JBS esclarece operação da PF, “Brazil buy list” do Itaú BBA, Petrobras eleva preços e mais 9 destaques no radar

Confira os destaques do noticiário corporativo desta segunda-feira (11)

Lara Rizério

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*Atualizada às 10h52 (horário de Brasília) para inclusão da posição da JBS

SÃO PAULO – O noticiário corporativo segue movimentado, com nova operação da Polícia Federal, além da fala do presidente da Eletrobras sobre a privatização da companhia, a lista de recomendações do Itaú BBA, entre outros destaques. Confira abaixo:

JBS (JBSS3)
Agentes da Polícia Federal e servidores da Receita Federal cumprem hoje 14 mandados de busca e apreensão em residências e empresas de suspeitos de corrupção, envolvendo a Operação Lava Jato, nas cidades de São Paulo, Caraguatatuba, Campos do Jordão, Cotia, Lins e Santana do Parnaíba. Batizada de Operação Baixo Augusta, a ação resultou de uma de investigação conjunta da Polícia Federal, do Ministério Público Federal e da Receita Federal para apurar a existência de um esquema de propina destinado a agilizar a liberação de créditos tributários junto à Receita Federal.

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A determinação foi feita pela 10ª Vara Criminal Federal de São Paulo. Segundo nota da PF, um auditor-fiscal da Receita Federal foi afastado judicialmente e oito pessoas físicas e jurídicas tiveram seus bens bloqueados. A apuração visa apurar ação criminosa de pessoas sem foro privilegiado, conforme indicado pelo Supremo Tribunal Federal STF), com base em acordo de colaboração premiada firmado entre executivos da empresa J&F e o Ministério Público Federal.

Haveria prova de que desde 2004 um auditor fiscal estaria recebendo propina para agilizar, ilicitamente, a liberação de recursos que a empresa teria a receber a título de créditos tributários. Calcula-se que, nos últimos 13 anos, essa fraude tenha movimentado cerca de R$ 160 milhões. De acordo com as investigações, empresas de fachada e a emissão de notas fiscais falsas estariam contribuindo para essas ações.

Em nota, a assessoria de imprensa da J&F informou que a holding não é alvo da Operação Baixo Augusta.” A empresa não fará comentários sobre a ação que está sendo realizada hoje e que decorre do acordo de colaboração firmado com a Justiça. A J&F reitera ainda que, conforme nota divulgada pelo MPF, os créditos à JBS são recursos legítimos que a companhia teria a receber do Fisco”. 

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Petrobras (PETR3;PETR4)

A Petrobras anunciou um novo reajuste para os combustíveis, com alta de 1,4% no preço da gasolina nas refinarias e aumento de 1,8% no do diesel. Os novos valores valem a partir da terça-feira (12). 

A nova política de revisão de preços foi divulgada pela petroleira no dia 30 de junho. Com o novo modelo, a Petrobras espera acompanhar as condições do mercado e enfrentar a concorrência de importadores. Em vez de esperar um mês para ajustar seus preços, a Petrobras agora avalia todas as condições do mercado para se adaptar, o que pode acontecer diariamente.

Além da concorrência, na decisão de revisão de preços, pesam as informações sobre o câmbio e as cotações internacionais.

Recomendações

As ações de Vale (VALE3), Lojas Americanas (LAME4) e Cosan (CSAN3) foram removidas da lista com os analistas do Itaú BBA aumentando a exposição doméstica da carteira, de acordo com relatório do banco. “Acreditamos que a recuperação econômica está em terreno firme e – como argumentamos no passado – como ainda está nos estágios iniciais, é menos ciclicamente vulnerável e não é facilmente desviada da trajetória por choques, a menos que as condições financeiras sejam significativamente comprimidas”.

A Vale foi removida pois os analistas estão realizando lucros de 11,2% desde a sua inclusão no final de setembro, embora “permaneçam otimistas” com a história da companhia. A  Lojas Americanas também foi removida com perda de 17,8% “porque o momentum da ação pode sofrer até que haja mais clareza sobre os próximos passos da Amazon no Brasil”. A TIM (TIMP3) foi adicionada e é a nova top pick do banco no setor TMT, “com um modelo promissor para crescimento da receita”. A Randon (RAPT4) entra na lista devida à baixa performance recente contra o Ibovespa e por ser uma vencedora em um cenário de recuperação. Já a Cyrela (CYRE3) é uma jogada de longo prazo na recuperação econômica. A carteira agora inclui Banco do Brasil (BBAS3), BRF (BRFS3), Camil (CAML3), Cyrela, Gerdau (GGBR4), MRV (MRVE3), Petrobras, Randon, Smiles (SMLS3) e TIM. 

Eletrobras (ELET3;ELET6)

Em entrevista à Folha, o presidente da Eletrobras, Wilson Ferreira Júnior, afirmou que a privatização da Eletrobras vai ocorrer entre setembro e dezembro de 2018. Segundo ele, a coincidência com as eleições para presidente não prejudicará a atratividade da emissão de ações, afirma. “Nem investidores estrangeiros, nem brasileiros veem problema. Se tem uma oportunidade em um negócio de 30 anos, não tem nada a ver com eleição. Não tenho dúvida de que há interesse, porque são as últimas [usinas] no país. Depois delas, o mapa fica quase completo.”

Vale destacar que a privatização encontra resistência na Câmara e no Senado, inclusive de membros da base do governo. “Se ela não ocorrer, vende-se usina a usina. A Eletrobras ficaria com todos os custos e perderia a capacidade instalada de 14 mil megawatt-hora (MWh), uma Itaipu. A Eletrobras aguenta? Duvido.”

Carrefour Brasil (CRFB3)

O Carrefour Brasil elegeu Matthieu Malige como novo presidente do Conselho em reunião da última sexta-feira (8).  Malige vai substituir Pierre-Jean Sivignon, que apresentou renúncia ao cargo de presidente do conselho na mesma data. Sivignon também renunciou aos cargos de membro dos Comitês de Recursos Humanos e de Auditoria Estatutário. 

Alpargatas (ALPA4)
O Conselho da Alpargatas aprovou a primeira emissão de debêntures da companhia nesta sexta-feira, segundo fato relevante. A emissão será em 3 séries, para investidor qualificado, com vencimentos em 2019, 2020 e 2022. Os recursos serão usados para gestão ordinária dos negócios, disse a empresa.

Gol (GOLL4)

A Gol teve o rating elevado de CCC+ para B- pela Standard & Poor’s. A agência de rating retirou CreditWatch positivo, colocado em 27 de novembro, segundo nota da S&P.

A atualização reflete a melhora da liquidez da Gol, que resultou da emissão bem sucedida de notas seniores que permitirão à empresa melhorar sua estrutura de capital e reduzir a carga de juros. A perspectiva positiva reflete a expectativa de desalavancagem gradual da cia. através de esforços recentes para renovar operações e melhorar sua estrutura de capital. “Acreditamos que há pelo menos uma em cada três chances de atualizar a Gol nos próximos 12-18 meses se publicar dívidas ao Ebitda de forma consistente em 3,5 vezes e fundos de operações para dívidas de cerca de 25%”, diz S&P. 

BRF (BRFS3)

Em entrevista ao Estadão, Abilio Diniz afirmou que a turbulência na BRF, dona de Sadia e Perdigão, ficou para trás. Maior exportadora de frango do mundo, a empresa teve prejuízo por três trimestres seguidos, algo inédito em sua história, e viveu meses de divergência entre sócios, com debandada de executivos e demissão do presidente. Ao jornal, o empresário, dono de 3,92% da BRF e presidente do conselho, disse que esses temas foram superados e que há agora “outro clima”.

“Casa que não tem pão todo mundo reclama e ninguém tem razão. Numa situação assim, você tem opiniões divergentes dos acionistas e dos investidores, certa pressão para que resultados voltem. Mas isso está completamente ultrapassado.”

A pacificação da BRF narrada por Abilio decorre, em sua visão, da eleição do novo presidente, José Aurélio Drummond Jr. A escolha foi vista como demonstração de força do empresário, que impôs o nome do executivo mesmo com oposição dos fundos de pensão Previ (do Banco do Brasil) e Petros (da Petrobras) – maiores acionistas da BRF, com 11% cada um. 

O processo acirrou os ânimos no conselho, que já vivenciava discussões acaloradas sobre os rumos da empresa. Os fundos diziam que o sucessor de Pedro Faria, que comandava a BRF desde 2014, deveria ser trazido por uma empresa de recrutamento, e não poderia ser ligado a acionistas. Abilio advogou por Drummond, que era conselheiro da BRF e visto como nome de sua confiança. Abilio minimizou o conflito. “(A eleição) foi muito mais tranquila do que parece”, disse. Mas ele confirmou que chegou a pedir a contratação de firma de investigação para apurar vazamentos no colegiado.

Segundo Abilio, a BRF está em “outro momento”. Essa nova fase terá bem menos influência da Tarpon, sócio com 8,5% da empresa. O empresário afirmou que, com a saída de Faria, sócio do fundo, “praticamente não há mais ninguém da Tarpon” na BRF e que o fundo ajudará por meio do conselho. Na visão de Abilio, a recuperação dos resultados da empresa, que teve lucro no terceiro trimestre, deverá se consolidar. Uma nova marca vai ser lançada e o processo de internacionalização reforçado, afirmou. O projeto de abertura de capital da OneFoods, subsidiária voltada para o mercado muçulmano, está sendo repensado e a entrada de investidores não está descartada, afirmou.

Procurada, a Previ disse, em nota, que não falará de assuntos ligados à governança, mas que segue “insatisfeita com o desempenho” da BRF. A Petros disse que não se pronunciará sobre questões internas, mas que está “insatisfeita com os resultados apresentados pela BRF e com o desempenho das ações”. A Tarpon não comentou.

BR Malls (BRML3)

A BR Malls informou ter vendido sua participação de 2,1% no Minas Shopping, por R$ 11,2 milhões. O valor representa um “cap rate” (retorno percentual em relação ao seu valor) de 9,8%. O Minas Shopping está localizado em Belo Horizonte e tem 763,8 metros quadrados de ABL (área bruta locável). “Essa operação possibilita que a BR Malls utilize os recursos provenientes da venda para investimentos que possuam maior rentabilidade. A companhia segue buscando oportunidades de reciclagem de portfólio”, disse a empresa em comunicado ao mercado na última sexta-feira.

CSN (CSNA3)

A CSN obteve aval ambiental para manter operação Presidente Vargas. A autorização Ambiental mantém a plena operação da Usina Presidente Vargas, localizada em Volta Redonda (RJ), em caráter provisório, com validade de 180 dias, disse CSN em comunicado na noite de 8 de dezembro. A companhia afirmou que buscará uma solução consensual definitiva quanto às questões ambientais existentes.

Tupy (TUPY3)

A Tupy prevê investimentos de R$ 150 milhões em 2018 e retorno de margens voltando a níveis históricos em 2018, cerca de 15%, disse a companhia em comunicado. O volume de vendas deve crescer 5%; crescimento dos mercados interno e externo, sobre base comparativa mais forte. A redução de custos projetada é de R$ 42 milhões. 

Movida (MOVI3)

Dez meses após o IPO, a Movida aprovou a recompra de até 7 milhões de ações ordinárias em dezoito meses. A companhia informou que manterá o percentual mínimo de 25% das ações em circulação mesmo com a recompra. Os recursos para a recompra de ações virão da reserva de lucros e capital disponível, disse a empresa. 

(Com Agência Estado e Agência Brasil)

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.