Ações vão de alta de 4% à queda de 3% após balanços; Eletrobras cai até 6% com impasse sobre privatização

Confira os destaques da B3 na sessão desta sexta-feira (3)

Lara Rizério

Usina Hidrelétrica de Tucuruí *** Local Caption *** Comportas abertas da usina de Tucuruí

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Vale (VALE3, R$ 33,16, +1,04%; VALE5, R$ 30,82, +1,08%)
As ações da Vale avançam em um dia de leves ganhos para o minério de ferro. O contrato futuro da commodity negociada em Dalian fechou em ganhos de 0,69%, a 440 iuanes, enquanto, em Qingdao, os ganhos foram mais modestos, de 0,15%, a US$ 59,88 a tonelada. 

Lojas Americanas (LAME4, R$ 16,86, -1,29%)
A Lojas Americanas registrou lucro líquido de R$ 23,1 milhões no 3° trimestre, revertendo prejuízo líquido de R$ 70,5 milhões registrado no mesmo período de 2016. O resultado, contudo, ficou aquém das expectativas dos analistas consultados pela Bloomberg de R$ 77,4 milhões (veja aqui).

Já a receita líquida alcançou R$ 3,839 bilhões no período, queda de 3,1% frente ao registrado no mesmo trimestre de 2016; e abaixo da projeção de R$ 4,230 bilhões da Bloomberg. 

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A companhia apresentou fracos resultados operacionais, aponta o BTG, com crescimento da receita e do Ebitda abaixo das estimativas. Porém, os analistas do banco seguem positivos com a companhia, dado o histórico resiliente, além da perspectiva de se beneficiar de um ambiente macroeconômico mais positivo. A recomendação segue de compra com preço-alvo de R$ 20,00. 

B2W (BTOW3, R$ 21,56, -3,15%)
Também na quarta à noite a controlada da Lojas Americanas, a B2W, dona dos sites Submarino, Americanas.com e Shoptime, reportou seu balanço do 3° trimestre. Naquela sessão, os papéis fecharam em alta de 4,80%, com os investidores na expectativa pelo resultado. As ações caem nesta sessão, apesar do resultado ser elogiado pelos analistas. 

A companhia registrou prejuízo líquido de R$ 88 milhões, redução de quase 40% sobre o resultado negativo de um ano antes. O número, contudo, ficou pior do que o esperado pelos analistas consultados pela Bloomberg, que apontavam prejuízo de R$ 79,25 milhões (veja aqui). 

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A receita líquida também surpreendeu negativamente, atingindo R$ 1,775 bilhão no período, queda de 14% quando comparado com o mesmo trimestre de 2016; e abaixo da projeção da Bloomberg de R$ 1,853 bilhão.  

O destaque visto pelo BTG Pactual ficou com a geração positiva de fluxo de caixa em R$ 44 milhões, após uma queima de caixa de R$ 1,4 bilhão no primeiro semestre e de R$ 487 milhões no terceiro trimestre de 2017, mostrando que a operação está se autossustentando. “Nós seguimos positivos com o case de investimentos de longo prazo da B2W, que é uma potencial vencedora em um ambiente secular de crescimento do e-commerce”, apontam os analistas, que têm recomendação de compra com preço-alvo de R$ 29,00.  

Outras empresas também voltadas para e-commerce registram queda nesta sessão. O Magazine Luiza (MGLU3, R$ 64,32, -3,99%), que viu as suas ações subirem forte na quarta-feira após o resultado acima das estimativas vê os seus papéis em queda nesta sessão, assim como a Via Varejo (VVAR11, R$ 22,25, -1,94%).

Eletropaulo (ELPL4, R$ 15,12, +4,28%)
A distribuidora de energia Eletropaulo registrou lucro líquido de R$ 74,2 milhões no 3° trimestre de 2017, revertendo o prejuízo líquido de R$ 32,5 milhões apurado no mesmo período de 2016.

Segundo a empresa, o desempenho deve-se à melhora do Ebitda (Lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização), que avançou 122,4% no trimestre, para R$ 298,9 milhões, usando a mesma base de comparação.

Já a receita líquida da empresa atingiu R$ 3,768 bilhões, alta de 29% sobre o mesmo período do ano passado. 

Segundo o Credit Suisse, a Eletropaulo reportou um resultado sólido e acima das expectativas.” A empresa continua entregando as iniciativas de custo, levando a uma redução do opex de R$ 33 milhões. A inadimplência foi outro destaque positivo, ficando em R$ 30 milhões. Por outro lado, o volume ainda está fraco e o fluxo de caixa ainda é um problema”, avaliam os analistas. 

AES Tietê (TIET11, R$ 12,69, -0,86%)
A geradora de energia AES Tietê registrou lucro líquido de R$ 37,9 milhões no 3° trimestre, queda de 61,2% sobre o mesmo período do ano passado. A piora, segundo a empresa, deve-se ao impacto negativo de R$ 97,2 milhões referente às transações no mercado livre e regulado. 

Já o Ebitda da empresa caiu 25,2% no período, para R$ 160 milhões, enquanto a receita líquida atingiu R$ 459 milhões, alta de 14,2%  em relação a um ano antes. 

Segundo o Credit Suisse, a empresa reportou numeros fracos, com Ebitda de R$ 161 milhões, refletindo a situação hidrológica do país e o alto custo com o GSF, o que mais que compensou os ganhos com a compra de Alto Sertão II (que apareceram pela primeira vez no resultado).

 ABC Brasil (ABCB4, R$ 17,03, -3,13%)

O lucro líquido recorrente atingiu R$ 104,1 milhões no terceiro trimestre de 2017, queda de 2,8% em relação aos R$ 107,1 milhões do trimestre anterior e crescimento de 1,3% comparado aos R$ 102,8 milhões do mesmo período de 2016, informou o banco.

Já o ROAE (Retorno Anualizado Sobre o Patrimônio Líquido) recorrente foi de 13,3% no trimestre, redução de 0,7 ponto percentual em relação aos 14,0% do trimestre anterior e de 1,7 ponto quando comparado aos 15,0% apresentado no mesmo período de 2016. A carteira de crédito expandida encerrou setembro de 2017 com saldo de R$ 23.017,0 milhões, crescendo 0,5% no trimestre e 8,5% em 12 meses.

Segundo o BTG Pactual,  o resultado foi um pouco mais fraco que o esperado, com lucro líquido 8% menor e 6% abaixo do consenso, por conta de não recorrentes. O maior destaque fica para as provisões, que não caíram como imaginado, e segue em níveis mais altos, avaliam os analistas. 

Eletrobras (ELET3, R$ 19,43, -6,36%; ELET6, R$ 23,04, -3,19%)

Os desafios para a privatização da Eletrobras continuam. Segundo o jornal O Globo, uma queda de braço entre a equipe econômica e integrantes do Ministério de Minas e Energia tem atrasado a definição sobre o modelo de privatização da Eletrobras. O principal impasse continua na forma como o dinheiro da venda será dividido. A proposta da equipe do setor elétrico é separar igualmente o montante entre Tesouro, Eletrobras e um fundo setorial (como forma de diluir o impacto do processo nas contas de luz), na proporção de um terço para cada. O Ministério da Fazenda quer mais.

Para reforçar o caixa da União em 2018, o governo discute incluir a Usina de Tucuruí (no Pará) entre os ativos que serão parte do processo de privatização. Segundo integrantes da equipe econômica, a hidrelétrica poderia dar uma receita adicional de R$ 15 bilhões em outorgas, que se somaria aos R$ 12,2 bilhões que o governo espera conseguir com o processo.

 BB Seguridade (BBSE3, R$ 27,61, +0,69%)
A BB Seguridade, braço que concentra as operações de seguros do Banco do Brasil, está em tratativas avançadas para fechar uma parceria com o americano Principal Financial Group, diz a coluna Broadcast, do jornal O Estado de S. Paulo. O negócio, aponta a publicação, tem como foco explorar a venda digital de alguns tipos de seguros, que ainda caminha a passos lentos no Brasil. 

Recomendações

Duas recomendações também são destaque. O banco suíço UBS elevou a recomendação das ações da Copasa (CSMG3, R$ 40,75, +0,72%) de neutra para compra, com preço de R$ 53, e cortou a Sabesp (SBSP3, R$ 29,93, -1,35%) de compra para neutra, com preço-alvo de R$ 33.

Ainda sobre Copasa, a estatal mineira anunciou dividendo extraordinário na quarta de R$ 120 milhões, chegando a payout perto de 50% (versus esperado para 2017 de 31%). Assim, o dividend yield deve ficar perto de 6% versus o esperado de 3,5%. 

Petrobras (PETR3, R$ 17,64, +0,57%;PETR4, R$ 16,94, +0,24%)

As ações da Petrobras oscilam entre leves perdas e ganhos, em um dia de leves ganhos para o petróleo, com o WTI em alta de 0,33%, a US$ 54,71 o barril, enquanto o brent tem alta de 0,36%, a US$ 60,84. 

Ainda no radar da estatalo, a maior refinaria da Petrobras, a Refinaria de Paulínia (Replan), está com as operações paralisadas desde quarta-feira, após uma falha operacional obrigar a empresa a interromper o trabalho de todas as suas unidades de processo.

Segundo informou a Petrobras, a falha fez com que o sistema de proteção da refinaria provocasse a variação da chama da tocha, produzindo uma fumaça escura sobre as imediações da unidade, “sem danos às pessoas nem às instalações”. A refinaria continuava parada na quinta.

A Replan, que fica a 118 km da capital paulista, tem capacidade para processar 415 mil barris diários de petróleo, ou 20% de todo o refino nacional. O petróleo usado é basicamente da Bacia de Campos. A unidade produz gasolina, diesel, gás liquefeito, óleo combustível, querosene de aviação e vários produtos usados pelo setor petroquímico. O Sindicato Unificado dos Petroleiros do Estado de São Paulo (Sindipetro SP) marcou para hoje uma assembleia para discutir o acidente. A Replan ocupa uma área de cerca de 9 quilômetros, cujo entorno ficou tomado por espessa fumaça tóxica, segundo o diretor do Sindipetro SP, Arthur Ragusa. Ele informou que esta é a terceira vez que a Replan para em menos de um mês. Das outras duas vezes, a falha se deu por falta de energia elétrica e nada grave ocorreu. Desta vez, segundo Ragusa, a falha provocou a emissão de gases tóxicos na atmosfera.

Ragusa explicou que poderia ter havido uma explosão se a fumaça encontrasse no caminho um maçarico, por exemplo. O alarme, disse, demorou meia hora para ser acionado. Na Replan trabalham 2 mil pessoas, de acordo com o sindicato. No momento do acidente havia cerca de 1,6 mil empregados. A Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb), agência do governo do Estado de São Paulo que controla e fiscaliza atividades geradoras de poluição, informou que a Replan só deve voltar a operar normalmente em cinco ou seis dias. A agência está avaliando se multa ou apenas adverte a estatal pelo acidente.

A companhia ainda elevou o preço da gasolina em 3,6% e cortou o diesel em 1,5%, com preços válidos nas refinarias a partir de sábado. 

Cielo (CIEL3, R$ 23,84, +3,52%)

As ações da Cielo já acumulam ganhos superiores a 16% em três pregões, em uma alta que começou após a divulgação do resultado do terceiro trimestre na noite da última segunda-feira (30). 

A empresa anunciou nesta semana que teve lucro líquido de R$ 1,017 bilhão no 3° trimestre, alta de 0,8% ante o mesmo período do ano passado. A receita líquida, por sua vez, foi de R$ 2,93 bilhões, número 4,3% menor do que o registrado no terceiro trimestre de 2016. Já o resultado da companhia medido pelo Ebitda (lucro antes de impostos, juros, depreciação e amortização, na sigla em inglês), somou R$ 1,298 bilhão de julho a setembro, queda de 6,1% ano a ano.

Para o BTG Pactual, o resultado veio acima das expectativas, que foram bastante revisadas pra baixo após o 2° trimestre. Os analistas destacam que o lucro veio 4% superior ao projetado pelo banco, com tendências mais favoráveis. O volume de cartão melhorou, principalmente em crédito, enquanto as despesas seguem bem controlada, comentaram. Cateno foi o grande destaque positivo e pré-pagamento continua indo bem também. Por outro lado, eles disseram que a base de POS caiu de novo bem na comparação trimestral, mas apontam que isso já era esperado. “Como o papel está muito pressionado, podemos ver algum alívio na performance após o 3° trimestre”, indicam. O Credit Suisse também destacou resultados melhores do que o esperado, apontando volumes bastante fortes (alta de 11,3% na base de comparação anual) e receita pré-pagamento 4,5% acima da estimativa dos analistas do banco. 

Triunfo (TPIS3, R$ 4,01, +4,43%)

A Triunfo Participações e Investimento registra ganhos após a 2ª Vara de Falências da Comarca de São Paulo indeferir todas as impugnações apresentadas pelos credores ao plano de recuperação da empresa de infraestrutura.

Em julho, a TPI fechou um acordo de recuperação extrajudicial com um grupo de cerca de 20 bancos para estruturação de dívidas de R$ 2,1 bilhões. O BNDES não participou do processo.

No início de outubro, segundo o jornal Valor Econômico, credores do grupo pediram a impugnação dos planos de recuperação da Triunfo argumentando que a separação dos planos em dois e a segmentação dos credores foi feita de forma ilegal para tentar criar quórum mínimo exigido em lei para aprovar os planos.

Somos Educação (SEDU3, R$ 19,55, -0,10%)
A Tarpon, controladora da Somos Educação, segue buscando alternativas para a companhia enquanto negocia a venda do ativo para a Kroton (KROT3, R$ 17,79, -0,34%). Ela conversa com outras empresas sobre aquisições, segundo a Coluna do Broadcast, do Estadão. A venda para a Kroton estaria emperrada por motivos que incluem as opções de ações detidas por administradores da Somos, no valor de R$ 23, acima da cotação no mercado. Procuradas pelo jornal, Tarpon e Somos não comentaram.

Cosan (CSAN3, R$ 37,31, +0,84%)

O prazo para que os acionistas exercessem o direito de preferência na subscrição de ações relativas ao aumento de capital aprovado pela Cosan Logística encerrou-se em 26 de outubro, de acordo com comunicado da companhia na quarta-feira.

O Conselho da Cosan Logística aprovou aumentar capital em R$ 750 milhões. Os acionistas compraram 94,3 milhões de ações ordinárias ao preço de emissão de R$ 7,88 cada, totalizando R$ 743,3 milhões. Os investidores têm direito a comprar ações restantes no programa no período de 3 a 9 de novembro.

Santander (SANB11, R$ 29,75, +2,34%)

O Santander Brasil registra ganhos após aprovar programa de recompra de até 38,7 milhões de units em um ano. 

PetroRio (PRIO3, R$ 55,81, -1,57%)

A PetroRio informou que a produção de petróleo no campo de Polvo foi de 7.465 barris por dia em outubro.

Alupar (ALUP11, R$ 18,21, +2,30%)

A Alupar foi elevada para outperform pelo Safra, com o preço-alvo sendo elevado de R$ 20,70 para R$ 21,40, o que significa um potencial de alta de 20% em relação ao último fechamento. 

Cemig (CMIG4, R$ 7,35, -0,81%)

A Cemig está planejando emitir títulos no mercado internacional, disse a revista Exame. A companhia está em negociações com pessoas interessadas, de acordo com a revista. Investidores liderados pela AllianceBernstein disseram ter disponibilidade de recursos de até US$ 400 milhões da oferta. Em 31 de outubro, a Cemig foi rebaixada a B3 por Moody’s, podendo ser cortada novamente. A posição de liquidez da empresa deteriorou-se, de acordo com a Moody’s.

(Com Agência Estado)

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.