Acordo anima quem processa Petrobras no Brasil, alerta sobre a não-privatização da Eletrobras e mais 8 notícias

Confira os destaques do noticiário corporativo desta quinta-feira (4)

Lara Rizério

Usina Eólica Volta do Rio - Ceará *** Local Caption *** Vista dos aerogeradores durante a visita técnica à usina Eólica Volta do Rio no Ceará. Usina eólica conectada a SE SOBRAL III, Chesf. A usina pertence ao grupo Energimp S/A, controlado pela IMPSA WIND (Industrias Metalúrgicas Pescarmona S.A.).

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SÃO PAULO – O noticiário corporativo desta quinta-feira segue com as repercussões sobre o acordo bilionário da Petrobras para encerrar processo nos EUA, além das notícias sobre o acordo entre a Embraer e a Boieng. Já o Valor informa que, sem a privatização, a Eletrobras precisará de R$ 10 bilhões para não entrar em colapso. Veja estes e outros destaques abaixo:

Petrobras (PETR3;PETR4)

Conforme informa o Estado de S. Paulo, o acordo de quase US$ 3 bilhões fechado entre a Petrobras e acionistas minoritários da empresa nos Estados Unidos animou os investidores brasileiros que julgam ter sido prejudicados pelos casos de corrupção na estatal e que esperam que a Justiça no Brasil obrigue a empresa a ressarci-los.

 “O (investidor) brasileiro tem de ser contemplado também. O pedido é que se tenha isonomia”, disse o vice-presidente da Associação dos Investidores Minoritários (Aidmin), Romano Allegro, que, em agosto de 2000, comprou o equivalente a R$ 80 mil em ações da petroleira e, 11 anos depois, se desfez de 99% de seus papéis por desconfiar de casos de crimes societários na companhia. “A Petrobras não é vítima (de corrupção). Quem é vítima não aceita pagar US$ 3 bilhões”, acrescentou Allegro.

  Para advogados ouvidos pelo jornal, entretanto, os acionistas minoritários da Petrobras no Brasil não devem se animar com o acordo americano. Muito pelo contrário, “agora os acionistas brasileiros ficaram com um prejuízo ainda maior, porque a empresa vai perder bilhões nesse acordo”, diz a especialista em direito societário Alexandra Bellini, do Vinhas e Redenschi Advogados.

Alexandra explica que o fato da empresa ter feito acordo nos EUA não a obriga a fazer também no Brasil, mas pode, eventualmente, influenciar a decisão de algum juiz. Mesmo assim, ela não prevê que haja interesse da estatal em fazer acordo por aqui. Se isso ocorrer, o valor será bem inferior ao alcançado nos EUA, “que foi alto até para uma empresa como a Petrobras”, ressalta. “Nos EUA, esses acordos são punitivos, para a empresa não fazer mais. No Brasil, é mais fácil pagar uma multa do que consertar o erro”, opina.

A Petrobras ainda é alvo de cinco processos de arbitragem no Brasil, uma ação civil pública reunindo 108 pessoas físicas (movida pela Aidimin) e cerca de 45 ações de pequenos investidores, sendo que 22 já tiveram sentença favorável à empresa.

Ainda no radar da estatal, a Petrobras cortou o preço da gasolina em 0,9% e elevou o do diesel em 1,2%, valores válidos a partir de sexta-feira (5).  

Bradespar (BRAP4) e Gerdau (GGBR4)

Os analistas do Credit Suisse revisaram o modelo de Bradespar, holding da Vale, e aumentaram o preço-alvo para R$ 33,70 por ação, reforçando a recomendação outperform. Os analistas destacam que a posição de caixa da companhia foi reduzida em R$ 239 milhões devido o pagamento de imposto de ganho de capital da venda das acoes da CPFL. O valor pago foi menor do que o teórico devido aos créditos fiscais que a empresa tinha, alem de outros beneficios como o pagamento de JCP.

“O desconto de holding atual de 25% nos parece exagerado, uma vez que a Bradespar é uma holding com apenas um único ativo (VALE3) e quase sem dívida (R$ 44 milhões), o que indicaria que um desconto de apenas um dígito é mais razoável”, apontam. Os analistas lembram que no dia 15 de fevereiro encerra o periodo de lock up das ações VALE3 e que, apesar de nao ser o cenário-base dos analistas, um desinvestimento poderia ser um catalisador para fechar o spread. “No entanto, ponderamos que há um risco (improvável, porem não impossível) de que a Bradespar decida por fazer novos investimentos ao invés de distribuir caixa aos acionista”, afirmam os analistas.

O Credit Suisse também fez um cenário para 2018 para o setor de siderurgia com uma visão positiva, colocando a Gerdau (GGBR4) como a top pick do setor no Brasil. 

Embraer (EMBR3)
A Embraer disse em comunicado que uma eventual combinação de negócios com a Boeing deve preservar, “antes de mais nada”, os interesses estratégicos da segurança nacional. A companhia também ressaltou que a negociação deve “respeitar incondicionalmente” as restrições decorrentes da golden share do governo.

A fabricante brasileira afirmou também que, no momento, não possui elementos para manifestar-se sobre as atuais intenções da Boeing ou a estrutura que uma potencial combinação de negócios entre as empresas poderia vir a adotar. “A administração da Embraer tomou, como sempre tem feito, boa nota das manifestações públicas do governo brasileiro e seguirá em conformidade com elas em quaisquer futuros entendimentos”, diz o comunicado. 

O Estadão informa ainda que, mesmo com o presidente Michel Temer já tendo afirmado que a transferência de controle da Embraer para a Boeing não está em cogitação, nos bastidores do Planalto a informação é que a intenção da companhia norte-americana é adquirir de fato a fabricante brasileira de aeronaves. O governo, entretanto, está decidido a impedir a fusão com o uso da “Golden Share”. 

 No Planalto, auxiliares do presidente Michel Temer disseram que o governo tem informações de que a empresa norte-americana tem um interesse maior pela aquisição da empresa. Na visão de interlocutores do presidente, essa posição pode dificultar a negociação.  Um auxiliar de Temer disse ainda que a Embraer tem interesse em parcerias, tem carência na produção de turbinas, por exemplo, e que o governo avalia positivamente negociações que sejam boas para os dois lados, desde que não apresentem risco de danos ao projeto estratégico de desenvolvimento tecnológico da empresa.Jungmann não quis dar detalhes da proposta. “Até agora não chegou a nós nenhuma proposta concreta”, disse. Procurada, a Boeing não comentou a negociação.

Magazine Luiza (MGLU3)

O Magazine Luiza tem plano de investimento de R$ 250 milhões em 2018, segundo a companhia – a média anual tem ficado em torno de R$ 160 milhões, de acordo com dados de balanço. Se atingir os R$ 250 milhões, será o maior valor investido pela varejista desde a sua abertura de capital, quase sete anos atrás, segundo informações do Valor Econômico.

O jornal apurou que, para 2018, há um plano de abertura de 100 pontos de venda. O volume só é menor que o projetado em 2011, quando 124 pontos foram abertos (destes 124, 100 vieram da compra da rede Baú naquele ano). O grupo não confirma o número de 2018.

Além disso, a companhia se prepara para o evento chamado “Liquidação Fantástica”, na sexta-feira, com 7 milhões de itens em estoque e expectativa de vender 1 milhão deles, segundo afirmou o CEO Frederico Trajano ao jornal – o número equivale a 20 dias de venda. A projeção é vender pelo menos 20% mais, em volume, que na edição de 2017.

“Reiteramos a visão positiva no case, acreditando que o forte momento de curto prazo vai continuar, enquanto no longo prazo a empresa se beneficia da estrutura multi-canal construída nos últimos anos, o que deve permitir à companhia capturar o crescimento secular do e-commerce nos próximos anos. Apesar da performance recente (alta de 38% desde o início de dezembro), seguimos vendo upside desses níveis”, afirma o BTG Pactual. 

CSN (CSNA3)
A CSN aumentou o preço do aço para montadoras brasileiras em até 23% para restaurar margens, disse a assessoria de imprensa da empresa à Bloomberg. Recentemente, as siderúrgicas brasileiras têm elevado os preços junto com índices de referência globais.

Eletrobras (ELET3;ELET6)

O jornal Valor Econômico informa que, diante da forte resistência à privatização da Eletrobras, setores do governo já advertem sobre a necessidade de um aporte bilionário na estatal. Estimativas ainda preliminares apontam que, sem o aumento de capital previsto na operação e a transferência do controle acionário à iniciativa privada, o Tesouro Nacional não teria só um desfalque em suas previsões de receitas adicionais – precisaria ainda injetar até R$ 10 bilhões na companhia para salvá-la do risco de colapso.

Triunfo (TPIS3)
A Aeroportos Brasil Viracopos, subsidiária da Triunfo Participações, pagou na terça R$ 120,2 milhões às seguradoras Swiss Re e Austral. O valor é referente à última parcela do acordo para ressarcimento do valor pago à Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) pela outorga fixa de 2016 do aeroporto.

Em novembro, Viracopos já havia pago R$ 36,1 milhões às duas seguradoras. No final de agosto, a Swiss Re pagou à Anac R$ 149,8 milhões referente à parcela da contribuição fixa de outorga de 2016.

No final do mês de julho, os acionistas da concessionária responsável pelo aeroporto localizado em Campinas (SP) autorizaram a diretoria da empresa a iniciar o processo de devolução da concessão.

JSL (JSLG3)
A JSL afirmou que a notícia dada pelo jornal O Estado de S. Paulo, de que o IPO da locadora de caminhões Vamos tem data marcada para ocorrer em fevereiro, não procede.

De acordo com a empresa, as demonstrações financeiras auditadas da Vamos que instruirão os pedidos de registro de oferta à CVM deverão refletir os números da recém-adquirida Borgato, o que inviabilizaria a realização da abertura de capital ainda em fevereiro. A empresa disse também que também não há ainda valor previsto para a oferta.

Eletropaulo (ELPL3)

Em Assembleia Geral Extraordinária (AGE) realizada nesta terça-feira, 2, os acionistas da Eletropaulo aprovaram a diminuição do conselho de administração de 11 para 9 membros, e elegeram três novos conselheiros independentes, em substituição a cinco outros que saíram do colegiado.

Saíram do conselho Berned Raymond da Santos Ávila, Francisco José Morandi Lopez, Pedro de Freitas Almeida Bueno Vieira, Vincent Winslow Mathis e Wilfredo João Vicente Gomes. Foram eleitos conselheiros independentes, indicados pela AES Holdings, Ana Marta Horta Veloso, Ana Maria Loureiro Recart e Erik da Costa Breyer.

Em ata da AGE, a Eletropaulo lembra que os eleitos atendem aos requisitos previstos no regulamento do Novo Mercado da B3 para serem considerados independentes.

Sem a presença de titulares de ações ON representativas de pelo menos dois terços do total, não foram realizadas as votações para alterar o Estatuto Social. Entre as alterações a serem votadas estão a possibilidade de emissão de ações ou de debêntures conversíveis sem direito de preferência, e a dispensa de necessidade de autorização prévia do conselho de administração para compra de energia em determinadas condições. A Eletropaulo convocará nova assembleia para deliberar sobre os temas.

(Com Agência Estado)

 

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.