Pânico na bolsa? Por que uma das gestoras que mais ganhou no Brasil nos últimos anos viu queda como bem vinda

Henrique Bredda, da Alaska Asset Management, destacou que movimento de correção foi um "sacolejo" e serviu para dar maior normalidade ao mercado

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Acompanhando a derrocada de Wall Street da véspera, o Ibovespa fechou a última segunda-feira (5) em uma forte baixa de 2,59%, no pior pregão para o mercado desde 18 de maio de 2017, quando recuou 8,8% no “Joesleyday”.

O “modo pânico” foi ativado no final da sessão com a derrocada das bolsas norte-americanas. O Dow Jones amargou queda de 4,6% nesta segunda-feira, mas chegou a cair 6% no seu pior momento, enquanto o S&P 500 despencou 4,1% e registrou sua pior queda desde agosto de 2011.

Porém, diversos gestores e analistas não entraram nesse “modo pânico”. Na véspera, o editor-chefe e analista do InfoMoney, Thiago Salomão, já havia destacado que uma queda sem um grande motivo não justificava a venda de ações, podendo até ser uma boa oportunidade de compra para quem ainda não havia entrado no mercado. Para conferir a análise completa, clique aqui.

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Já Henrique Bredda, da gestora Alaska Asset Management, cujo fundo Alasca Black  rendeu impressionantes 300% entre 2016 e 2017, apontou que a forte queda do mercado da véspera foi mais uma correção do que uma tendência de baixa. E isso pode ser observado no movimento do mercado nesta terça: após a abertura dos EUA nesta terça, o Ibovespa disparou e avançava 1,04% às 13h23 (horário de Brasília). 

“Para nós no Brasil, foi só um ‘sacolejo normal’ de mercado”, avaliou Bredda ao InfoMoney. Segundo ele, o nível perigoso é o de preços do índice S&P500. Contudo, esse não seria o início de um “crash”, só de correção. Ele aponta ainda que o chamado índice do medo, o VIX (que mede a sensibilidade do mercado através das opções do S&P 500) disparou de 10 para 49 – contudo, estava perigosamente muito baixo por muito tempo. “Isso serve para puxar as médias de 50, 100 e 200 dias do VIX para as médias históricas”, aponta.

Desta forma, finalmente foi visto um pouco de normalidade para o S&P que, nas palavras do gestor, “vivia no mundo da Lua” ao atingir recorde atrás de recorde. Assim, a volatilidade foi “bem vinda”, afirma o gestor. 

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Bredda aponta ainda que ontem foi uma ocorrência clássica de “fly to quality”, com a saída dos investidores do risco para investimentos mais seguros. Assim, o Vix subiu, S&P caiu, o rendimento dos títulos dos Tesouros dos EUA fechou e os mercados emergentes caíram. “Isso tem que ocorrer de tempos em tempos. Quanto mais tempo se passa sem essas oscilações, mais de surpresa o mercado é pego quando ocorre, e mais forte é a correção”, avalia. 

Assim, ele classifica o movimento do mercado de ontem como uma chamada de atenção para conter potenciais abusos. “Quem entrou na bolsa sem saber porque, acaba saindo bem rápido e isso é o que não vai deixar os preços subirem irracionalmente rápido. São os percalços e solavancos que um bull market precisa”, avalia.

Caso a correção continue, Bredda destaca que pode aumentar a posição em  ações ligadas à economia doméstica, mas ressaltou que a gestora “está aberta a qualquer setor”.

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.