CSN divulga resultados desde o 4º tri de 2016 e outros 2 balanços; Embraer “rebaixada à venda” e mais 9 notícias

Confira os destaques do noticiário corporativo desta segunda-feira (30)

Lara Rizério

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SÃO PAULO – O noticiário corporativo é bastante agitado nesta sessão, com destaque para repercussão dos balanços de CSN (desde do quarto trimestre de 2016), Hypermarcas e Duratex, a aprovação no Conselho da conversão de ações da Sanepar em units, Embraer rebaixada pelo Santander e mais notícias. Confira abaixo: 

CSN (CSNA3)

A CSN divulgou resultados desde o quarto-trimestre de 2016 – até dezembro de 2016, os dados foram auditados; depois dessa data, não. A liberação dos resultados era uma das questões pendentes para a renegociação da dívida da companhia, o que deve ser positivo para acionistas porque dará mais tempo para a retomada dos negócios na empresa, dizem analistas do Itaú BBA em relatório. 

No quarto trimestre de 2016, a companhia divulgou um prejuízo de R$ 55,7 milhões versus de R$ 460,5 milhões no quarto trimestre de 2015. A reclassificação leva a impacto de R$ 2,83 bilhões no lucro de 2015. 

Já os dados de 2017 não-auditados estão a seguir: no primeiro trimestre, a receita líquida foi R$ 4,41 bilhões, Ebitda ajustado de R$ 1,33 bilhão e lucro líquido de R$ 117,6 milhões. No segundo trimestre de 2017, a receita líquida foi de R$ 4,31 bilhões, o Ebitda ajustado foi de R$ 896 milhões e prejuízo líquido de R$ 640 milhões. No terceiro trimestre de 2017, a receita líquida foi de R$ 4,81 bilhões, o Ebitda ajustado foi de R$ 1,21 bilhão e o lucro líquido foi de R$ 256,2 milhões. A dívida líquida ajustada é de R$ 25,7 bilhões, enquanto a relação dívida líquida e o Ebitda ajustado foi de 5.5 vezes. 

Hypermarcas (HYPE3)

A Hypermarcas apurou lucro líquido de R$ 177,3 milhões no terceiro trimestre de 2017, uma queda de 12,4% em relação aos R$ 202,5 milhões do mesmo período de 2016. Entre janeiro e setembro, o lucro da companhia chegou a R$ 555,8 milhões, ante R$ 1,387 bilhão no ano passado, o que representa um recuo de 59,9%.

Quando se leva em consideração somente as operações continuadas, o lucro líquido da Hypermarcas entre julho e setembro ficou em R$ 219,4 milhões, ante R$ 183,9 milhões de um ano antes, avanço de 19,3%. Em nove meses, o lucro neste critério ficou em R$ 710,3 milhões, crescimento de 48,6% ante os R$ 477,8 milhões em 2016. O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) das operações continuadas ficou em R$ 292 milhões no terceiro trimestre, resultado 14,3% melhor na comparação anual. No acumulado de 2017, o indicador soma R$ 960,3 milhões, avanço de 10,3%.

A receita líquida da Hypermarcas entre julho e setembro ficou em R$ 954,6 milhões, valor 17,7% maior que no mesmo período de 2016. Em nove meses, o indicador soma R$ 2,734 bilhões, avanço de 11,8%.

O destaque ficou para a aceleração do crescimento das vendas, de 10% no segundo trimestre para 13,4% no terceiro trimestre, dizem analistas do banco Safra em relatório. O novo centro de inovação, anunciado pela companhia, deve ajudar no lançamento de novos produtos. A performance positiva de vendas foi potencializada pelo crescimento do mercado farmacêutico, diminuição da competição no mercado de genéricos e investimento. neste setor, dizem analistas do Bradesco BBI em relatório. 

Duratex (DTEX3)

A Duratex, fabricante de painéis de madeiras, louças e metais sanitários, teve lucro líquido de R$ 83,1 milhões no terceiro trimestre de 2017, um salto de 178,5% em comparação com o mesmo período do ano passado. No acumulado de 2017, o lucro chegou a R$ 100,4 milhões, ante apenas R$ 1,0 milhão nos mesmos meses de 2016. O crescimento do lucro foi impulsionado pela venda de terras florestais, em linha com a estratégia anunciada pela companhia de se desfazer de ativos considerados excedentes, sem comprometer a produção. No trimestre, as vendas geraram resultado de R$ 46,8 milhões.

Já o lucro líquido recorrente, que desconsidera as vendas de áreas florestais, foi de R$ 52,2 milhões no trimestre, o quíntuplo na comparação anual. No acumulado de 2017, o lucro líquido recorrente atingiu R$ 67,7 milhões, revertendo o prejuízo registrado no mesmo período de 2016, que chegou a R$ 19,4 milhões. Os resultados da Duratex também foram positivamente influenciados pelo avanço do faturamento devido ao reaquecimento da demanda do mercado aliado a reajustes nos preços dos produtos no primeiro semestre, além de fatores como racionalização de custos internos, aumento de produtividade e disciplina da nova estratégia comercial.

A Duratex reportou Ebitdade R$ 295,4 milhões no terceiro trimestre, alta de 15,9% na comparação anual. A margem Ebitda cresceu 2,6 pontos porcentuais, para 29%. No acumulado do ano, o Ebitda totalizou R$ 706,9 milhões, crescimento de 15,5%, com alta de 1 ponto porcentual, para 26,8%. A receita líquida da empresa totalizou R$ 1,02 bilhão no terceiro trimestre, aumento de 5,4%. No ano, a receita foi a R$ 2,81 bilhões, avanço de 0,2%.

Petrobras (PETR3;PETR4)

A Petrobras elevou o preço da gasolina e do diesel em 2,1% nas refinarias, com novos valores válidos a partir da próxima terça-feira (31). 

Recomendações

Em destaque, duas reduções de recomendações. A Porto Seguro (PSSA3) foi rebaixada a ”equal-weight” por Brasil Plural, enquanto a Embraer (EMBR3) teve recomendação reduzida de manutenção para underperform pelo Santander.

B3 (BVMF3)

O BNDES fechou contrato com B3 para apoio na concessão da Lotex. O contrato de R$ 606.717,80 prevê prestação de serviços de assessoria técnica especializada e apoio operacional necessários à licitação para a concessão da Lotex no âmbito do Programa Nacional de Desestatização, segundo extrato publicado
no Diário Oficial. O prazo do serviço é de 12 meses a partir da assinatura do
contrato.

BTG Pactual (BPAC11)

Segundo a coluna do Broad, do jornal O Estado de S. Paulo, o BTG Pactual avalia expandir a sua operação de resseguros, atualmente focada nos riscos do grupo no Brasil, para outros países da América Latina. A ideia é acompanhar a operação do banco na região com a oferta de garantias financeiras para grandes projetos, mas o negócio ainda não teria sido batido. A instituição já tem aval do regulador local para operar na Colômbia e mira ainda Peru, México e Chile. Um dos atrativos da América Latina para o BTG Pactual é a baixa penetração do seguro garantia nesses países, devido à forte presença de fianças bancárias. 

Sanepar (SAPR4)

A maioria do conselho de administração da Sanepar aprovou o plano de converter cada 4 ações preferenciais e 1 ordinária em 1 unit, disse a estatal paranaense em comunicado ao mercado. A proposta inclui alteração no estatuto social determinado que a empresa aplique integralmente reajustes autorizados pela Agência Reguladora do Paraná.

A exclusão ou alteração de tal disposição do estatuto social dependerá da aprovação da maioria absoluta das ações preferenciais em assembleia especial de preferencialistas convocada para esse fim. A mudança no estatuto depende da aprovação do plano de conversão em units. 

Conforme apontou o Bradesco BBI, mudanças críticas no estatuto da empresa para melhorar governança corporativa foram aprovadas: (1) nova cláusula para garantir a implementação total de qualquer aumento tarifário aprovado pelo regulador; (2) para eliminar a cláusula, minoritários devem concordar.

“Entretanto, ainda estamos no meio do caminho, tendo que agora mitigar o risco Agepar (Agência Reguladora do Paraná), que deveria publicar informações precisas sobre como os aumentos pendentes devem ser calculados (fórmulas nunca foram publicadas)”, avalia o analista do Bradesco BBI, que acha que investidores devem aguardar este passo da agência reguladora para decidirem sobre conversão.

“Com a redução do risco regulatório e assumindo que os próximos sete aumentos serão garantidos, SAPR4 deveria valer R$ 22 (bull case). Se apenas o próximo aumento for implementado (e depois apenas inflação), papel valeria R$ 14”, afirmam os analistas.

EcoRodovias (ECOR3)

O Conselho da EcoRodovias aprovou a sexta emissão de debêntures da companhia em 3 séries para investidor qualificado, segundo comunicado ao mercado. O valor é de até R$ 1,1 bilhão. 

Os recursos serão destinados para refinanciamento do passivo e reforço de caixa, disse a empresa. A primeira série possui prazo de 3 anos, remuneração limitada a 107% da variação do CDI. A segunda série tem prazo de 5 anos, remuneração limitada a 110,25% da variação do CDI. A terceira série tem prazo de 7 anos, remuneração de 6,15% ao ano ou soma exponencial do percentual correspondente à taxa interna de retorno do Tesouro IPCA+ com juros semestrais (NTN-B), com vencimento em 15 de agosto de 2024, acrescido de 1,10% ao ano – o que for maior.

Magnesita (MAGG3)

O Conselho da Magnesita escolheu lista tríplice de empresas para fazer o laudo de avaliação em uma eventual OPA de fechamento de capital, disse a Magnesita em comunicado ao mercado.

BR Partners Assessoria Financeira, Greenhill & Co. e G5 Consultoria e Assessoria foram consideradas aptas a elaborar o laudo de avaliação, segundo o comunicado. A empresa vai convocar assembleia geral extraordinária para definir qual das 3 será escolhida.

Oi (OIBR4)

Executivos da Oi ganharam uma demonstração de suporte de membros do governo brasileiro, em meio a um tenso impasse com membros do conselho sobre plano de reestruturação da companhia, de acordo com pessoas familiarizadas com o assunto ouvidas pela Bloomberg. 

O presidente da Oi Marco Schroeder e chairman José Mauro Carneiro da Cunha foram convocados às pressas pelo regulador para reuniões em Brasília, diante do aumento das tensões, segundo as pessoas. Schroeder e Carneiro da Cunha viajaram à pedido de Juarez Quadros, presidente da Anatel, disseram as pessoas, que pediram para não ser identificadas porque a discussão é privada. 

Nos dois encontros, a Anatel expressou apoio aos executivos da Oi, uma indicação de que o governo endossa os esforços de Schroeder ao longo das últimas duas semanas em busca de acordo com credores.

Randon (RAPT4)

A Randon aprovou a 5ª emissão de debêntures, no valor de R$ 300 milhões. A emissão será feita em série única para investidor qualificado, com vencimento em 5 anos e remuneração equivalente a 116% do DI. Os recursos serão usados para reforço de capital de giro. 

IMC (MEAL3)

A IMC iniciou oferta pública secundária de 55,5 milhões de ações ordinárias. Os acionistas vendedores serão FIP Semolina (21,96 mi ações) e FIP Brasil Empreendimentos ( 33,6 mi ações), segundo comunicado ao mercado.

A oferta poderá ser acrescida em até 30%, ou 16,7 milhões de ações de propriedade do FIP Semolina. A oferta será restrita a investidores qualificados e o 
BTG Pactual será o coordernador líder. Credit Suisse, Itaú BBA, Santander também atuarão como coordenadores. A fixação do preço por ação será em 9 de novembro e o início da negociação das acões na B3 será no 2º dia útil contado da data de divulgação do comunicado do preço por ação. 

(Com Bloomberg e Agência Estado) 

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.