Ibovespa Futuro sobe 1% após queda de 8 mil pontos em 2 semanas; dólar sobe com impasse na Itália

Investidores acompanham apreensivos os desdobramentos do impasse político na Itália, que levou o primeiro-ministro Giuseppe Conte a renunciar ao cargo

Rafael Souza Ribeiro

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SÃO PAULO – Depois de iniciar o dia em baixa, os contratos futuros do Ibovespa com vencimento em junho encontram um alívio depois da queda de 8 mil pontos em duas semanas e sobem 0,95%, aos 75.875 pontos, às 9h16 (horário de Brasília) desta terça-feira (29). Enquanto isso, o dólar sobe em vista do impasse político na Itália, fator que derruba as bolsas internacionais.

Na Europa, os investidores acompanham apreensivos os desdobramentos do impasse político na Itália, que levou o primeiro-ministro Giuseppe Conte a renunciar ao cargo. A dificuldade na formação de uma coalizão majoritária para governar o país tem provocado um impasse político preocupante na região. Os yields dos títulos públicos italianos disparam com partidos populistas tentando mobilizar o país por uma nova eleição após o presidente escolher Carlo Cottarelli como primeiro-ministro. Taxas dos papéis espanhóis, portugueses e gregos também sobem, ao passo que as dos títulos britânicos e alemães despencam com busca por proteção pelos investidores. Ambiente tenso também é observado na Espanha, com o primeiro-ministro Mariano Rajoy enfrentando dificuldades para governar.

Diante do clima de incerteza internacional, o dólar futuro com vencimento em junho registrava valorização de 0,56%, aos R$ 3,759, em um movimento que só não é maior após o Banco Central confirmar que irá manter as ofertas adicionais de swap cambial no fim maio e a partir de 1º de junho, reforçando sua atuação no mercado para conter a disparada da moeda.

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Às 9h16, este era o desempenho dos principais índices:

*S&P 500 Futuro (EUA) -0,64%

*Dow Jones Futuro (EUA) -0,68%

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*Nasdaq Futuro (EUA) -0,57%

*DAX (Alemanha) -1,49%

*FTSE (Reino Unido) -1,41%

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*CAC-40 (França) -1,54%

*FTSE MIB (Itália) -3,16%

*Hang Seng (Hong Kong) -1,00% (fechado)

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*Xangai (China) -0,47% (fechado)

*Nikkei (Japão) -0,55% (fechado)

*Petróleo WTI -1,38%, a US$ 66,94 o barril

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*Petróleo brent +0,64%, a US$ 75,78 o barril

*Contratos futuros do minério de ferro negociados na bolsa chinesa de Dalian +2,31%, a 464,50 iuanes (nas últimas 24 horas)

*Bitcoin +1,01%, R$ 27.720 (confira a cotação da moeda em tempo real)

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Greve continua

Em um ambiente de resiliência da greve de caminhoneiros, o governo busca ampliar a pressão sobre o movimento e os principais atores envolvidos. Conforme noticia o jornal Folha de S.Paulo, o Planalto pressiona a Polícia Federal para acelerar investigações e prender suspeitos de dar suporte ilegal à paralisação. A ofensiva atípica desconsidera o fato de os inquéritos serem sigilosos e estarem em fase inicial. Procurado pela reportagem, o Palácio do Planalto negou a pressão e informou que a investigação ocorre em ritmo normal.

Nos últimos dias, têm sido apontados grupos políticos infiltrados no movimento grevista, além da própria possibilidade de participação ilegal de empresas, o que é conhecido como locaute. Em um momento de fragilidade política do governo, o risco seria de outros grupos organizados lançarem ofensiva similar, o que poderia dar início a uma rodada de concessões por Michel Temer e derrotas para as tentativas de ajuste nas contas públicas.

Apontado como um dos beneficiários do momento de efervescência política, o deputado federal Jair Bolsonaro (PSL-RJ), pré-candidato à presidência, defendeu o fim da greve dos caminhoneiros em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo. “Não interessa a mim, ao Brasil, o caos agora”, afirmou o pré-candidato, líder nas pesquisas sem Lula, que inicialmente defendeu o movimento dos caminhoneiros.

Na noite de ontem, o plenário do Senado votou as seis medidas provisórias que trancavam a pauta, permitindo a votação de matérias para dar fim à greve dos caminhoneiros e à crise dos combustíveis. Os parlamentares aprovaram pedido de urgência para o projeto de lei que zera até o final do ano a cobrança de PIS/Cofins sobre o óleo diesel. O PLC 52/2018 já pode ser votado a partir desta terça-feira (29). A matéria foi aprovada pela Câmara dos Deputados na quarta-feira (23) da semana passada, também como resposta à greve, que tem provocado desabastecimento no país.

Agenda econômica

Na agenda de indicadores, às 9h, o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulga o resultado de abril da Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua). Para os economistas da GO Associados, a taxa de desemprego deve recuar de 13,1% para 12,9% no trimestre encerrado em abril. “A queda do desemprego reflete tanto o componente sazonal, em virtude das contratações pós-início de ano, como a ligeira melhora da atividade econômica”, explicam.

Também pela agenda doméstica, a Secretaria do Tesouro Nacional informa o resultado fiscal de abril do governo central, que inclui o Tesouro Nacional, o Banco Central e a Previdência. A GO estima um pequeno superávit primário de R$ 500 milhões no mês. Segundo os analistas, o resultado positivo do mês é sazonal e reflete a arrecadação extra com os impostos recolhidos trimestralmente, como o IRPJ e CSSL.

Radar corporativo

Após uma queda acumulada de mais de 30% nos últimos sete pregões, o presidente da Petrobras, Pedro Parente, tem teleconferência marcada com analistas às 14h. A ideia é apresentar respostas às recentes críticas feitas à sua gestão e às especulações sobre sua possível saída do comando da estatal. O ambiente na companhia é tenso também em função da ameaça de greve dos petroleiros, somando-se aos prejuízos que a paralisação dos caminhoneiros já trouxe à estatal. O Cade faz sessão extraordinária para discutir crise dos combustíveis em meio a sinais crescentes de impacto da greve na economia. A JBS interrompeu completamente o abate de bovinos, suínos e frangos no Brasil, segundo fonte ouvida pela Bloomberg. A Firjan diz que atividade das indústrias do Rio de Janeiro encolheu 44% em função da greve.

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O Ibovespa Futuro é um bom termômetro de como será o pregão, mas nem sempre prevê adequadamente movimentos na Bolsa a partir do sino de abertura