Ibovespa Futuro sobe após Michel Temer confirmar reforma ministerial

Iniciativa estava sendo cobrada pelo "centrão" como gatilho para a aprovação do texto da Previdência

Rafael Souza Ribeiro

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SÃO PAULO – Os contratos futuros de Ibovespa com vencimento em dezembro registravam alta de 0,41%, aos 73.195 pontos, às 9h04 (horário de Brasília) desta terça-feira (14), após Michel Temer anunciar que iniciará a reforma ministerial e que será concluída até meados de dezembro, movimento precipitado com demissão do tucano Bruno Araújo do Ministério das Cidades na última segunda-feira (13). Além disso, os investidores acompanham de perto a reação do mercado ao resultado do terceiro trimestre da Petrobras (PETR3; PETR4), que ficou abaixo do esperado.

De acordo com o Estadão, dono da quarta maior bancada da Câmara com 45 deputados, o PP intensificou a pressão para indicar o substituto de Araújo e ampliar o espaço do partido no governo. Integrantes da cúpula da legenda querem emplacar o atual presidente da Caixa, Gilberto Occhi, mas interlocutores de Temer no Palácio do Planalto defendem o nome do líder do governo na Câmara, Aguinaldo Ribeiro (PP-PB).

A notícia foi bem recebida pelo mercado uma vez que a reforma ministerial, que estava sendo cobrada pelos parlamentares do “centrão” desde que Temer se livrou da segunda denúncia de Rodrigo Janot, será o gatilho para a aprovação do texto da reforma da Previdência. O descontentamento de grande parte dos aliados tinha relação justamente à situação do PSDB no governo, que, mesmo sem apoiar Temer condicionalmente, ainda detinha voz nos ministérios, enquanto os aliados que votaram a favor do presidente na Câmara estavam “a ver navios”.

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Em vista deste cenário, os juros futuros com vencimento em janeiro de 2019 registravam baixa de 3 pontos-base, cotados a 7,24%, enquanto os contratos de janeiro de 2021 recuavam 4 pontos, negociados a 9,36%. No mesmo momento, o dólar futuro com vencimento em dezembro registrava desvalorização de 0,30%, aos 3.276 pontos.

Bolsas mundiais

As bolsas da Ásia fecharam majoritariamente em baixa nesta terça-feira refletindo os dados econômicos divulgados na China, revelando que a produção industrial e as vendas no varejo avançaram em ritmo mais fraco em outubro. Na comparação anual, o indicador da indústria avançou 6,2% no último mês, desacelerando ante crescimento de 6,6% observado em setembro. No varejo, houve aumento anual de 10% nas vendas de outubro, inferior ao avanço de 10,3% do mês anterior.

Já na Europa, as bolsas operam de lado enquanto mercado esperam possíveis sinais sobre política monetária dos principais bancos centrais do mundo e monitoram passos do pacote de corte de impostos de Donald Trump. No mercado de commodities, o petróleo é negociado pouco abaixo de US$ 57 após Opep elevar previsão de demanda para 2018.

Às 9h04, este era o desempenho dos principais índices:

*Dow Jones Futuro (EUA) -0,04%

*S&P 500 Futuro (EUA) -0,12%

*Nasdaq Futuro (EUA) +0,02%

*CAC-40 (França) -0,10%

*FTSE (Reino Unido) +0,15%

*DAX (Alemanha) +0,02% 

*Hang Seng (Hong Kong) -0,10% (fechado)

*Xangai (China) -0,52% (fechado)

*Nikkei (Japão) 0,00% (fechado)

*Petróleo WTI -0,39%, a US$ 56,54 o barril

*Petróleo brent -0,43%, a US$ 62,89 o barril

*Contratos futuros do minério de ferro negociados na bolsa chinesa de Dalian +0,87%, a 464,50 iuanes

Agenda econômica

Nos EUA serão divulgados os dados de inflação do PPI às 11h30. Além disso, dirigentes do Fed farão pronunciamentos sobre os rumos da economia, com destaque para o discurso de Janet Yellen, em evento marcado para a manhã de hoje. Falam ainda o presidente do BCE (Banco Central Europeu), Mario Draghi, e o presidente do Bank of Japan, Haruhiko Kuroda.

A agenda doméstica traz como destaque os dados de vendas no varejo de setembro, que registraram avanço de 0,5% na comparação com agosto, enquanto os analistas de mercado esperavam avanço de 0,3%. Ainda existe possibilidade de divulgação da arrecadação federal referente ao mês de outubro.

Petrobras apresenta resultado abaixo do esperado

A Petrobras encerrou o terceiro trimestre com lucro líquido de R$ 266 milhões, revertendo assim o prejuízo de R$ 16,5 bilhões no mesmo período do ano passado. Contudo, o número ficou bastante abaixo dos R$ 3,56 bilhões de lucro que esperavam os analistas consultados pela Bloomberg.

Os diretores da companhia foram questionados mais de uma vez na coletiva realizada sobre o motivo para a linha final da companhia ficar tão abaixo do esperado. Segundo Ivan Monteiro, diretor de Relação com Investidores da estatal, foi uma combinação de itens não-recorrentes e uma perda de market share da empresa, que afetou suas margens.

A receita de vendas da companhia, por sua vez subiu de R$ 70,44 bilhões no terceiro trimestre de 2016 para atuais R$ 71,82 bilhões, ficando acima dos R$ 68,96 bilhões esperados pelo mercado. Já o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado ficou em R$ 19,22 milhões entre abril e junho deste ano.

InfoMoney TV

Nesta terça-feira, às 10h (horário de Brasília), o CFO (Chief Financial Officer) da Fibria, Guilherme Cavalcanti, concederá entrevista ao InfoMoney sobre as perspectivas para o ano que vem e sobre o projeto Horizonte 2, inaugurado no segundo semestre pela companhia. Acompanhe clicando aqui.  

A ação registra ganhos de 62% no acumulado do ano e as perspectivas dos analistas para os papéis FIBR3 são positivas. Veja mais clicando aqui. 

Noticiário corporativo

Além dos números da Petrobras, a Eletrobras apresentou lucro líquido de R$ 550 milhões no terceiro trimestre de 2017, 37% inferior aos resultados apurados no mesmo período de 2016. A JBS, por sua vez, reportou nesta segunda-feira ao mercado o que afirma ser o melhor resultado de sua história. Nessa conta, considera o lucro líquido recorde de R$ 1,9 bilhão, valor que teria obtido no terceiro trimestre caso não tivesse aderido ao Programa Especial de Regularização Tributária. A Marfrig, por sua vez, registrou prejuízo líquido de R$ 58 milhões no terceiro trimestre de 2017, ante um prejuízo líquido de R$ 155,8 milhões no terceiro trimestre de 2016. Além delas, Alpargatas, CPFL Energia, Light e Even divulgaram seus números. 

Por fim, no InfoTrade de hoje, destaque para a sinalização de recuperação do Ibovespa após o candle de reversão formado sobre a faixa de 72 mil pontos, assim como a recomendação de compra para as ações da Ecorodovias (ECOR3) – confira a análise completa.

O Ibovespa Futuro é um bom termômetro de como será o pregão, mas nem sempre prevê adequadamente movimentos na Bolsa a partir do sino de abertura.