pactual, o anúncio é positivo para o setor imobiliário e é uma forma de injetar mais crédito no setor de moradia, uma vez que tem sido a principal causa da baixa demanda por novas casas. As novas regras entrarão em vigor em 1º de janeiro de 2019 e devem injetar cerca de R$ 80 bilhões ao crédito imobiliário.

5. Noticiário corporativo

A temporada de resultados corporativos segue a todo vapor, com a Arezzo divulgando seu balanço trimestral antes da abertura do mercado, reportando lucro líquido de R$ 33,1 milhões – uma queda de 15,7% em relação ao mesmo período do ano passado. Já a BR Distribuidora, Totvs e Ultrapar apresentarão depois do fechamento. A B3 também deve revelar hoje sua prévia para a carteira teórica do Ibovespa: a equipe de análise do BTG Pactual prevê que as ações do Carrefour passem a compor o índice, enquanto que a CPFL Energia deve sair.

No radar da Embraer, um avião E190 da companhia sofreu um acidente na noite de terça-feira (31) após um pouso de emergência no Aeroporto Guadalupe Vitória, no México. O voo, operado pelo Grupo AeroMexico, levava 97 passageiros e 4 tripulantes de Durango à Cidade do México. Segundo autoridades, 85 pessoas ficaram feridas e não houve mortes.