Fundo de US$ 1,5 trilhão quer prova de valor de gestoras

Fundo de pensão do governo japonês, que tem cerca de US$ 1,5 trilhão em ativos, está mudando a tática de motivação das gestoras externas que usam essas estratégias

Bloomberg

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(Bloomberg) — Gestoras de recursos que usam estratégias ativas argumentam que o aumento da volatilidade nos mercados cria um ambiente no qual suas habilidades para escolher ações podem brilhar. O maior fundo de pensão do mundo quer mais compromisso da parte delas.

O fundo de pensão do governo japonês (conhecido pela sigla GPIF), que tem aproximadamente 163 trilhões de ienes (US$ 1,5 trilhão) em ativos, está mudando a tática de motivação das gestoras externas que usam essas estratégias. Essas firmas receberão comissões iguais às pagas a gestoras que usam estratégias passivas. Somente se conseguirem superar suas referências, as gestoras de perfil ativo receberão taxas maiores.

“A tendência das nossas gestoras externas era obter mais (ativos) do GPIF e evitar assumir os riscos apropriados necessários para atingir suas metas de alfa”, afirmou o GPIF, de acordo com o Financial Times.

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No ano passado, o GPIF empregava 29 gestoras ativas de fundos de renda fixa, que cuidavam de mais de 14 trilhões de ienes e 27 gestoras de fundos de ações responsáveis por 8 trilhões de ienes, segundo o boletim Asia Asset Management.

É bem conhecida a inclinação das firmas de investimento a atuarem como acumuladoras de ativos — afinal, a quantia recebida é definida pelo total sob gestão e não pelo retorno que geram. O desafio a essa ortodoxia por uma instituição desse porte é bem-vindo e vai na direção correta a ser tomada pelo universo de gestão de fundos.

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A Fidelity International, que administra 233 bilhões de libras esterlinas (US$ 330 bilhões), está lançando taxas para fundos de ações de perfil ativo que aumentam quando os fundos superam suas referências ou diminuem quando as taxas de retorno decepcionam.

Neste mês, a consultoria Mercer, controlada pela Marsh & McLennan, propôs que gestoras ativas compensem investidores por desempenho inferior às referências e embolsem ganhos acima de um limite pré-acertado.

Um estudo publicado em agosto por Mark Chapman, da Aquamarine Funds, concluiu que um número surpreendente de gestoras de fundos estão dispostas a aceitar zero de taxa de administração em troca de uma fatia maior do retorno acima do combinado. A estrutura mais comum era a gestora ficar com 25 por cento do retorno quando o excedente ultrapassasse um limiar de 6 por cento.

No entanto, Chapman ressaltou que um profissional de investimento disposto a aceitar zero geralmente tem “alguma outra forma de renda ou é independentemente rico”. O custo para montar o negócio e o risco de ficar em desvantagem nos primeiros anos são grande impedimento, ele explicou.

Portanto, é improvável que a comissão zero vire moda, mas o conceito de compensar gestoras de perfil ativo somente quando entregam desempenho superior está se popularizando.

Ninguém está obrigando as gestoras de recursos a topar a proposta do fundo japonês. Essas firmas podem continuar trabalhando com clientes mais tolerantes (ou menos atentos), que não exigem performance superior em troca de comissões. Mas o setor claramente caminha para uma tendência de maior compartilhamento de risco quando se trata de estratégias ativas.

Esta coluna não reflete necessariamente a opinião da Bloomberg LP e de seus proprietários.