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SÃO PAULO – O Ibovespa ganhou força na reta final do pregão, fechando próximo da máxima do dia, deixando de lado o cenário de cautela visto no exterior, com o índice Dow Jones em queda. Além disso, os investidores reagem ao cenário de aumento das apostas por corte da Selic após a divulgação do relatório Focus desta segunda-feira (12).
O benchmark da bolsa brasileira fechou com alta de 0,61%, aos 86.900 pontos, após chegar a subir 0,78% na máxima do dia. O volume financeiro foi fraco, ficando em R$ 8,693 bilhões, contra média de 21 dias de R$ 11,438 bilhões. O dólar comercial, por sua vez, perdeu força no fim do pregão, fechando com leve alta de 0,20%, cotado a R$ 3,2580 na venda.
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O Relatório Focus divulgado nesta manhã aponta que o mercado espera por um corte de 25 pontos-base da Selic na próxima reunião do Copom marcada para 21 de março (veja mais aqui). Além disso, mais uma vez foi reduzida a expectativa para o resultado do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) neste ano, passando de 3,70% para 3,67%. Para completar o cenário benigno para a inflação, o IPC-Fipe (Índice de Preços ao Consumidor) registrou queda de 0,42% na primeira quadrissemana de março, ao passo que o mercado esperava deflação de 0,37%.
Reforçando o cenário positivo para o ritmo dos preços, em apresentação nesta manhã em São Paulo, o presidente do Banco Central, Ilan Goldfjan, disse que a inflação parece caminhar para voltar à meta de inflação, contudo também não descartou a possibilidade de haver inflação abaixo do esperado.
Repercutindo os resultados, os juros futuros com vencimento em janeiro de 2019 tiveram alta de 2 pontos-base, cotado a 6,45%, enquanto que os com vencimento em janeiro de 2021 recuaram 3 pontos-base, a 8,23%.
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Destaques de ações
Na esteira das notícias da iminente fusão com sua concorrente, o principal destaque positivo ficou com as ações da Fibria (FIBR3). Por outro lado, o pior desempenho ficou com os papéis Suzano (SUZB3), justamente a outra parte do negócio. Destaque negativo também para a notícia de que o ex-presidente do Banco do Brasil (BBAS3), Aldemir Bendine, estaria envolvido em esquema de corrupção com o PT, segundo o colunista Lauro Jardim.
As maiores altas, dentre as ações que compõem o Índice Bovespa, foram:
Cód. | Ativo | Cot R$ | % Dia | % Ano | Vol1 |
---|---|---|---|---|---|
ELET6 | ELETROBRAS PNB | 28,15 | +4,49 | +24,01 | 45,54M |
JBSS3 | JBS ON | 10,18 | +4,20 | +3,77 | 63,23M |
ELET3 | ELETROBRAS ON | 24,88 | +4,10 | +28,65 | 48,12M |
SMLS3 | SMILES ON | 71,10 | +3,24 | -6,32 | 244,42M |
CPLE6 | COPEL PNB | 26,88 | +2,95 | +7,74 | 21,86M |
As maiores baixas, dentre os papéis que compõem o Índice Bovespa, foram:
Cód. | Ativo | Cot R$ | % Dia | % Ano | Vol1 |
---|---|---|---|---|---|
SUZB3 | SUZANO PAPELON | 22,11 | -4,45 | +18,30 | 194,69M |
ECOR3 | ECORODOVIAS ON | 8,94 | -1,65 | -27,32 | 44,29M |
RADL3 | RAIADROGASILON | 78,66 | -1,43 | -14,31 | 74,82M |
VIVT4 | TELEF BRASILPN | 51,36 | -1,25 | +5,64 | 93,90M |
UGPA3 | ULTRAPAR ON ED | 73,48 | -1,08 | -0,88 | 68,01M |
As ações mais negociadas, dentre as que compõem o índice Bovespa, foram:
Código | Ativo | Cot R$ | Var % | Vol1 | Vol 30d1 | Neg |
---|---|---|---|---|---|---|
PETR4 | PETROBRAS PN | 22,33 | -0,27 | 714,61M | 963,84M | 36.758 |
VALE3 | VALE ON EJ | 42,46 | +0,86 | 499,68M | 863,97M | 15.768 |
ABEV3 | AMBEV S/A ON | 23,98 | +2,30 | 443,96M | 366,99M | 28.985 |
BBAS3 | BRASIL ON ERJ | 43,48 | -0,53 | 359,35M | 353,38M | 21.091 |
ITUB4 | ITAUUNIBANCOPN ED | 52,79 | +1,13 | 333,04M | 702,73M | 16.252 |
FIBR3 | FIBRIA ON | 69,55 | +2,95 | 262,67M | 133,43M | 15.274 |
SMLS3 | SMILES ON | 71,10 | +3,24 | 244,42M | 72,95M | 8.239 |
BBDC4 | BRADESCO PN EJ | 39,47 | +0,79 | 224,10M | 370,69M | 10.085 |
CIEL3 | CIELO ON | 22,85 | -0,57 | 194,84M | 117,47M | 22.760 |
SUZB3 | SUZANO PAPELON | 22,11 | -4,45 | 194,69M | n/d | 16.488 |
* – Lote de mil ações
1 – Em reais (K – Mil | M – Milhão | B – Bilhão) IBOVESPA
Agenda doméstica
Na bolsa brasileira, atenção para a mudança de horário do pregão, que ocorre por conta do início do horário de verão nos EUA neste domingo (11). Com isso, a B3 volta a operar entre 10h (horário de Brasília) e 17h, mudando também o “atraso” entre a bolsa brasileira e americana. Neste novo horário, Wall Street passa a abrir 10h30 e fechando às 17h.
Entre os indicadores, atenção para dados de atividade, com o IBGE divulgando na terça (13) às 9h e na sexta-feira (16), no mesmo horário, as pesquisas mensais de janeiro do comércio e de serviços, respectivamente. Apesar de não serem tão acompanhados pelos investidores, os números podem ajudar a confirmar um novo corte de juros no Copom (Comitê de Política Monetária), algo que o mercado dá cada vez mais como certo.
Agenda no exterior
Após o relatório de emprego desta sexta, o cenário benigno volta a ser testado nesta semana com dados de inflação nos EUA, com o CPI e PPI, além das vendas no varejo. A inflação do consumidor será divulgada na próxima terça-feira (13) às 9h30, ao passo que na quarta-feira (14), no mesmo horário, será a vez do PPI.
Estimativas coletadas pela Bloomberg apontam desaceleração para a inflação americana no comparativo mensal, mas com marginal aceleração no dado anualizado. Esta grande expectativa com o dado de inflação ocorre porque o indicador tem gerado preocupação no mercado com sua aceleração, o que levaria a uma resposta mais agressiva do Fomc, ou seja, um processo de mais altas de juros. Os dados de atividade serão importantes para calibrar a velocidade de crescimento da economia norte-americana e possíveis impactos inflacionários futuros.
Na zona do Euro, também saem dados de atividade e inflação. Na quarta-feira (14) será divulgada a produção industrial de janeiro, às 7h, enquanto que na sexta-feira (16), no mesmo horário, será a vez da taxa de inflação ao consumidor de fevereiro. Segundo a GO Associados, a região tem mostrado recuperação econômica, mas sem pressão inflacionária, o que tende a manter a política expansionista do BCE (Banco Central Europeu) por mais algum tempo.
Por fim, após frustração com importações não ser compensada pela disparada das exportações da China, a segunda maior economia do mundo terá novos dados relevantes na próxima semana. Tanto vendas no varejo quanto produção industrial serão divulgados na próxima terça-feira às 23 hs e contam com estimativas de leve desaceleração na taxa de crescimento em fevereiro, segundo a Bloomberg. Para conferir a agenda completa de indicadores, clique aqui.
Noticiário político
As movimentações eleitorais também seguem sendo destaque. Segundo o Estadão, o MDB está dividido sobre o presidenciável que representará a legenda nas eleições de outubro deste ano, diz o Estadão. Moreira Franco (Secretaria-Geral da Presidência) defende uma tentativa de reeleição do presidente Michel Temer, enquanto o ministro Eliseu Padilha (Casa Civil) trabalha para colocar Henrique Meirelles (Fazenda) na disputa do pleito. Já a Folha de S. Paulo destaca nesta segunda-feira que Temer decidiu usar a reforma ministerial que fará no fim deste mês para tentar isolar a pré-candidatura de Rodrigo Maia (DEM-RJ) ao Palácio do Planalto e, com isso, ganhar uma sobrevida até julho para seu desejo de concorrer à reeleição.
Enquanto isso, em entrevistas a jornais, o economista Nelson Marconi, um dos principais formuladores do programa de governo de Ciro Gomes, pré-candidato do PDT à Presidência da República, defendeu a desvalorização do câmbio. Para ele, o dólar entre R$ 3,80 e R$ 4,00 estaria no patamar necessário para favorecer indústria e crescimento.