Lucro da BR Distribuidora salta 921%, acionistas querem mais pela Fibria, GP de olho na Eletropaulo e mais destaques

Confira os destaques do noticiário corporativo da B3 nesta quarta-feira 

Lara Rizério

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SÃO PAULO – O noticiário corporativo tem como destaques a instalação da comissão especial que analisa o projeto de privatização da Eletrobras, mais capítulos sobre a novela sobre a venda da Fibria, GP de olho na fatia da AES na Eletropaulo, além do resultado da BR Distribuidora. Confira os destaques:

Eletrobras

A comissão especial que analisa o projeto de lei de privatização da Eletrobras foi instalada e elegeu  como presidente o deputado Hugo Motta (MDB-PB). Ele era o único candidato ao cargo e foi eleito por 18 votos favoráveis e um voto em branco. Motta designou o deputado José Carlos Aleluia (DEM-BA) como relator do projeto, a despeito dos protestos da oposição, que reclamou do início da ordem do dia no Plenário da Câmara.

A próxima sessão será no dia 20 de março, às 14h30, quando serão discutidos o cronograma dos trabalhos e a convocação de audiências públicas sobre o projeto.

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Em relatório, a consultoria de risco Eurasia Group apontou que há 60% de chances da privatização ocorrer no segundo semestre. O maior risco para isso não é nem a falta de apoio, mas o calendário em meio às eleições de outubro de 2018. 

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Fibria e Suzano

Em meio à novela sobre “quem vai ficar com a Fibria”, o Valor informa que  Votorantim e BNDESPar consideram que os preços oferecidos pela Suzano e Paper Excellence não refletem o real valor da companhia, pois não contemplam aumento do Ebitda esperado pela Fibria em 2018 com a entrada em operação da unidade de Três Lagoas. A reportagem cita que a Suzano está disposta a pagar R$ 70 por ação e que Paper Excellence ofereceu R$ 67 por ação.

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Vale destacar que, na segunda-feira, a Bloomberg informou que a Paper Excellence tinha feito uma oferta de R$ 72 por ação. Se considerada referência de 10 vezes o Ebitda do negócio com Eldorado, proposta da Paper Excellence pela Fibria teria valor em torno de R$ 65 bilhões, mais de R$ 115 por ação. 

Segundo a matéria, sócios da Fibria ficaram frustrados com falta de agressividade da Paper Excellence e a não comprovação de fundos para pagamento da transação. Suzano, Paper Excellence e Votorantim não comentaram. 

Eletropaulo

A gestora de private equity GP Investments é uma das empresas interessadas em comprar a fatia de 16,84% da americana AES na Eletropaulo, segundo o Valor. A fatia vale R$ 515 milhões, de acordo com a cotação atual na bolsa.

A operação proposta pela GP poderia ser feita ao mesmo tempo que a oferta de ações esperada para o fim deste mês. O BNDESPar poderia reduzir sua fatia de 18,73% na Eletropaulo na oferta de ações, abrindo caminho para o plano da GP de ser o maior acionista da empresa. Outros fundos de private equity e family offices também avaliam a Eletropaulo. GP e AES não comentaram o assunto, segundo o Valor. 

A Coluna do Broad, do Estadão, informa ainda que a Eletropaulo está prestes a lançar sua oferta subsequente de ações, incluindo uma emissão primária e secundária de papéis, que justamente permitirá à AES sair do capital da empresa. A operação foi viabilizada após a distribuidora paulista ter chegado a um acordo com a Eletrobras para encerrar uma disputa judicial bilionária que se arrastava há décadas, passivo que vinha pesando no valor da empresa. O assunto deve ser apreciado na próxima semana pelo conselho da Eletropaulo. 

BR Distribuidora (BRDT3

 

A BR Distribuidora viu seu lucro líquido disparar 921,2% no quarto trimestre de 2017, a R$ 531 milhões, contra R$ 52 milhões no fim do ano anterior. No acumulado de 2017, a companhia reverteu o prejuízo de R$ 315 milhões para um lucro de R$ 1,151 bilhão.

Segundo a companhia, a melhora no resultado se deu com melhora de margens em todos os segmentos e também em função das menores Perdas e Provisões para processos judiciais e administrativos, que apresentaram redução de R$ 960 milhões, das menores PECLD (Perdas Estimadas em Créditos de Liquidação Duvidosa) da ordem de R$ 716 milhões e da provisão para indenizações para o PIDV, registrada no quarto trimestre de 2016.

Já o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização, na sigla em inglês) ajustado somou R$ 883 milhões, alta de 7,7%, enquanto a receita líquida somou avançou 9,6%, para R$ 23,204 bilhões entre outubro e dezembro do ano passado.

O endividamento líquido da BR Distribuidora em 31 de dezembro foi de R$ 3,885 bilhões (1,3 vez o Ebitda ajustado), em comparação a R$ 9,509 bilhões um ano antes, ou 3,2x o Ebitda ajustado. Segundo a empresa, esta melhora se deu pelo aporte de capital realizado pela Petrobras no valor de R$ 6,313 bilhões e posterior liquidação antecipada do total dos saldos das NCEs (Notas de Crédito à Exportação) contratadas junto ao Banco do Brasil e ao Bradesco.

Por fim, a empresa ainda anunciou que irá deliberar, em assembleia no dia 25 de abril, o pagamento de dividendos adicionais de R$ 433 milhões, totalizando, entre juros sobre capital próprio e dividendos propostos, uma remuneração total ao acionista de R$1,092 bilhão, ou R$ 0,94 por ação, o que equivale a cerca de 95% do lucro líquido de 2017.

Segundo o Itaú BBA, o resultado deve desencadear a reação positiva. A alavancagem terminou em 1,3 vez na relação entre o endividamento líquido e o Ebitda ajustado e obrigações com fundo de pensão diminuíram. Segundo os analistas do banco, a lucratividade sequencial da BR Distribuidora é a prova de que
companhia está de volta aos trilhos e bem posicionada para ter crescimento na lucratividade nos próximos anos. “A visão construtiva tem respaldo na recuperação total da demanda no Brasil e de um ambiente competitivo mais favorável para
players bandeira branca; outro vetor favorável é a a forte base de ativos da BR Distribuidora”, afirmam os analistas. O Itaú BBA reiterou rating outperform, com preço-justo para o fim de 2018 de R$ 25 por ação.

Tupy (TUPY3)

A Tupy reverteu prejuízo de R$ 179 milhões e lucrou R$ 13,9 milhões no quarto trimestre de 2017. 

Já o Ebitda ajustado foi de R$ 132,3 milhões, enquanto as receitas subiram para R$ 967 milhões, alta de 23,7%. A margem Ebitda foi de 13,7%. 

A companhia ainda anunciou mudanças na presidência da companhia, com a saída de Luiz Sardinha Ferro e a entrada de Fernando Rizzo.

Randon (RAPT4)

A Randon obteve lucro líquido de R$ 46,7 milhões e margem líquida de 1,6% em 2017, contra prejuízo líquido de R$ 67,2 milhões e margem líquida negativa de 2,6% em 2016.

No quarto trimestre de 2017, a receita líquida da companhia ficou em R$ 853,2 milhões, uma alta de 37% ante os R$ 622,4 milhões registrados no mesmo período do ano anterior. 

A Randon ainda comunicou mudanças na composição do Conselho de Administração, tendo em conta o falecimento de seu fundador e presidente do Conselho de Administração, Raul Anselmo Randon, ocorrido no dia 3 de março.

Em reunião, os Conselheiros elegeram o Conselheiro Alexandre Randon, para ocupar o cargo de Presidente do Órgão, sucedendo a Raul Anselmo Randon, e completar o mandato a encerrar-se na Assembleia Geral Ordinária de 2019. Alexandre cumulará, de forma interina, o cargo de vice-presidente, já ocupado por ele. “Para a posição de vice-presidente, a família acionista controladora (família Randon) optou por buscar um profissional externo, que será submetido ao Conselho de Administração e anunciado tão logo seja escolhido. Além de Alexandre Randon, compõe o Conselho de Administração, Ruy Lopes Filho, Pedro Ferro Neto e Derci Alcântara. As modificações na composição do Conselho de Administração seguem o disposto no Estatuto Social da Companhia e estão em linha com a legislação vigente”, informou a companhia.

Mills (MILS3)

A Mills teve prejuízo líquido de R$ 40 milhões no quarto trimestre de 2017, uma alta de 3,6% na base de comparação anual, enquanto a receita caiu 3,3%, passando de R$ 75 milhões para R$ 72,5 milhões. O Ebitda ficou negativo em R$ 21,6 milhões no trimestre, ante número também negativo de R$ 20,1 milhões.

Sonae Sierra (SSBR3)

A Sonae Sierra Brasil registrou receita líquida de R$ 94,8 milhões no quarto trimestre, alta de 1,8% frente ao mesmo período do ano anterior, enquanto o Ebitda subiu 8,2%, a R$ 72 milhões. As vendas nas mesmas lojas (SSS) subiram 3,9%, enquanto a taxa de ocupação ficou estável em 93,6%. 

Petrobras (PETR4)

A Petrobras recebeu pagamento de multa de R$ 286,2 milhões da Ultragaz, em função da reprovação pelo Cade da operação de venda da Liquigás Distribuidora, subsidiária integral da Petrobras. A estatal disse, em comunicado, que está analisando alternativas para a venda da Liquigás.

A estatal ainda mudou o preço da gasolina nas refinarias de R$ 1,5537 o litro para R$ 1,5415 o litro, do diesel de R$ 1,7331 o litro para R$ 1,7342 o litro, segundo informações no website da empresa. Os preços antes de impostos são válidos a partir de 15 de março. Vale destacar que a companhia divulga o balanço do quarto trimestre na próxima quinta-feira, antes da abertura do mercado. 

Recomendações

O radar de recomendações é bastante movimentado. A CCR (CCRO3) foi retomada para a ’neutra’ por Goldman Sachs, com preço-alvo de R$ 13, assim como a EcoRodovias (ECOR3) com preço-alvo de R$ 9,50.  A Localiza (RENT3) foi retomada para ’compra’ pelo Goldman, com preço-alvo de R$ 37, assim como a Rumo, com preço-alvo de R$ 19. A Weg (WEGE3)  foi retomada a ’neutra’ pelo banco, com preço-alvo de R$ 24,50. 

Já a Metalúrgica Gerdau (GOAU4)  foi elevada a ’outperform’ pelo Bradesco BBI. O Credit Suisse, por sua vez, elevou o preço-alvo para Gerdau (GGBR4) de R$ 19 para R$ 20 com recomendação outperform ao fazer uma análise detalhada sobre as possíveis  implicações do aumento de tarifa de 25% para o aço importado para o mercado no Brasil e para a Gerdau, especificamente, que é a empresa mais alavancada aos EUA, dado suas operações no país.  Os analistas do banco aumentaram a projeção para o Ebitda nos próximos dois anos entre 4% e 7%.

Banco do Brasil (BBAS3)

O Banco do Brasil informou que não coaduna com qualquer prática antiética ou ilícita que possa ter sido cometida por qualquer de seus colaboradores, disse a instituição em comunicado de esclarecimento ao mercado.

O banco afirmou que reafirma sua total disposição em colaborar com a Justiça em qualquer investigação, mas lamenta que especulações que denigram a imagem da instituição e de seus funcionários sejam publicadas na imprensa sem a devida apuração dos fatos, disse o banco. Em 11 de março, a coluna de Lauro Jardim, do jornal O Globo, apontou que o ex-CEO Aldemir Bendine revelaria o esquema envolvendo PT e partidos aliados na instituição. 

Biotoscana (GBIO33)

O contrato com Actelion vence em 28 de maio e, se não for renovado, seus produtos não farão mais parte do portfólio da Biotoscana, disse esta em fato relevante.

Juntos, produtos da Actelion representaram cerca de 15% da margem bruta para o período de doze meses encerrado no terceiro trimestre de 2017 e 13% da margem bruta pro-forma para o período de doze meses encerrado no mesmo período. 
Caso deixe de ser parceira, linha da Actelion ainda representaria, aproximadamente, entre 5% e 7% da margem bruta de 2018, disse a Biotoscana.

(Com Agência Estado e Bloomberg)

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.