Ibovespa sobe 0,6% e encosta nos 87 mil pontos com mercado cravando corte da Selic

Índice se descolou do mercado externo após relatório Focus aumentar as apostas de corte da Selic na próxima semana

Rodrigo Tolotti

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SÃO PAULO – O Ibovespa ganhou força na reta final do pregão, fechando próximo da máxima do dia, deixando de lado o cenário de cautela visto no exterior, com o índice Dow Jones em queda. Além disso, os investidores reagem ao cenário de aumento das apostas por corte da Selic após a divulgação do relatório Focus desta segunda-feira (12).

O benchmark da bolsa brasileira fechou com alta de 0,61%, aos 86.900 pontos, após chegar a subir 0,78% na máxima do dia. O volume financeiro foi fraco, ficando em R$ 8,693 bilhões, contra média de 21 dias de R$ 11,438 bilhões. O dólar comercial, por sua vez, perdeu força no fim do pregão, fechando com leve alta de 0,20%, cotado a R$ 3,2580 na venda.

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O Relatório Focus divulgado nesta manhã aponta que o mercado espera por um corte de 25 pontos-base da Selic na próxima reunião do Copom marcada para 21 de março (veja mais aqui). Além disso, mais uma vez foi reduzida a expectativa para o resultado do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) neste ano, passando de 3,70% para 3,67%. Para completar o cenário benigno para a inflação, o IPC-Fipe (Índice de Preços ao Consumidor) registrou queda de 0,42% na primeira quadrissemana de março, ao passo que o mercado esperava deflação de 0,37%.

Reforçando o cenário positivo para o ritmo dos preços, em apresentação nesta manhã em São Paulo, o presidente do Banco Central, Ilan Goldfjan, disse que a inflação parece caminhar para voltar à meta de inflação, contudo também não descartou a possibilidade de haver inflação abaixo do esperado.

Repercutindo os resultados, os juros futuros com vencimento em janeiro de 2019 tiveram alta de 2 pontos-base, cotado a 6,45%, enquanto que os com vencimento em janeiro de 2021 recuaram 3 pontos-base, a 8,23%.

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Destaques de ações

Na esteira das notícias da iminente fusão com sua concorrente, o principal destaque positivo ficou com as ações da Fibria (FIBR3). Por outro lado, o pior desempenho ficou com os papéis Suzano (SUZB3), justamente a outra parte do negócio. Destaque negativo também para a notícia de que o ex-presidente do Banco do Brasil (BBAS3), Aldemir Bendine, estaria envolvido em esquema de corrupção com o PT, segundo o colunista Lauro Jardim.

As maiores altas, dentre as ações que compõem o Índice Bovespa, foram:

 Cód. Ativo Cot R$ % Dia % Ano Vol1
 ELET6 ELETROBRAS PNB 28,15 +4,49 +24,01 45,54M
 JBSS3 JBS ON 10,18 +4,20 +3,77 63,23M
 ELET3 ELETROBRAS ON 24,88 +4,10 +28,65 48,12M
 SMLS3 SMILES ON 71,10 +3,24 -6,32 244,42M
 CPLE6 COPEL PNB 26,88 +2,95 +7,74 21,86M

As maiores baixas, dentre os papéis que compõem o Índice Bovespa, foram:

 Cód. Ativo Cot R$ % Dia % Ano Vol1
 SUZB3 SUZANO PAPELON 22,11 -4,45 +18,30 194,69M
 ECOR3 ECORODOVIAS ON 8,94 -1,65 -27,32 44,29M
 RADL3 RAIADROGASILON 78,66 -1,43 -14,31 74,82M
 VIVT4 TELEF BRASILPN 51,36 -1,25 +5,64 93,90M
 UGPA3 ULTRAPAR ON ED 73,48 -1,08 -0,88 68,01M

As ações mais negociadas, dentre as que compõem o índice Bovespa, foram:

 Código Ativo Cot R$ Var % Vol1 Vol 30d1 Neg 
 PETR4 PETROBRAS PN 22,33 -0,27 714,61M 963,84M 36.758 
 VALE3 VALE ON EJ 42,46 +0,86 499,68M 863,97M 15.768 
 ABEV3 AMBEV S/A ON 23,98 +2,30 443,96M 366,99M 28.985 
 BBAS3 BRASIL ON ERJ 43,48 -0,53 359,35M 353,38M 21.091 
 ITUB4 ITAUUNIBANCOPN ED 52,79 +1,13 333,04M 702,73M 16.252 
 FIBR3 FIBRIA ON 69,55 +2,95 262,67M 133,43M 15.274 
 SMLS3 SMILES ON 71,10 +3,24 244,42M 72,95M 8.239 
 BBDC4 BRADESCO PN EJ 39,47 +0,79 224,10M 370,69M 10.085 
 CIEL3 CIELO ON 22,85 -0,57 194,84M 117,47M 22.760 
 SUZB3 SUZANO PAPELON 22,11 -4,45 194,69M n/d 16.488 

* – Lote de mil ações
1 – Em reais (K – Mil | M – Milhão | B – Bilhão)
IBOVESPA

Agenda doméstica

Na bolsa brasileira, atenção para a mudança de horário do pregão, que ocorre por conta do início do horário de verão nos EUA neste domingo (11). Com isso, a B3 volta a operar entre 10h (horário de Brasília) e 17h, mudando também o “atraso” entre a bolsa brasileira e americana. Neste novo horário, Wall Street passa a abrir 10h30 e fechando às 17h.

Entre os indicadores, atenção para dados de atividade, com o IBGE divulgando na terça (13) às 9h e na sexta-feira (16), no mesmo horário, as pesquisas mensais de janeiro do comércio e de serviços, respectivamente. Apesar de não serem tão acompanhados pelos investidores, os números podem ajudar a confirmar um novo corte de juros no Copom (Comitê de Política Monetária), algo que o mercado dá cada vez mais como certo.

Agenda no exterior

Após o relatório de emprego desta sexta, o cenário benigno volta a ser testado nesta semana com dados de inflação nos EUA, com o CPI e PPI, além das vendas no varejo. A inflação do consumidor será divulgada na próxima terça-feira (13) às 9h30, ao passo que na quarta-feira (14), no mesmo horário, será a vez do PPI.

Estimativas coletadas pela Bloomberg apontam desaceleração para a inflação americana no comparativo mensal, mas com marginal aceleração no dado anualizado. Esta grande expectativa com o dado de inflação ocorre porque o indicador tem gerado preocupação no mercado com sua aceleração, o que levaria a uma resposta mais agressiva do Fomc, ou seja, um processo de mais altas de juros. Os dados de atividade serão importantes para calibrar a velocidade de crescimento da economia norte-americana e possíveis impactos inflacionários futuros.

Na zona do Euro, também saem dados de atividade e inflação. Na quarta-feira (14) será divulgada a produção industrial de janeiro, às 7h, enquanto que na sexta-feira (16), no mesmo horário, será a vez da taxa de inflação ao consumidor de fevereiro. Segundo a GO Associados, a região tem mostrado recuperação econômica, mas sem pressão inflacionária, o que tende a manter a política expansionista do BCE (Banco Central Europeu) por mais algum tempo.

Por fim, após frustração com importações não ser compensada pela disparada das exportações da China, a segunda maior economia do mundo terá novos dados relevantes na próxima semana. Tanto vendas no varejo quanto produção industrial serão divulgados na próxima terça-feira às 23 hs e contam com estimativas de leve desaceleração na taxa de crescimento em fevereiro, segundo a Bloomberg. Para conferir a agenda completa de indicadores, clique aqui.

Noticiário político

As movimentações eleitorais também seguem sendo destaque. Segundo o Estadão, o MDB está dividido sobre o presidenciável que representará a legenda nas eleições de outubro deste ano, diz o Estadão. Moreira Franco (Secretaria-Geral da Presidência) defende uma tentativa de reeleição do presidente Michel Temer, enquanto o ministro Eliseu Padilha (Casa Civil) trabalha para colocar Henrique Meirelles (Fazenda) na disputa do pleito. Já a Folha de S. Paulo destaca nesta segunda-feira que Temer decidiu usar a reforma ministerial que fará no fim deste mês para tentar isolar a pré-candidatura de Rodrigo Maia (DEM-RJ) ao Palácio do Planalto e, com isso, ganhar uma sobrevida até julho para seu desejo de concorrer à reeleição.

Enquanto isso, em entrevistas a jornais, o economista Nelson Marconi, um dos principais formuladores do programa de governo de Ciro Gomes, pré-candidato do PDT à Presidência da República, defendeu a desvalorização do câmbio. Para ele, o dólar entre R$ 3,80 e R$ 4,00 estaria no patamar necessário para favorecer indústria e crescimento. 

Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.