Magazine Luiza, Via Varejo e B2W caem em meio à “nova ameaça” da Amazon; veja mais destaques

Confira os destaques da B3 na sessão desta sexta-feira (9)

Lara Rizério

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SÃO PAULO – A tarde desta sexta-feira é marcada por uma forte baixa do Ibovespa, em meio a uma combinação de queda em Wall Street com os investidores se desfazendo de posições antes do feriado de Carnaval. Apenas uma ação tem alta na bolsa, a da Hypera (HYPE3), com ganhos modestos de 0,11%. Confira os destaques da bolsa: 

Magazine Luiza (MGLU3, R$ 72,78, -4,08%), Via Varejo (VVAR11, R$ 23,92, -5,97%) e B2W (BTOW3, R$ 20,45, -6,83%)

As ações de empresas relacionadas ao e-commerce aceleram as perdas nesta sessão. O movimento de maiores quedas coincidiu com uma notícia da Reuters por volta das 15h30 de que a Amazon pretende alugar um armazém de 50.000 metros quadrados, em mais um sinal de expansão da gigante americana. A Amazon não quis comentar o assunto à Reuters. Vale ressaltar que, em outubro de 2017, as ações do setor desabaram em meio à notícia de que a Amazon se expandiria no Brasil. As ações da B2W chegaram a cair 8,52%.

Eletrobras (ELET3, R$ 20,26, -6,38%; ELET6, R$ 24,13, -5,63%)

As ações da Eletrobras têm um dia de forte volatilidade, passando de alta de 6% à queda de 6% na bolsa. 

No radar da companhia, os seus acionistas aprovaram, em assembleia realizada na tarde de ontem, a privatização de 6 distribuidoras de energia administradas pela estatal e que ficam em estados do Norte e do Nordeste. Foram colocadas à venda: Amazonas Distribuidora de Energia; Boa Vista Energia; Centrais Elétricas de Rondônia; Companhia de Eletricidade do Acre; Companhia Energética de Alagoas; e Companhia de Energia do Piauí.

Eles aceitaram ainda a proposta de que a empresa assuma R$ 11,2 bilhões em dívidas das distribuidoras com a própria estatal, além de outros R$ 8,5 bilhões em créditos e obrigações que essas empresas têm com fundos do setor elétrico. Caso os R$ 8,5 bilhões acabem virando dívida, a Eletrobras assumirá um passivo de R$ 19,7 bilhões.

A assembleia de acionistas que analisou a privatização das distribuidoras começou com cerca de 3 horas de atraso, devido a um protesto contra a privatização da estatal.

Vale destacar que, segundo o Valor, o governo traçou uma estratégia com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), para acelerar a votação do projeto de lei que prevê a privatização da companhia. Após a proposta passar pelo crivo da comissão especial, ganhará regime de urgência para seguir diretamente ao plenário. O relator, deputado José Carlos Aleluia (DEM-BA), disse ao jornal que a expectativa do governo é que a proposta seja votada no plenário até abril, para então seguir ao Senado.

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Usiminas (USIM5, R$ 11,00, -2,91%)

A ação da Usiminas chegou a subir 5% em meio ao acordo de acionistas, mas virou para baixo em meio ao sentimento de aversão ao risco do mercado. Depois de muita disputa, Ternium e Nippon Steel chegaram a um acordo para encerrar disputas ligadas à gestão da Usiminas, acertando um pacto para uma nova governança na empresa que inclui alternância na presidência e um mecanismo que permite deixar o investimento na empresa brasileira. Cada uma das partes terá direito de nomear o presidente do conselho e o CEO, respectivamente, por dois mandatos consecutivos de 2 anos.

Será assinado um novo acordo de acionistas, com a permanência do atual CEO por mais 4 anos, além de um acordo de saída, caso algum dos acionistas queira sair mais pra frente. “A notícia é muito positiva e não foi antecipada pelo mercado”, aponta o BTG. 

A companhia ainda divulgou nesta sexta o resultado do quarto trimestre. A Usiminas teve um prejuízo líquido consolidado de R$ 45 milhões no quarto trimestre, menor que o resultado líquido negativo de R$ 195 milhões observado em igual período de 2016. O Ebitda ajustado foi de R4 450 milhões, ante 234 milhões de reais no quarto trimestre de 2016 milhões, enquanto a receita líquida foi de R$ 3,08 bilhões, superando a estimativa mediana de analistas consultados pela Bloomberg de R$ 2,82 bilhões. Segundo o BTG, a primeira leitura do resultado é de que ele veio um pouco abaixo do lado operacional, apesar da forte geração de caixa.

“Como temos falado, o resultado mostra os dados passados e não reflete toda melhora de preços e operacional esperado para 2018. O fato de converter mais Ebitda em caixa deveria ser o ponto principal do resultado”, aponta o BTG. 

Lojas Renner (LREN3, R$ 33,04, -4,80% )

A Lojas Renner teve um lucro líquido de R$ 331,8 milhões no quarto trimestre de 2017, 10,7% acima do mesmo período do ano passado, enquanto a receita líquida total da companhia foi 16,1% superior no trimestre, para R$ 2,45 bilhões, em linha com a estimativa mediana da Bloomberg de R$ 2,46 bilhões. 

Já o Ebitda foi de R$ 603,4 milhões, alta de 6,3%, mas frustrando as estimativas de R$ 651,4 milhões. 

As vendas no conceito “mesmas lojas” (unidades abertas há mais de 12 meses) aumentaram 8,7% no período. A Renner ainda informou que vai investir R$ 620 milhões e abrir cerca de 70 lojas em  2018. 

A visão sobre o resultado divergiu. O BTG e o Bradesco BBI ressaltaram que o resultado veio bom mostrando resiliência, mas o mercado deveria penalizar dado que as expectativas estavam mais altas. Já o Credit Suisse havia apontado que o balanço veio abaixo do esperado, mas que o mercado já estava precificando números piores. 

IRB (IRBR3, R$ 37,96,, -2,37%)

O ressegurador IRB Brasil Re registrou lucro líquido de R$ 249 milhões no quarto trimestre do ano passado, cifra 32,6% inferior à vista um ano antes, de R$ 370 milhões. Em relação ao terceiro trimestre, porém, o resultado apresentou crescimento de 12,2%.

A queda do lucro no quarto trimestre, explica o IRB em relatório que acompanha suas demonstrações financeiras, impactou o retorno sobre o patrimônio líquido médio (ROAE), que foi a 29% no período ante 44% um ano atrás. “A queda no lucro líquido no trimestre decorre da menor contribuição do resultado financeiro no período, em função da redução da taxa Selic”, justifica o ressegurador, no documento.

O resultado financeiro do IRB foi a R$ 176 milhões no quarto trimestre, recuo de 35,2% ante um ano. Em todo o exercício passado, a redução foi menor, de 22,3% ante 2016, para R$ 809 milhões.

No ano de 2017, o resultado da companhia foi a R$ 925,050 milhões, aumento de 8,85% na comparação com o resultado de 2016, R$ 849,874 milhões. De acordo com o IRB, o ganho reflete o crescimento do resultado operacional mais que compensando a redução do resultado financeiro nos períodos, em função da queda da taxa Selic. A rentabilidade do ressegurador foi a 26,8% no ano passado, superando a de 2016, de 26,1%.

O presidente do IRB, José Carlos Cardoso, afirmou, em nota à imprensa, que, mesmo diante de um cenário macroeconômico desafiador, a estratégia do ressegurador se mostrou “assertiva”. “A subscrição de novos contratos e a ampliação da participação em outros já existentes, além do desenvolvimento de novos produtos foram fundamentais para os resultados de 2017”, avaliou ele.

Para 2018, conforme o executivo, a companhia vai manter a mesma estratégia em busca de compensar a queda da taxa Selic, com entrega de resultados anuais crescentes. “Temos o compromisso de seguir ampliando nosso negócio e, para isso, estamos investindo fortemente em pessoas e em tecnologia”, garantiu o presidente. 

A avaliação de analistas é de que o resultado foi muito bom, com o BTG apontando que ele ficou 10% acima do consenso. “Apesar dos prêmios mais fracos dado fatores técnicos, eles postaram margens muito boas de underwritings. Olhando para frente, a companhia postou um guidance forte para prêmios (…) O momentum positivo deve continuar, reforçamos a compra”, aponta o BTG. 

São Martinho (SMTO3, R$ 18,23, -0,71%)

A São Martinho registrou lucro líquido de R$ 168,5 milhões no terceiro trimestre de 2018 (os períodos são contados diferentes por conta da safra), uma alta de 201,7% ante os R$ 55,84 apresentados um ano antes. A receita líquida, por sua vez, teve alta de 21,7%, para R$ 899,7 milhões, enquanto o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado fechou o período em R$ 497,4 milhões, avanço de 45,6% em um ano.

Segundo a companhia, a melhora dos indicadores financeiros do trimestre são consequência de: i) aumento do volume de vendas de açúcar e etanol, ii) redução do custo caixa de produção, devido principalmente a melhora na alavancagem operacional na safra 17/18 e iii) expressivo crescimento no volume e preços de cogeração de energia.  Os resultados da São Martinho foram considerados positivos pelo Credit Suisse. 

Biosev (BSEV3, R$ 4,09, -5,98%)

A Biosev viu seu prejuízo aumentar 551%, passando de R$ 42,78 milhões no terceiro trimestre de 2017 para atuais R$ 278,68 milhões. A receita líquida da companhia, por sua vez, ficou praticamente estável, passando de R$ 1,550 bilhão para R$ 1,535 bilhão em um ano.

Recomendações

No radar de recomendações, a Vivo (VIVT4, R$ 51,32,-3,04%) teve a recomendação reduzida a underperform (desempenho abaixo da média do mercado) pelo Bradesco BBI, enquanto a Alupar (ALUP11, R$ 17,77, -1,11%) foi iniciada como outperform pelo mesmo banco. Já a EcoRodovias (ECOR3, R$ 10,50, -4,37%) teve a recomendação cortada a underweight (exposição abaixo da média do mercado) pelo Morgan Stanley, com o preço-alvo sendo reduzido de R$ 12,70 para R$ 9,50. 

Sobre a recomendações do Bradesco BBI para a Vivo, o banco aponta que a redução de recomendação aconteceu devido a uma combinação de três principais fatores: a) a alta dependência de aumento de preço para conseguir crescer receita (diferente de preço entre os clientes novos e base já existente); b) potencial canibalização da própria base de clientes que podem migrar para planos mais baratos (potencial impacto de 5% na receita móvel); e c) valuation esticado com papel negociando a 6 vezes o múltiplo EV/Ebitda e baixa probabilidade de revisões positivas de lucros. A TIM Participações é a top pick do banco no setor, devido a um bom momentum de lucros, aumento do fluxo de caixa livre, melhora na rede e potencial de valorização com uma eventual fusão ou aquisição.

Já sobre a Alupar, os analistas do banco apontaram ser o melhor veículo para ganhar exposição ao setor de transmissão, com execução de capex, crescimento com boa disciplina de capital e pouco risco de fluxo de caixa para ativos greenfield. 

CSN (CSNA3, R$ 9,63, -4,18%)

A emissão de US$ 350 milhões em notas sênior com vencimento em 2023 pela subsidiária da CSN, a CSN Resources, foi precificada a 7,625% ao ano, informou a siderúrgica. 

A companhia utilizará os recursos obtidos com a operação para recomprar até US$ 350 milhões de dólares das notas sênior com vencimento em 2019 e cupom de 6,875%. A CSN também planeja recomprar as notas sênior para 2020 com cupom de 6,5%, em montante não superior a US$ 350 milhões deduzidos os valores referentes à recompra dos títulos a vencer em 2019.

Embraer (EMBR3, R$ 21,10, -2,31%)

Segundo o Valor Econômico, se a venda Embraer se confirmar, a empresa brasileira ajudará a verticalizar a produção de peças e componentes da Boeing uma vez que a gigante americana procura diminuir sua dependência dos fornecedores, que têm dificuldade de acompanhar seu ritmo de produção.

 “Nas últimas décadas, a Boeing perdeu essa capacidade [de produzir peças]. Mas a Embraer fabrica coisas que a Boeing não faz, como trens de pouso, interiores de aeronaves e softwares de aviônica”, disse uma fonte ao jornal. A estratégia tem potencial para aumentar o lucro da empresa americana.

Petrobras (PETR3, R$ 19,81, -2,65%;PETR4, R$ 18,65, -2,15%)

Após abrir com leve alta, as ações da Petrobras viraram para queda e intensificaram a baixa durante toda a sessão acompanhando o desempenho do petróleo, que cai mais de 3% no mercado internacional. O petróleo caminha para registrar a pior semana em mais de um ano, em meio ao cenário de aumento de produção, dólar forte e sentimento de aversão ao risco no mercado. 

Já no radar da companhia, a estatal manteve o preço gasolina e reduziu o diesel em 0,2%, em cotações válidas a partir de sábado (10). 

Vale destacar ainda entrevista do presidente Michel Temer  à Rádio Guaíba, do Rio Grande do Sul. Ele confirmou que determinou ao Cade – Conselho de Administrativo de Defesa Econômica e à Polícia Federal que investiguem postos de combustíveis suspeitos de manipulação de preços e formação de cartel. O presidente queixou-se da elevação dos preços no gás de cozinha, adiantando que seu governo está “examinando uma fórmula para compensar este aumento para os mais pobres” que deverá ser anunciada em uma ou duas semanas, sem citar, contudo, que tipo de medida será adotada.

Temer fez questão, mais uma vez, de dizer que foi o seu governo que recuperou a Petrobras, cuja marca se tornou “um palavrão”, segundo ele, por conta dos problemas ocorridos no governo passado. “O Pedro Parente, do nosso governo é que recuperou a Petrobras. Há dois anos, era quase um palavrão, tamanha desvalorização. Nós recuperamos com atuação eficiente e decidiu-se fazer aumentos de acordo com a variação internacional”, observou.

Gol (GOLL4, R$ 16,02, -6,59%)

A Gol divulgou os números prévios de tráfego de janeiro. O volume total de decolagens aumentou 3,8% e o total de assentos disponibilizados ao mercado aumentou 3,6% em Janeiro, ocasionando um aumento na oferta de 4,9%. A taxa de ocupação em janeiro de 2018 foi de 83,5%, 0,3 p.p. superior ao mesmo período de 2017, devido ao aumento da demanda em 5,2% no período, todos na base de comparação anual. 

Klabin (KLBN11, R$ 17,05, -2,57%)

A Klabin nomeou Cristiano Teixeira como diretor financeiro da companhia. 

(Com Agência Estado e Bloomberg)

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.