Goldman vê 3 razões para investidor se preocupar menos e relaxar

Os economistas ressaltam que o S&P 500 tem mostrado estabilidade desde o tombo do início de fevereiro, evidenciando que, em meio ao nervosismo, falta disposição para assumir posições

Bloomberg

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(Bloomberg) — Segundo o Goldman Sachs Group, o melhor que o investidor pode fazer agora é relaxar.

O apetite por ativos de risco, como ações e títulos de alto rendimento, foi reduzido por diversos fatores que surgiram ao mesmo tempo, mas os problemas podem ser temporários, de acordo com o banco sediado em Nova York. Os economistas da casa ressaltam que o S&P 500 tem mostrado estabilidade desde o tombo do início de fevereiro, evidenciando que, em meio ao nervosismo, falta disposição para assumir posições.

“Vemos três razões para menor preocupação com os ativos de risco”, escreveram os economistas Charles Himmelberg e James Weldon em relatório distribuído na quinta-feira. “Primeiro, mantemos nossa convicção na forte perspectiva de crescimento global, apesar da queda recente de indicadores de atividade. Segundo, preocupações em relação ao aperto monetário são provavelmente exageradas. Terceiro, os problemas técnicos que pesaram sobre o sentimento sobre risco aparentemente serão aliviados.”

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A expansão global pode ter se desacelerado no primeiro trimestre, mas a dupla afirma que a economia dos EUA em breve mostrará força devido ao estímulo fiscal implementado em dezembro e que China, Brasil e Índia continuam parecendo fortes. Embora os mercados tenham sido forçados a absorver uma grande variação no rendimento dos títulos do Tesouro americano, a maior parte do movimento provavelmente já ocorreu, de acordo com o relatório.

O Goldman também citou alguns fatores técnicos prejudiciais que agora estão se normalizando, incluindo a pressão sobre os mercados de recursos de curto prazo devido à repatriação de dinheiro que estava parado e o menor interesse em aplicações ligadas à volatilidade do mercado acionário.

Segundo os economistas do Goldman, o nervosismo em relação aos resultados corporativos vai diminuir agora que a temporada de balanços já está bem avançada e a maioria das companhias superou expectativas, inclusive com mais dinheiro em caixa para recompra de ações.

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No entanto, os profissionais apresentaram ressalvas: a equação entre risco e retorno não está necessariamente atraente, os preços dos ativos permanecem esticados (especialmente créditos de alto rendimento nos EUA) e há um risco cada vez maior de superaquecimento do mercado de trabalho e recessão adiante.

“A combinação atipicamente ‘amigável’ de crescimento robusto e inflação baixa dos últimos anos, que proporcionou um impulso tão potente ao apetite por risco, não pode continuar”, afirmaram os economistas do Goldman. Mas em se tratando do eventual superaquecimento do mercado de trabalho e de uma recessão, “ainda não chegamos lá e esses riscos podem se provar menores do que muitos temem”.

Tudo isso sugere que os investidores não precisam ficar tão ansiosos.

“O crescimento provavelmente permanecerá forte, apesar da moderação recente”, afirmaram os economistas. Os investidores de ativos de risco “podem começar a se preocupar menos”.

Versão em português: Patricia Xavier em Sao Paulo, pbernardino1@bloomberg.net.

Repórter da matéria original: Joanna Ossinger em N York, jossinger@bloomberg.net.

Para entrar em contato com os editores responsáveis: Tracy Alloway, talloway@bloomberg.net, Brendan Walsh, Randall Jensen

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