Precificação da BR Distribuidora, oferta de ações da Sanepar levanta R$ 1 bi, Estácio fecha unidades e mais destaques

Confira os destaques do noticiário corporativo desta quarta-feira (13)

Lara Rizério

Abastecendo o carro

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SÃO PAULO – O noticiário corporativo é bastante movimentado, com destaque para a precificação da BR Distribuidora, a oferta da Sanepar, que movimentou R$ 1,04 bilhão, o fechamento de unidades da Estácio, entre outros destaques. Confira abaixo:

Oi (OIBR4)

A Oi apresentou um plano revisado que daria aos credores até 75% da empresa, uma concessão que poderia ajudar a companhia a resolver a saga de 18 meses para reestruturar US$ 19 bilhões em dívidas.

A companhia  ainda informou que foi envolvida em discussões e negociações com certos detentores individuais ou administradores de entidades detentoras de participação econômica títulos, segundo comunicado à CVM. Ela apontou que esse grupo de “titulares de notes” não inclui qualquer titular de Notes membro do Comitê Diretor do International Bondholder Committee e do Comitê Diretor do Grupo de Credores Ad Hoc.

IPOS

A abertura de capital da distribuidora de combustíveis BR, da Petrobras (PETR3;PETR4), deverá marcar a maior oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) na Bolsa brasileira desde 2013, quando a operação da BB Seguridade superou R$ 11 bilhões. Com demanda já garantida para a oferta, o IPO da BR Distribuidora poderá render até R$ 7,5 bilhões ao caixa de sua controladora, a Petrobras, considerando o cenário mais otimista. O preço das ações será conhecido hoje e a estreia do papel ocorrerá na sexta-feira.

Um dos apelos da BR é o desconto de preço de mais de 30% em relação às ações da Ultrapar, dona da bandeira Ipiranga, que hoje é vice-líder do setor, justamente atrás da BR. A distribuidora de combustíveis da Petrobrás deve atrair investidores estrangeiros e locais, incluindo pessoas físicas, uma vez que foi estruturado um fundo de investimento exatamente para esse público. Esse mesmo instrumento, que facilita a entrada de pequenos investidores, havia sido usado em 2010, na megacapitalização da Petrobrás.

A intenção dos bancos, até esta terça-feira, 12, era que o valor inicial do papel superasse o teto da meta inicial, estabelecida entre R$ 15 e R$ 19. Por causa do tamanho da operação, fontes de mercado dizem que a demanda deverá ficar entre 1,5 vez e 2 vezes a oferta – mas não muito acima disso. Para garantir o sucesso da operação, banqueiros atuavam ainda nesta terça-feira, em Nova York, para aumentar o interesse de estrangeiros pela operação.

Ainda sobre a Petrobras, o Senado aprovou, com alteração, a medida provisória que cria um regime especial de importação de bens a serem usados na exploração e produção de petróleo, gás natural e outros hidrocarbonetos. Após divergências em plenário, devido às mudanças no texto original feitas na Câmara dos Deputados, os senadores aprovaram o texto principal por 27 votos a 20, e acataram, por maioria simbólica, a alteração de um trecho da MP. A redação da MP ficou da forma como foi editada pelo governo, isto é, permitindo as suspensões dos tributos apenas até 2022, e não até 2040, conforme emenda da Câmara.

A MP está em vigor desde 18 de agosto, quando foi editada pelo presidente Michel Temer no mesmo dia em que o governo anunciou a renovação do regime aduaneiro especial de exportação e de importação de bens destinados às atividades de pesquisa e de lavra das jazidas de petróleo e de gás natural (Repetro) até 2040. O projeto suspende os tributos cobrados a bens destinados a atividades de exploração, desenvolvimento e produção de petróleo e gás natural que permanecerem no Brasil de forma definitiva. O mesmo vale para a importação ou aquisição no mercado interno de matérias-primas e produtos intermediários destinados à atividade.

Segundo o texto, ficam isentos o pagamento do imposto de importação, do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), da contribuição para o Programa de Integração Social e o Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público (PIS/Pasep-Importação) e da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins-Importação). A exceção fica para embarcações destinadas a navegações de apoio marítimo, portuário, de cabotagem e de percurso nacional, que, segundo a legislação, são restritas a equipamentos nacionais.

CSN (CSNA3)

A CSN tem ratings colocados em watch negativo por Fitch, refletindo os elevados riscos de financiamento da cia. a curto prazo, diz a Fitch em relatório. Nos próximos dois meses, espera-se que a CSN refinancie cerca de R$ 10,7 bilhões com bancos locais, que deve ocorrer em conjunção com publicações auditadas dos balanços trimestrais de 2017. Se for bem sucedida, a companhia precisará refinanciar R$ 6,6 bilhões em títulos internacionais com vencimento em 2019 e 2020.

Segundo a agência de rating, a potencial turbulência do país gerada pelas eleições de 2018 e a potencial aversão ao risco para emissores brasileiros irão pressionar a CSN a iniciar discussões com credores o mais rápido possível. “Qualquer falha em obter progresso com os bancos nos próximos meses pode levar a um rebaixamento de rating”.

Sanepar (SAPR11)

A Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar) confirmou, em fato relevante publicado no fim da noite desta terça-feira, 12, que o valor por Unit em sua oferta subsequente (follow on) foi precificado em R$ 55,20, sem desconto em relação ao fechamento do pregão de terça. Com isso, a oferta atingirá um total de cerca de R$ 1,040 bilhão, por meio da emissão de 18.846.177 certificados de depósitos de ações (Units), representativos de uma ação ordinária e quatro papéis preferenciais. 

A oferta é secundária, ou seja, os recursos não irão ao caixa da companhia. Os acionistas vendedores são o Estado do Paraná, a Copel e a Comercialização. A quantidade de units inicialmente ofertada, de 16.387.980, foi, a critério da Copel e da Copel Comercialização, acrescida em 15% – ou seja, em 2.458.197. A liquidação da oferta ocorrerá em 18 de dezembro de 2017. A coordenação foi do Itaú BBA (Líder) e do Bank of America Merrill Lynch.

RD (RADL3)

Destaque para uma notícia que pode mexer com a RD. Farmácias e drogarias de todo o país vão poder oferecer o serviço de vacinação a clientes. A possibilidade foi garantida em resolução aprovada ontem (12) pela diretoria colegiada da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

O serviço já era regulamentado em alguns estados, como São Paulo, Santa Catarina, Paraná, Minas Gerais e Distrito Federal. Com a decisão, que será publicada no Diário Oficial da União nos próximos dias, ela será estendida às demais unidades da federação. A resolução também estabelece exigências para estabelecimentos de saúde que vão oferecer o serviço. Esses devem estar inscritos no Cadastro Nacional dos Estabelecimentos de Saúde (CNES), disponibilizar o calendário nacional de vacinação e os tipos de medicamentos disponíveis aos clientes.

Em cada local é obrigatória a designação de um responsável técnico e a contratação de profissionais habilitados para aplicar vacinas, com a realização de capacitações constantes. As instalações precisam ser adequadas e seguir parâmetros estabelecidos nas normas do setor, como ambiente refrigerado para armazenar as vacinas e cuidados no transporte dos materiais para não prejudicar a qualidade. As regras aprovadas pela Anvisa também preveem obrigatoriedade de registro das informações nos cartões de vacinação e de erros ou problemas no sistema da agência e liberdade para emitir Certificados Internacionais de Vacinação.

 Cosan (CSAN3)
A Cosan anunciou uma série de fatos relevantes: (1) a conclusão da compra da participação da Shell na Comgas e estudo de possivel reorganização societária da companhia; (2) troca do CEO, com a entrada do Marcos Marinho Lutz substituindo Mario Augusto da Silva; (3) programa de recompra de até 13,6 milhões de ações (ou 3,33% do total de ações)  e (4) a venda para os fundos Jus Capital Gestão de Recursos e Farallon Latin America Investimentos de direitos creditórios em processo do Instituto Brasileiro do Açúcar e do Álcool contra a União em decorrência da fixação do preço  abaixo de seu custo de produção. De acordo com o fato relevante, o valor da operacao será de R$ 1,34 bilhão (ou 9% do market cap atual) e as partes devem negociar nas próximas semanas as condições dessa potencial transação e depois disso assinariam os contratos definitivos da compra e venda dos direitos creditórios. “Acreditamos que o mercado não contava com tal decisão. Além disso, a notícia tambem pode ter leitura positiva para São Martinho, dado que tinha participacao de 12% na Copersucar e, assim, uma decisao favorável ao Instituto poderia representar um ganho para a Sao Martinho”, segundo o Credit Suisse.

 

Estácio (ESTC3)

Segundo o Valor, em meio às demissões de até 1,5 mil professores, a Estácio vai fechar unidades nas cidades de Juiz de Fora (MG) e Salvador (BA). Os alunos serão transferidos para campi próximos, cerca de 1,5 quilômetro de distância, no primeiro semestre do próximo ano. “Como parte de sua estratégia de busca pelo crescimento sustentável, a Estácio decidiu transferir os cursos dos campi Zona Norte, em Juiz de Fora (MG), e Costa Azul, em Salvador (BA), para unidades próximas”, informou comunicado da companhia. 

Gafisa (GFSA3)

A Gafisa disse em comunicado ao mercado que assembleia marcada para 12 de janeiro a pedido da GWI vai votar proposta de alteração do estatuto para elevar de 30% para 50% do total de ações emitidas o percentual previsto que, se atingido, obriga o acionista a fazer uma oferta publica de aquisição.

No mesmo comunicado, Gafisa diz que a administração da empresa é contra a proposta por entender que ela tornaria mais viável a concentração do poder nas mãos de um acionista ou grupo de acionistas.

IRB

A IRB exerceu opção de venda de ações da Africa RE por cerca de US$ 62 milhões.

(Com Agência Estado e Agência Brasil) 

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.