BB afunda 4%, Petrobras cai apesar do petróleo e só 9 ações do Ibovespa sobem; Magazine Luiza dispara 10%

Confira os principais destaques da Bolsa desta quinta-feira

Paula Barra

(Divulgação)

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SÃO PAULO – Em dia de aversão ao risco no mercado doméstico, o Ibovespa chegou a cair 2,61%, mas fechou em queda de 1,07%, a 72.487 pontos, nesta quinta-feira (7). O mau humor dos investidores foi guiado pela fala do vice-líder do governo, Beto Mansur, que admitiu que o governo não possui os votos necessários para aprovar a reforma da Previdência e que pretende adiar mais uma vez a votação do texto. Com a votação cada vez mais distante, nem a queda da Selic para 7% ao ano ontem, no menor patamar da história, foi suficiente para animar o mercado. 

Com isso, somente 9 das 59 ações do Ibovespa fecharam em alta, com a Embraer (EMBR3, R$ 16,14, +1,51%) liderando o movimento positivo puxada pelo dólar. Do outro lado, a Kroton (KROT3, R$ 17,69, -4,07%) apareceu como a maior queda, seguida por Banco do Brasil (BBAS3, R$ 30,77, -3,87%) e WEG (WEGE3, R$ 23,06, -3,31%)

Fora do índice, as ações da Magazine Luiza chamaram atenção com ganhos de até 10% nesta sessão, com os investidores de olho no “ML Day”, realizado pela empresa em São Paulo nesta quinta. Embora empresa não anunciado nada extraordinário, a mensagem foi positiva em uma apresentação para mais de 170 investidores e analistas, o que pode explicar esse movimento – principalmente porque boa parte deles não tem MGLU3 em carteira. “A percepção do mercado foi muito positiva, a ação ficou parada num valor que não justifica o que a empresa é e que ainda tem potencial pra ser”, disse ao InfoMoney Giovana Scottini, analista da Eleven Financial, que estava no evento.

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Confira abaixo os principais destaques de ações desta sessão: 

Vale (VALE3, R$ 35,35, -1,15%), 
Apesar do dia de queda do mercado doméstico e derrocada do minério de ferro, as ações da Vale se seguram em uma desvalorização de cerca de 1%. Ainda assim, essa sessão marca a terceira queda seguida do papel, que acumula no período perdas de 4%. Na Bolsa chinesa de Dalian, os contratos futuros do minério de ferro afundaram 7,48% nesta sessão, a 494,5 iuanes. 

O movimento negativo também foi visto nos papéis da Bradespar (BRAP4, R$ 25,27, -1,37%) – holding que detém participação na Vale – e nas siderúrgicas, com Gerdau (GGBR4, R$ 11,09, -0,36%), Metalúrgica Gerdau (GOAU4, R$ 5,20, -1,14%), Usiminas (USIM5, R$ 8,74, -1,24%) e CSN (CSNA3, R$ 7,31, -2,53%). 

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No radar, Eduardo de Salles Bartolomeo foi nomeado diretor executivo para o segmento de Metais Básicos da Vale, em substituição a Jennifer Anne Maki, segundo comunicado.

Bartolomeo cumprirá cumprirá prazo de gestão de 1 de janeiro de 2018 até 26 de maio de 2019. “Eduardo Bartolomeo terá como principais desafios tornar o negócio de Metais Básicos sustentável, com geração de caixa positiva no longo prazo”, diz Vale no comunicado.

Ele trabalhou na Vale de 2007 a 2012 liderando diversos departamentos, sendo inclusive diretor executivo das Operações de Fertilizantes e Carvão e de Marketing, segundo o comunicado, sendo membro do Comitê Estratégico da entre setembro de 2016 e outubro de 2017. É membro do conselho de administração desde setembro de 2016 e membro dos comitês financeiro e de conformidade e risco desde novembro de 2017.

Já em entrevista ao Valor, o CEO da mineradora, Fabio Schvartsman, afirmou que a Vale deverá se transformar na empresa de mineração que vai gerar mais valor para seus acionistas entre as grandes mineradoras mundiais. Para Schvartsman, o desempenho estará ligado a quatro pilares: melhoria da governança, a partir da migração para o Novo Mercado da B3, no dia 22 deste mês; ganhos de performance, estratégia clara e bem definida e maior cuidado com questões de sustentabilidade. Ele também demonstrou otimismo a curto prazo com a demanda chinesa.

Petrobras (PETR3, R$ 15,86, -0,88%; PETR4, R$ 15,26, -1,68%)
Descoladas dos preços do petróleo e seguindo o movimento do mercado doméstico, as ações da Petrobras caíram nesta sessão. Em Londres, os contratos futuros do petróleo Brent registravam alta de 1,42%, a US$ 62,09 o barril, enquanto os contratos do WTI, negociados em Nova York, subiram 1,25%, a US$ 56,67 o barril.  

No radar, faltando ainda uma semana para o fechamento da bilionária oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) da BR Distribuidora, da Petrobras, a demanda pelas ações da companhia está forte e já atinge 70% da oferta, isso considerando o piso da faixa indicativa de preço, estipulada de R$ 15 a R$ 19, afirma a coluna do Broad, do Estadão. Uma das explicações pelo interesse dos investidores foi o desconto em relação às ações da Ultrapar, que é dona da bandeira Ipiranga. Os recursos da oferta irão inteiramente ao caixa da Petrobras. Procuradas pelo jornal, BR e Petrobras não comentaram.

No radar da estatal, a Petrobras anunciou o corte do preço do diesel em 2,2%, enquanto manteve a gasolina. Os preços são válidos a partir de 8 de dezembro. 

Por fim, a companhia informou que  recebeu cerca de R$ 654 milhões por
meio de acordos de colaboração celebrados com pessoas físicas e
jurídicas no âmbito da Operação Lava Jato. Com isso, total de recursos transferidos desde o início da operação soma R$ 1,476 bilhão. 

“A companhia, que é reconhecida pelas autoridades como vítima dos atos desvendados pela Operação, seguirá adotando medidas jurídicas contra empresas e pessoas, inclusive ex-funcionários e políticos, que causaram danos financeiros e à imagem da companhia”, diz ela em comunicado.

Recomendações

O noticiário corporativo também é movimentado por conta das recomendações de ações. O Safra iniciou cobertura para diversas ações do setor de construção. Direcional (DIRR3, R$ 5,66, -1,05%), Even (EVEN3, R$ 5,15, 0,0%), Tenda (TEND3, R$ 17,35, -0,86%) foram iniciadas como ’outperform’ por Safra, com preços-alvos respectivos de R$ 7,50, R$ 6,60 e R$ 22,10, enquanto Helbor (HBOR3, R$ 2,01, -1,47%) e Tecnisa (TCSA3, R$ 2,02, 0,0%) foram iniciadas como neutra, com preços-alvos respectivos de R$ 2,20 e R$ 2,50. Já a Estácio (ESTC3, R$ 30,71, -2,04%) foi elevada a ’compra’ por Santander, com preço-alvo de R$ 36. 

Magazine Luiza (MGLU3, R$ 64,46, +10,55%)
A Magazine Luiza dispararam nesta sessão com os investidores de olho no ML Day, realizado pela empresa em São Paulo nesta quinta. O volume financeiro movimentado com os papéis também chama atenção, atingindo R$ 260,6 milhões neste momento, acima da média móvel de 21 períodos, de R$ 116,8 milhões.

Em conversas com analistas e gestores que participaram do ML Day 2017, a conclusão é que a empresa não anunciou nenhuma novidade que justificasse essa disparada, mas como tinha muita gente do mercado no evento (mais de 170 pessoas estavam presentes) e boa parte deles não tem ações MGLU3 em carteira, as sinalizações bastante promissoras para os resultados de 2018 podem ter animado estes investidores que ainda não tinham encarteirado o papel.

“A percepção do mercado foi muito positiva, a ação ficou parada num valor que não justifica o que a empresa é e que ainda tem potencial pra ser”, disse ao InfoMoney Giovana Scottini, analista da Eleven Financial, que estava no evento.

No evento, a empresa anunciou o lançamento de um novo serviço para compras via aplicativo: o “entrega expressa”, que consiste em realizar entregas de produtos em até 2 dias. O anúncio foi feito em primeira mão pelo Eduardo Galanternick, diretor executivo de e-commerce da empresa (veja aqui). Segundo Eduardo, o serviço de entrega expressa está sendo lançado imediatamente em 10 cidades: São Paulo, Guarulhos, Santana do Parnaíba, Osasco, São Caetano do Sul, Barueri, Santo André, São Bernardo do Campo, Diadema e Belo Horizonte (única representante fora do estado de SP por enquanto). “O nosso prime é o nosso app. De uma forma geral, acreditamos que essa estratégia pode ser uma grande alavanca para o nosso crescimento”, disse o diretor.

A ação da Magazine Luiza faz parte da Carteira InfoMoney do mês de dezembro (clique aqui para ver o portfólio completo). 

BRF (BRFS3, R$ 35,79, -2,85%)
Em meio à queda de 13,5% desde que o aguardado novo CEO (Chief Executive Officer) da BRF foi escolhido, os analistas Thiago Duarte e Vito Ferreira, do BTG Pactual, escreveram hoje um relatório sobre a ação: “sonhos despedaçados”?

Ao entrar em contato com investidores e players do setor, os analistas destacam que o crescente desapontamento dos investidores com a falta de clareza de comunicação na estratégia que a companhia adotará piorou justamente pela nomeação não consensual do novo CEO. Esse fator se somou às incertezas crescentes sobre a recuperação da margem bruta da companhia, em uma revisão de cenário em que antes se previa recuperação nos números da BRF por conta de custos mais baixos. 

Diante desse cenário, os analistas decidiram adotar uma abordagem mais conservadora para as estimativas do quarto trimestre de 2017 e de 2018, de forma a refletir as expectativas de uma recuperação de margem mais lenta. Embora sigam com recomendação de compra, eles decidiram cortar o preço-alvo para os papéis de R$ 54,00 para R$ 47,00, mas ainda levando a um potencial de valorização de cerca de 28% após o corte. 

Telefônica Brasil (VIVT4, R$ 50,05, +0,91%)
As ações da Telefônica Brasil apareceram entre as poucas altas do Ibovespa nesta sessão. No radar, a Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) divulgou os dados de outubro mostrando expansão do mercado, com números de crescimento bem distribuídos entre Vivo (37%), Tim (37%) e Claro (30%). 

Os analistas do Bradesco BBI apontaram que a Vivo e TIM (TIMP3, R$ 11,90, -1,08%) continuam com forte performance que deveria sustentar crescimento de receita líquida de 6% na comparação anual, enquanto as adições líquidas para a Claro devem continuar alimentando sua recuperação. 

Banrisul (BRSR6, R$ 14,45, +1,40%)

o governo gaúcho decidiu adiar a realização da oferta de ações do Banco do Estado do Rio Grande do Sul (Banrisul) em razão das condições atuais do mercado. Em Fato Relevante, o banco afirma que a intenção do governo de realizar a venda de ações permanece, e as condições do mercado continuarão sob observação.

Na última segunda-feira, 4, a ação PNB do banco subiu mais de 7% após o BTG Pactual ter enviado a clientes um e-mail relatando conversas com vários profissionais do mercado, e que estes deram o diagnóstico de que a oferta não aconteceria esse ano.

 Na semana passada, a Coluna do Broadcast noticiou que a operação gerava críticas, já que gestores calcularam que a venda de uma fatia minoritária pertencente ao Estado gaúcho em bolsa sairia a um preço correspondente a 80% do valor patrimonial da instituição financeira, ao passo que uma eventual alienação para um investidor estratégico poderia render duas vezes mais.

(Com Agência Estado)