Siderúrgicas disparam até 8%, bancos sobem de olho nos resultados e varejistas saltam após dados positivos

Confira os destaques da B3 na sessão desta quinta-feira (12)

Lara Rizério

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SÃO PAULO – A sessão é de forte ânimo para o Ibovespa, que sobe mais de 1% com o mercado animado com o exterior após a queda da véspera em meio aos temores de guerra comecial. Nesta data, Vale e siderúrgicas, que caíram na véspera, recuperam-se, com a Usiminas chegando a saltar 8%. 

A Petrobras registra ganhos de cerca de 1%, amenizando os ganhos com o petróleo virando para perdas com a volta da oferta da Líbia. Já as varejistas avançam, com os dados de maio do varejo restrito — que exclui o comércio de automóveis e de materiais de construção —melhores do que o esperado. Os bancos também registram forte alta em meio à proximidade da temporada de resultados – em relatório, o Credit Suisse afirmou esperar um trimestre “decente” para as empresas do setor. Confira os destaques da bolsa:

Bancos

Os bancos sobem de olho na temporada de balanços. Segundo o Credit Suisse, o segundo trimestre de 2018 deve ser marcado pelo crescimento de empréstimos, principalmente no varejo. Além disso, avalia o banco suíço, os bancos indicaram que os portfólios de varejo performaram acima do esperado tanto em termos de qualidade dos ativos quanto crescimento e não mostraram nenhum sinal de revisão pra baixo no guidance de empréstimos dos bancos. 

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O cost of risk, avaliam os analistas, continua em tendência de queda, principalmente para Bradesco (BBDC3;BBDC4) e Banco do Brasil (BBAS3), com os bancos sendo  bastante vocais nas indicações de boas safras de crédito para pequenas e médias empresas. Para o Itaú (ITUB4), a expectativa é de uma alta nos lucros de 2% na comparação trimestral, com a melhora vindo de avanço da margem financeira e de queda do cost of risk. Sobre o Santander Brasil (SANB11), o banco deve continuar a ter uma performance acima do esperado frente os demais, mas os analistas avaliam que a distância deve se fechar gradualmente.

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Varejistas

As varejistas saltam na bolsa, caso de B2W (BTOW3), Via Varejo (VVAR11) e Magazine Luiza (MGLU3) em meio aos dados do varejo restrito de maio divulgados hoje pelo IBGE. 

O indicador do IBGE recuou 0,6% ante abril, desempenho um pouco melhor do que o esperado, de queda de 0,8% no período, em um contexto de greve dos caminhoneiros. Segundo o Goldman Sachs, o setor deve registrar recuperação em junho após o resultado do mês passado, indicando que o impacto da greve dos caminhoneiros foi pontual.

Ainda no radar do setor, o Magazine Luiza teve seu rating elevado para brAAA pela Standard and Poor’s, com perspectiva estável. Segundo a agência, o rating reflete a expectativa de melhor rentabilidade e geração de fluxo de caixa por meio de crescimento de receitas e diluição de despesas, com o crescimento acelerado do e-commerce, maturação das lojas físicas existentes e abertura de novas lojas.

 

Petrobras (PETR4)

O petróleo em recuperação – após despencar na véspera em meio à preocupação com o ressurgimento da oferta da Líbia e com a disputa comercial entre EUA e China – guiou o dia de ganhos para a Petrobras. Contudo, mesmo após o petróleo zerar os ganhos, a ação da companhia segue em alta. 

No radar da companhia, o Conselho de Administração da Petrobras nomeou Durval José Soledade Santos para o cargo de membro do Conselho, até a próxima Assembleia Geral de Acionistas, conforme previsto no artigo 25 do Estatuto Social. A posição estava vaga desde 29 de maio de 2018.

Vale destacar que a votação sobre o projeto sobre cessão onerosa no Congresso, que vai impactar a Petrobras, deve ficar para agosto.

Vale (VALE3) e siderúrgicas

O alívio sobre a preocupação com a disputa comercial entre EUA e China também leva ao movimento de recuperação da Vale, que caiu 1,35% na véspera e avança nesta sessão.  Isso porque as autoridades em Pequim parecem estar suavizando as respostas às ameaças de Donald Trump na forma de tarifas de importação. 

Vale destacar ainda a cotação das commoditys. O minério de ferro negociado na bolsa de Dalian teve ganhos de cerca de 2%. Usiminas (USIM5), CSN (CSNA3) e Gerdau (GGBR4) sobem mais de 1%.

Rumo (RAIL3) e JSL (JSLG3)

Congresso aprovou uma Medida Provisória que atende a uma das principais reivindicações feitas por caminhoneiros na greve que parou o País em maio: a criação de um valor mínimo para o frete no transporte de cargas.

A MP 832/18 atribui à ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres) a autoridade para estabelecer, com atualizações semestrais, uma tabela com os pisos mínimos de frete. Os custos deverão considerar o quilômetro rodado por eixo carregado, as distâncias e as especificidades das cargas, e a ANTT precisará divulgar os cálculos feitos para fixar os preços.

Ficaram contrariados com o tabelamento os setores da indústria e agronegócio, que temem ampliar muito os gastos com transporte e já entraram com ações na Justiça no intuito de questionar a medida. Por outro lado, segundo aponta uma análise do Bradesco BBI, há ainda quem tenha motivos para celebrar a notícia, além dos próprios caminhoneiros.

Leia mais:
– Congresso aprova MP que cria valor mínimo de frete – e duas ações “comemoram” na Bolsa

O banco aponta que a aprovação do frete mínimo pode acelerar uma transição no transporte de grãos das rodovias às ferrovias, que vem sendo discutida mais intensamente desde a greve de maio. Para a equipe de analistas, empresas do ramo ferroviário e de logística podem ser beneficiadas pela mudança.

Concessionárias de ferrovias, como a Rumo (RAIL3), poderão observar um aumento nos preços conforme se intensifica a procura pelo modal. Enquanto isso, as companhias podem optar por investir mais em logística para reduzir os preços do frete – “nesse cenário, a JSL (JSLG3) está bem posicionada para conseguir novos contratos”, conclui o Bradesco.

Cesp (CESP6)

O TCU (Tribunal de Contas da União) decidiu que o Ministério de Minas e Energia reveja o valor mínimo do bônus de outorga fixado para o leilão de privatização da elétrica paulista Cesp, agendado para 2 de outubro, o que poderá elevar a cobrança em cerca de 20%. As informações são a Reuters.

O valor estipulado pelo governo seria de R$ 1,1 bilhão de outorga na licitação em troca de uma renovação de 30 anos do contrato da hidrelétrica Porto Primavera. O relator do caso Augusto Sherman Cavalcanti, porém, disse que é preciso ajustar os cálculos, o que deve elevar o valor para R$ 1,33 bilhão.

CPFL Renováveis (CPRE3)

Os minoritários da CPFL Renováveis – grupo que inclui grandes investidores como Pátria e BTG – protocolaram na quarta-feira  na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) carta contestando a nova oferta feita pela chinesa State Grid, informa o Estadão. No fim de junho, a controladora da CPFL Energia elevou de R$ 12,20 para R$ 13,81 o preço pelas ações da Renováveis – o que representa acréscimo de R$ 390 milhões ao preço original de quase R$ 3 bilhões.

O jornal apurou que os acionistas questionam a forma como o preço foi recalculado pela chinesa e reclamam da demora do processo, que se arrasta desde 2016. Um dos argumentos usados para derrubar a revisão do preço feita no mês passado é que a State Grid teria tentado alterar os fundamentos da justificativa de preço original e usado informações financeiras selecionadas. A acusação é que a empresa não teria feito os cálculos com base no IFRS (normas contáveis internacionais), que consolida os números de todas as controladas da companhia.

Além disso, a avaliação é que o atraso tem sido prejudicial aos acionistas minoritários, pois a correção monetária do preço da Oferta Pública de Ações (OPA) pela taxa Selic não representa proteção efetiva ao valor devido, não remunera o custo de oportunidade do capital investido e não atende às necessidades de liquidez. Procurada, a CPFL Renováveis não quis se pronunciar por estar envolvida no caso. Os minoritários também não quiserem comentar sobre a contestação feita na CVM.

Gafisa (GFSA3)

A Gafisa divulgou sua prévia operacional para o segundo trimestre de 2018, reportando o lançamento de 3 empreendimentos com um valor geral de vendas (VGV) totalizando R$ 399,9 milhões. As vendas brutas do período totalizaram R$ 405,9 milhões – um crescimento de 38,3% em relação ao trimestre passado -, enquanto as vendas líquidas marcaram R$ 345,9 milhões. A empresa ainda entregou 4 empreendimentos dentro do prazo, com um VGV total de R$ 301 milhões.

Tanto o Credit Suisse quanto o Itáu BBA classificaram a prévia como positiva para a Gafisa, mostrando resultados sólidos, mas reiteraram a classificação de “underperform”. A equipe de análise do Credit acredita que a boa performance nas vendas se deu principalmente pela quantidade de empreendimentos lançados, mas não sabe se essa é a melhor estratégia, devido à “situação” dos balanços da empresa, apontando também para a sua alta alavancagem.

Recomendações 

O banco Credit Suisse retomou a cobertura de uma série de ações brasileiras do setor elétrico, com recomendação “neutra” para Cesp (CESP6), Copel (CPLE6), AES Tiete (TIET11), Energias do Brasil (ENBR3) e Equatorial (EQTL3), e “outperform” para Taesa (TAEE11), Alupar (ALUP11) e Engie Brasil (EGIE3).

Eletrobras (ELET6)

De acordo com fontes do Ministério de Minas e Energia ouvidas pelo jornal Valor Econômico, o governo decidiu por manter o leilão de suas distribuidoras marcado para o dia 26 de julho, mesmo após notícia de ontem de que o Senado não votaria o projeto de lei da venda antes do recesso deste mês. Caso não haja interessados devido à falta de segurança jurídica do negócio, o plano é de repetir o leilão algumas semanas depois, tendo a lei já sido aprovada e sancionada.

Vivo (VIVT4)

De acordo com o jornal Valor Econômico, a Telefônica, dona da marca Vivo, colocará em operação seis novos centros de dados no país entre o último trimestre deste ano e o primeiro de 2019. O investimento, de valor não divulgado, é parte de um projeto em nível mundial de padronização e virtualização da sua rede. Os equipamentos com finalidades específicas serão substituídos por outros mais flexíveis, cujas funções podem ser alteradas por software para se adaptar às necessidades 5G, quando necessário.

 

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.