Os 5 assuntos que vão agitar os mercados nesta terça-feira

Confira os principais eventos deste pregão

Marcos Mortari

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SÃO PAULO – Com a ampliação dos efeitos da paralisação dos caminhoneiros, que chega ao nono dia nesta terça-feira, e as novas concessões do governo Michel Temer, os investidores adotam postura receosa no mercado brasileiro, levando o Ibovespa para patamares ainda mais distantes dos 80 mil pontos e o dólar para próximo da máxima de um ano atrás, com as delações da JBS. Nesta sessão, além dos desdobramentos da greve dos caminhoneiros e os esforços do governo em solucionar o impasse, o mercado deve observar dados de emprego e fiscais, que podem mexer com os preços dos ativos. Confira ao que se atentar antes de operar no pregão desta terça:

1. Bolsas mundiais

O dia é negativo nas principais bolsas mundiais. Na Europa, os investidores acompanham apreensivos os desdobramentos do impasse político na Itália, que levou o primeiro-ministro Giuseppe Conte a renunciar ao cargo. A dificuldade na formação de uma coalizão majoritária para governar o país tem provocado um impasse político preocupante na região. Os yields dos títulos públicos italianos disparam com partidos populistas tentando mobilizar o país por uma nova eleição após o presidente escolher Carlo Cottarelli como primeiro-ministro. Taxas dos papéis espanhóis, portugueses e gregos também sobem, ao passo que as dos títulos britânicos e alemães despencam com busca por proteção pelos investidores. Ambiente tenso também é observado na Espanha, com o primeiro-ministro Mariano Rajoy enfrentando dificuldades para governar. No mercado de commodities, os barris de petróleo apresentam movimento indefinido após as recentes quedas, com os investidores de olho na possibilidade de maior oferta por produtores como Arábia Saudita e Rússia.

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Às 8h (horário de Brasília), este era o desempenho dos principais índices:

*S&P 500 Futuro (EUA) -0,84%

*Dow Jones Futuro (EUA) -0,81%

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*Nasdaq Futuro (EUA) -0,69%

*DAX (Alemanha) -1,49%

*FTSE (Reino Unido) -1,41%

*CAC-40 (França) -1,54%

*FTSE MIB (Itália) -3,16%

*Hang Seng (Hong Kong) -1,00% (fechado)

*Xangai (China) -0,47% (fechado)

*Nikkei (Japão) -0,55% (fechado)

*Petróleo WTI -1,38%, a US$ 66,94 o barril

*Petróleo brent +0,64%, a US$ 75,78 o barril

*Contratos futuros do minério de ferro negociados na bolsa chinesa de Dalian +2,31%, a 464,50 iuanes (nas últimas 24 horas)

*Bitcoin US$ 7.310
R$ 27.306 +0,97% (nas últimas 24 horas)

2. Notícias do dia

Em um ambiente de resiliência da greve de caminhoneiros, o governo busca ampliar a pressão sobre o movimento e os principais atores envolvidos. Conforme noticia o jornal Folha de S.Paulo, o Planalto pressiona a Polícia Federal para acelerar investigações e prender suspeitos de dar suporte ilegal à paralisação. A ofensiva atípica desconsidera o fato de os inquéritos serem sigilosos e estarem em fase inicial. Procurado pela reportagem, o Palácio do Planalto negou a pressão e informou que a investigação ocorre em ritmo normal.

Nos últimos dias, têm sido apontados grupos políticos infiltrados no movimento grevista, além da própria possibilidade de participação ilegal de empresas, o que é conhecido como locaute. Em um momento de fragilidade política do governo, o risco seria de outros grupos organizados lançarem ofensiva similar, o que poderia dar início a uma rodada de concessões por Michel Temer e derrotas para as tentativas de ajuste nas contas públicas.

Apontado como um dos beneficiários do momento de efervescência política, o deputado federal Jair Bolsonaro (PSL-RJ), pré-candidato à presidência, defendeu o fim da greve dos caminhoneiros em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo. “Não interessa a mim, ao Brasil, o caos agora”, afirmou o pré-candidato, líder nas pesquisas sem Lula, que inicialmente defendeu o movimento dos caminhoneiros.

As incertezas provocadas pela greve fizeram o Banco Central manter ofertas adicionais de swap cambial no fim de maio e a partir de 1º de junho. Com isso, a autoridade monetária sinaliza que não vai pular o último dia do mês, como de praxe, e ainda antecipa que a rolagem do vencimento de 2 de junho começará precocemente. Já o Tesouro mantém atuações para evitar maior pressão no mercado de juros futuros e realiza leilão de compra ou compra e venda de NTN-F com vencimento em 2025, 2027 e 2029 às 11h.

Na noite de ontem, o plenário do Senado votou as seis medidas provisórias que trancavam a pauta, permitindo a votação de matérias para dar fim à greve dos caminhoneiros e à crise dos combustíveis. Os parlamentares aprovaram pedido de urgência para o projeto de lei que zera até o final do ano a cobrança de PIS/Cofins sobre o óleo diesel. O PLC 52/2018 já pode ser votado a partir desta terça-feira (29). A matéria foi aprovada pela Câmara dos Deputados na quarta-feira (23) da semana passada, também como resposta à greve, que tem provocado desabastecimento no país.

3. Agenda econômica

Na agenda de indicadores, às 9h, o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulga o resultado de abril da Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua). Para os economistas da GO Associados, a taxa de desemprego deve recuar de 13,1% para 12,9% no trimestre encerrado em abril. “A queda do desemprego reflete tanto o componente sazonal, em virtude das contratações pós-início de ano, como a ligeira melhora da atividade econômica”, explicam.

Também pela agenda doméstica, a Secretaria do Tesouro Nacional informa o resultado fiscal de abril do governo central, que inclui o Tesouro Nacional, o Banco Central e a Previdência. A GO estima um pequeno superávit primário de R$ 500 milhões no mês. Segundo os analistas, o resultado positivo do mês é sazonal e reflete a arrecadação extra com os impostos recolhidos trimestralmente, como o IRPJ e CSSL.

4. IMTV

O InfoMoney recebe, a partir das 14h (horário de Brasília), o economista Persio Arida, responsável pela formulação do programa econômico da campanha de Geraldo Alckmin (PSDB) à presidência, para uma entrevista ao vivo. Na pauta, o ex-presidente do Banco Central e um dos pais do Plano Real apresenta seu diagnóstico político e econômico para o país e propostas para uma retomada sustentável do crescimento. O bate-papo será transmitido pela IMTV e pela página do InfoMoney no Facebook.

Confira a grade completa da IMTV clicando aqui.

5. Radar corporativo

Após uma queda acumulada de mais de 30% nos últimos sete pregões, o presidente da Petrobras, Pedro Parente, tem teleconferência marcada com analistas às 14h. A ideia é apresentar respostas às recentes críticas feitas à sua gestão e às especulações sobre sua possível saída do comando da estatal. O ambiente na companhia é tenso também em função da ameaça de greve dos petroleiros, somando-se aos prejuízos que a paralisação dos caminhoneiros já trouxe à estatal. O Cade faz sessão extraordinária para discutir crise dos combustíveis em meio a sinais crescentes de impacto da greve na economia. A JBS interrompeu completamente o abate de bovinos, suínos e frangos no Brasil, segundo fonte ouvida pela Bloomberg. A Firjan diz que atividade das indústrias do Rio de Janeiro encolheu 44% em função da greve.

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Marcos Mortari

Responsável pela cobertura de política do InfoMoney, coordena o levantamento Barômetro do Poder, apresenta o programa Conexão Brasília e o podcast Frequência Política.