Bomba dupla: Cielo compra Stelo e Boeing aceita ‘golden share’ em nova proposta pela Embraer

Duas grandes notícias agitaram o mercado ainda antes da bolsa encerrar os negócios nesta quinta

Rodrigo Tolotti

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SÃO PAULO – A bolsa ainda estava no leilão de fechamento nesta quinta-feira (18) e duas “bombas” caíram no mercado envolvendo grandes empresas brasileiras. A primeira foi a Cielo, que comprou 70% das ações da Stelo por R$ 87,5 milhões, passando assim a ter controle total da empresa. Enquanto isso, a Reuters divulgou detalhes do que pode ser a nova proposta da Boeing pela Embraer, considerando até a manutenção da golden share do governo.

Confira abaixo os detalhes de cada notícia:

Cielo (CIEL3)
As ações da Cielo encerraram o pregão em alta de 3,33%, na máxima do dia em R$ 26,35, após a empresa anunciar a compra de 70% das ações da Stelo por R$ 87,5 milhões. Com isso, a Cielo passa a deter todas as ações da empresa, uma vez que já detinha 30% de participação na companhia de meios de pagamentos.

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De acordo com a Cielo, a aquisição da Stelo permitirá explorar novas iniciativas comerciais, como a venda de terminais de captura, por meio de uma marca própria e de uma estrutura independente: “com isso, acreditamos que aprimoraremos nossa estratégia comercial a fim de atender as mais variadas demandas de nossos clientes”, aponta a empresa.

Com a compra da Stelo, a companhia avança ainda mais na venda das “maquininhas”, mercado que foi bastante explorado nos últimos anos pela PagSeguro, sistema de pagamentos de compras que pertence ao UOL. Vale lembrar que a empresa pretende levantar R$ 6 bilhões em IPO (Oferta Pública de Ações) que será precificado na próxima terça-feira (23) na bolsa de Nova York.

Embraer (EMBR3)
A Boeing está estudando como superar as condições dos militares brasileiros para conseguir chegar a um acordo com a Embraer, disse a agência de notícias Reuters nesta quinta-feira (18). Diante disso, a empresa americana estaria disposta a manter a “golden share” do governo brasileiro e ainda garantiria salvaguardas aos programas de defesa do Brasil, disseram quatro fontes.

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A companhia foi obrigada a voltar a fazer um novo planejamento depois que as autoridades brasileiras recusaram na semana passada a ideia de transformar a Embraer em uma subsidiária, como a Boeing opera na Austrália e Reino Unido, segundo a Reuters.

“A Boeing veio para comprar a Embraer, não para uma parceria ou uma joint venture que estaríamos dispostos, mas para assumir o controle da empresa. Isso foi rejeitado”, disse uma das fontes, que é funcionário do governo. “A Boeing que volte com uma nova proposta”, completou.

Ainda segundo uma fonte da agência de notícias, a proposta da Boeing precificaria a Embraer em algo entre US$ 5 bilhões e US$ 6 bilhões. Atualmente, a companhia brasileira tem um valor de mercado de cerca de US$ 4,7 bilhões, o que coloca o “prêmio” sobre o preço atual entre 6,5% e 28%, considerando o piso e o teto proposto pela americana.

Por outro lado, há preocupações em Brasília de que, no fim, Washington tenha poder de decisão sobre os programas brasileiros de defesa. A empresa norte-americana estaria disposta a preservar a “golden share” do governo brasileiro na Embraer, disseram as pessoas familiarizadas com o assunto, mas isso pode não ser suficiente para ganhar apoio para a prosposta.

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Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.