Petrobras tem meta de vender US$ 21 bilhões em ativos até junho do ano que vem, afirma presidente

Estatal possui US$ 40 bilhões em ativos disponíveis para venda

Bloomberg

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O processo de venda de ativos da Petrobras está agora a toda velocidade, disse o presidente da Petrobras, Pedro Parente, em entrevista exclusiva à Bloomberg em Nova York. O ideal seria fechar a venda dos ativos até o fim do primeiro semestre de 2018. “Digo assinar, não concluir a venda”, afirmou Parente. Uma vez acertadas as vendas, a conclusão dos negócios poderia acontecer posteriormente, disse ele.

A Petrobras possui US$ 40 bi em ativos disponíveis para venda. Parente “adoraria” fazer o IPO da BR Distribuidora ainda neste ano, mas diz que não será o “fim do mundo” caso não saia até dezembro. A data do IPO depende da aprovação de reguladores e das condições do mercado. Parente espera que o apetite do mercado pela BR seja maior do que gerado em IPO do Carrefour Brasil.

Cessão onerosa

O governo trabalha com sete cenários para o acordo da cessão onerosa com a Petrobras, cinco dos quais favoráveis à empresa, disse Parente. O pior cenário para a Petrobras começa um pouco abaixo de zero e o melhor cenário, em torno de US$ 30 bilhões. “Não assino acordo sobre a cessão onerosa se a companhia tiver que pagar”, disse ele.

Parente considera que a Petrobras tem uma vantagem na negociação com o governo, pois precisa menos do dinheiro. Obter um acordo “é mais importante para o governo do que para nós”. O governo precisa de mais dinheiro e com mais velocidade do que a Petrobras, e a grande quantidade de petróleo na área excedente melhora condições para a negociação, acrescentou Parente.

Parente prevê “grande interesse” de empresas estrangeiras na área excedente, caso haja um leilão no ano que vem. “É um investimento de baixo risco porque as descobertas já foram feitas. O petróleo já está lá.” A ANP estima haver de 6 a 15 bilhões boe na área excedente, mas a Petrobras anunciará números mais conservadores nas próximas semanas, adiantou Parente.

Opep

A Petrobras não poderia negociar cortes de produção com a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) porque tem compromisso com investidores, disse Parente. A empresa precisa de produção para pagar dívidas. “Não posso jogar com o tamanho da dívida que eu tenho.”