Ibovespa Futuro sobe com Trump prevendo “final feliz” para negociações comerciais; ata crava novo corte da Selic

Comitê apontou ver como apropriada uma "flexibilidade moderada adicional" na próxima reunião

Rafael Souza Ribeiro

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SÃO PAULO – Os contratos futuros do Ibovespa com vencimento em maio subiam 0,13%, aos 85.850 pontos, às 9h11 (horário de Brasília) desta terça-feira (27), acompanhando o bom humor do mercado internacional diante do alívio das tensões sobre uma possível guerra comercial. Além disso, os investidores digerem a ata da última reunião do Copom (Comitê de Política Monetária), com o BC cravando novo corte de juros em maio.

As chances de uma guerra comercial diminuíram ainda mais após Donald Trump dizer em tuíte que as negociações comerciais ocorrem com “numerosos países” e que, “no final, tudo ficará feliz”. No final de semana, o secretário do Tesouro dos EUA, Steven Mnuchin, disse ao jornal Fox News que está “cautelosamente esperançoso” de que China e Estados Unidos chegarão a um acordo para impedir a imposição das tarifas comerciais.

Apesar disso, o dólar futuro com vencimento em abril registrava valorização de 0,20%, aos R$ 3,318, ao passo que os juros futuros com vencimento em janeiro de 2019 e 2021 registravam ligeira alta de 2 pontos-base, cotados a 6,23% e 7,97%, respectivamente, digerindo a ata da última reunião do Copom.

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O Comitê apontou ver como apropriada uma “flexibilidade moderada adicional” na próxima reunião, marcada para 16 de maio, ao passo que os integrantes disseram ser adequado encerrar o ciclo de redução da Selic no encontrou de junho. Na última reunião, o Copom havia cortado a Selic em 0,25 ponto percentual, a 6,5% ao ano, e sinalizado uma nova queda da Selic na reunião de maio, visão reforçada pela ata.

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  1. Bolsas mundiais

  2. As bolsas europeias avançam, com os principais índices subindo mais de 1,5%, com investidores diante do alívio das tensões ente EUA e China. O mercado japonês se destacou hoje na Ásia, com um salto de 2,65% do Nikkei, em meio a menores preocupações com um escândalo político que recentemente comprometeu a estabilidade do governo do Japão. Atenção ainda para os dados da China: números oficiais publicados no fim da noite de ontem mostraram que o lucro de grandes empresas do setor industrial chinês teve expansão anual de 16,1% no primeiro bimestre, ganhando força em relação ao avanço de 10,8% verificado em dezembro.

No mercado de commodities, o petróleo retoma o caminho das altas e se mantém acima de US$ 65 em NY, enquanto os metais avançam em Londres e o futuro de aço sobe na China.

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Às 9h11, este era o desempenho dos principais índices:

*S&P 500 Futuro (EUA) +0,61%

*Dow Jones Futuro (EUA) +0,62%

*DAX (Alemanha) +1,87%

*FTSE (Reino Unido) +1,92%

*CAC-40 (França) +1,46%

*FTSE MIB (Itália) +1,40%

*Nikkei (Japão) +2,65% (fechado)

*Shangai (China) +1,04% (fechado)

*Hang Seng (Hong Kong) +0,79% (fechado)

*Petróleo WTI +0,37%, a US$ 65,79 o barril

*Petróleo brent +0,40%, a US$ 70,40 o barril

*Contratos futuros do minério de ferro negociados na bolsa chinesa de Dalian +1,14%, a 444 iuanes (nas últimas 24 horas)

*Bitcoin -1,47%, R$ 27.589 (confira a cotação da moeda em tempo real)

Agenda de indicadores

Além da ata do Copom, será divulgado o resultado primário do governo central às 14h30, que deve mostrar déficit de R$ 21,1 bilhões, ante superávit de R$ 31,1 bilhões em janeiro e déficit de R$ 26,3 bilhões em fevereiro de 2017. A secretária do Tesouro, Ana Paula Vescovi, concede entrevista às 15h sobre o resultado.

Nos EUA, serão revelados os dados de preços residenciais às 10h00 e sondagem industrial de Richmond às 11h00. No mesmo horário, será divulgado o número de confiança do consumidor de março.

Gustavo Franco no IMTV

IMTV entrevista, ao vivo, a partir das 14h (horário de Brasília), o economista Gustavo Franco, ex-presidente do Banco Central no governo Fernando Henrique Cardoso. Atualmente, ele tem trabalhado na elaboração do plano de governo de João Amoêdo, pré-candidato à presidência pelo Novo. Participa da entrevista o analista político Rafael Cortez, da Tendências Consultoria.

Sergio Moro

O destaque do noticiário fica para a primeira entrevista ao vivo do juiz federal Sergio Moro para uma rede de televisão, responsável pela Operação Lava Jato em Curitiba. Ele comentou sobre o risco do STF (Supremo Tribunal Federal) mudar sua visão sobre a prisão em segunda instância, afirmando que isso seria um passo para trás no País. Por outro lado, ele diz ter a expectativa de que esta decisão não será mudada. Ele apontou ainda esperar que o STF tome a melhor decisão no julgamento sobre o habeas corpus de Lula e que sequer tem opção de cumprir ou não cumprir a ordem de prisão do ex-presidente, tendo que seguir a decisão do Tribunal – veja mais clicando aqui

Por falar no petista, a Eurasia apontou ver chance menor de Lula ser preso após decisão do STF, apontando que a probabilidade de o Supremo mudar sua decisão para impedir a execução de sentenças de prisão antes que todos os recursos estejam esgotados estão crescendo.

Sobre o cenário eleitoral, o presidente Michel Temer voltou a afirmar que considera ser candidato e que avaliou, durante o fim de semana, todas as hipóteses com o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, sobre o que poderá acontecer. Cada vez mais próximo de deixar a Fazenda, o ministro ainda não confirmou que será candidato, podendo ainda permanecer no cargo ou até mesmo se tornar vice de Temer.

Noticiário corporativo

Atenção para a reta final da temporada de balanços. A CSN registrou lucro líquido de R$ 378 milhões no quarto trimestre de 2017, além de apontar Marcelo Ribeiro como diretor executivo de finanças. Já a Eletrobras teve prejuízo líquido de R$ 4 bilhões. Locamerica, IMC, Direcional e Even também divulgaram seus números. 

A Ser Educacional, que registrou queda de 25% nos últimos dois pregões pós-balanços, propôs investimentos de R$ 143,6 milhões em 2018. A companhia ainda teve a recomendação reduzida a “neutra” pelo JPMorgan.

O Ibovespa Futuro é um bom termômetro de como será o pregão, mas nem sempre prevê adequadamente movimentos na Bolsa a partir do sino de abertura.