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SÃO PAULO – Diante do clima de tensão no exterior, o Ibovespa voltou a recuar nesta segunda-feira (23) em sua segunda queda nos últimos oito pregões. O dia foi marcado pela ameaça do presidente Donald Trump ao Irã, além dos alertas dos líderes do G-20 sobre o impacto negativo do protecionismo para o crescimento econômico.
O benchmark da bolsa brasileira fechou com perdas de 0,73%, aos 77.996 pontos, com o volume financeiro atingindo R$ 7,028 bilhões. O dólar comercial, por sua vez, amenizou os ganhos durante a tarde, encerrando com leve alta de 0,24%, cotado a R$ 3,7831 na venda, após chegar a atingir os R$ 3,7991 na máxima do dia.
As bolsas em todo o mundo seguem pressionadas por disputas políticas e comerciais protagonizadas pelos Estados Unidos, reagindo ainda a novas divulgações de resultados corporativos. Também ressoam nos mercados as ameaças de Trump à China. Em entrevista para a CNBC, o republicano demonstrou estar preparado para aplicar mais de U$S 500 bilhões em tarifas sobre todas as importações do país asiático. O Dow Jones e o S&P 500 ficaram praticamente estáveis.
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A reunião dos países do G-20 na Argentina, neste final de semana, parece não ter contribuído muito para acalmar os ânimos. O documento final do encontro, realizado entre ministros de finanças e presidentes dos Bancos Centrais, pede por mais diálogo e comércio entre as nações. No entanto, lideranças mundiais reiteraram suas condições à negociação, com o secretário do Tesouro americano afirmando que as ameaças de Trump à China são “definitivamente uma possibilidade realística”.
O presidente dos EUA ainda voltou ao Twitter nesta segunda com uma mensagem acalorada ao presidente do Irã, escrevendo em maiúsculas: “Nunca ameace os Estados Unidos de novo ou você sofrerá consequências de dimensões que poucos na história já sofreram antes”. O tuíte veio em resposta a uma manifestação do iraniano Hassan Rouhani, que alertou os americanos quanto à ideia de aplicar medidas hostis contra Tehran, capital do país: “a guerra com o Irã é a mãe de todas as guerras”.
Destaques do mercado
Do lado negativo, as ações da Ultrapar recuaram após o Credit Suisse rebaixar a empresa para “underperform”, enquanto os papéis da Suzano recuperaram-se depois da queda da última semana acompanhando a alta do dólar com os temores sobre os impactos do protecionismo na economia global.
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As maiores baixas, dentre as ações que compõem o índice Bovespa, foram:
Cód. | Ativo | Cot R$ | % Dia | % Ano | Vol1 |
---|---|---|---|---|---|
TIMP3 | TIM PART S/AON | 12,65 | -3,80 | -2,51 | 77,62M |
CSAN3 | COSAN ON | 38,01 | -3,77 | -5,78 | 52,74M |
BTOW3 | B2W DIGITAL ON | 29,70 | -3,51 | +44,88 | 34,06M |
LREN3 | LOJAS RENNERON | 30,68 | -3,46 | -13,18 | 42,26M |
SMLS3 | SMILES ON | 53,00 | -3,43 | -26,51 | 27,58M |
As maiores altas, dentre os papéis que compõem o índice Bovespa, foram:
Cód. | Ativo | Cot R$ | % Dia | % Ano | Vol1 |
---|---|---|---|---|---|
CCRO3 | CCR SA ON | 11,26 | +4,36 | -29,13 | 120,45M |
SUZB3 | SUZANO PAPELON | 41,11 | +3,27 | +121,02 | 180,78M |
BRAP4 | BRADESPAR PN | 29,38 | +1,91 | +6,04 | 23,05M |
VALE3 | VALE ON | 49,60 | +1,81 | +24,60 | 419,56M |
WEGE3 | WEG ON ED | 18,84 | +1,47 | +2,88 | 40,12M |
As ações mais negociadas, dentre as que compõem o índice Bovespa, foram:
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Código | Ativo | Cot R$ | Var % | Vol1 | Vol 30d1 | Neg |
---|---|---|---|---|---|---|
PETR4 | PETROBRAS PN N2 | 19,26 | -0,16 | 676,99M | 1,10B | 39.138 |
VALE3 | VALE ON | 49,60 | +1,81 | 419,56M | 640,80M | 17.235 |
BBDC4 | BRADESCO PN | 30,35 | -1,14 | 389,55M | 388,20M | 25.336 |
ITUB4 | ITAUUNIBANCOPN | 45,39 | -1,92 | 367,53M | 497,33M | 16.493 |
ITSA4 | ITAUSA PN | 10,60 | -2,48 | 208,77M | 170,04M | 22.470 |
B3SA3 | B3 ON | 22,99 | -1,12 | 189,09M | 231,84M | 16.917 |
SUZB3 | SUZANO PAPELON | 41,11 | +3,27 | 180,78M | n/d | 16.058 |
BBAS3 | BRASIL ON | 32,78 | -0,67 | 176,89M | 361,04M | 11.196 |
CCRO3 | CCR SA ON | 11,26 | +4,36 | 120,45M | 54,82M | 22.458 |
BBDC3 | BRADESCO ON | 27,35 | -0,55 | 114,35M | 49,74M | 9.641 |
* – Lote de mil ações
1 – Em reais (K – Mil | M – Milhão | B – Bilhão) IBOVESPA
Agenda econômica da semana
Entre os indicadores, a agenda doméstica está mais tranquila nos próximos dias, com atenção para a Nota do Setor Externo do mês de junho, divulgada pelo Banco Central na quinta-feira (26). A GO Associados projeta saldo negativo de US$ 250 milhões na balança de transações correntes no mês, o equivalente a um déficit de US$ 12,5 bilhões (-0,6% do PIB) nos últimos 12 meses.
Nos EUA, os investidores acompanharão os dados do setor imobiliário na segunda (23) e quarta-feira (25), a sondagem PMI da indústria e do setor dos serviços na terça-feira (24), e o dado mais relevante da semana, a primeira prévia do resultado do PIB do segundo trimestre, que sai na sexta-feira (28).
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A expectativa do mercado é que a economia norte-americana tenha mantido um bom ritmo de crescimento no período, com projeções rodando de crescimento anualizado acima de 3%. A confirmação da força do ciclo econômico nos EUA, associado a uma taxa de inflação anual acima da meta do Fed, podem ajudar a consolidar a projeção de 4 altas de juros este ano, apesar das recentes falas de Trump deixarem o cenário mais nebuloso.
Na Europa ocorre a reunião do BCE (Banco Central Europeu) na quinta-feira (26). O mercado não espera grandes novidades e o presidente da autoridade, Mario Draghi, deve confirmar seu discurso de junho, quando anunciou a possibilidade de um aumento na taxa de juros apenas no verão europeu de 2019. Para conferir a agenda completa de indicadores e resultados, clique aqui.
Notícias do dia
As convenções partidárias, que tiveram o seu pontapé inicial na última sexta-feira (20), foram o destaque do noticiário. No primeiro fim de semana de convenções nacionais, os partidos políticos confirmaram cinco candidatos a presidente da República: Ciro Gomes (PDT), Guilherme Boulos (PSOL), Jair Bolsonaro (PSL), Paulo Rabello de Castro (PSC) e Vera Lúcia (PSTU). As convenções têm de ser realizadas até 5 de agosto, e o prazo para pedir o registro das candidaturas na Justiça Eleitoral encerra-se em 15 de agosto.
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Bolsonaro foi chancelado como candidato do PSL em convenção no último domingo, com um discurso crítico ao chamado “Centrão”, que fechou acordo com Geraldo Alckmin, mas sem poupar críticas aos governos anteriores do PT. Enquanto isso, dirigentes do PSL dizem que Janaína Paschoal, que esteve na convenção, alegou entraves familiares para não ser vice de Bolsonaro, segundo a Coluna Painel, da Folha de S. Paulo. Os jornais também destacam apaziguamento de divergências de Paulinho (SD) com Alckmin após o tucano prometer alternativa ao imposto sindical, a plataforma do candidato com abertura comercial gradual e a tentativa do PSB de recolocar ex-juiz Joaquim Barbosa na corrida presidencial (o que dificilmente deve acontecer).
Leia mais:
– Bolsonaro lança candidatura e diz: “sou patinho feio dessa história, mas seremos bonitos brevemente” Já o Valor destaca que a retomada da cobrança de Imposto de Renda sobre dividendos é praticamente consenso entre economistas dos principais pré-candidatos à Presidência da República, ganhando defensores entre candidatos da centro-direita depois da reforma tributária americana, promovida pelo governo de Donald Trump no fim do ano passado. Quer investir em ações pagando só R$ 0,80 de corretagem? Clique aqui e abra sua conta na Clear
– O “patinho feio fardado”: a estratégia de Jair Bolsonaro após o isolamento