Os 5 eventos que vão agitar os mercados na semana

Confira os assuntos que agitarão os mercados nos próximos dias

Lara Rizério

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SÃO PAULO – A semana é mais curta por conta do feriado da próxima quinta-feira (2), mas não deixa de ser movimentada, em meio à expectativa pelo novo nome do Federal Reserve e ata do Copom, como o mercado digerindo a pesquisa Ibope mostrando Lula com folga na liderança, além de uma intensa temporada de balanços. Confira os destaques desta segunda e da semana:

1. Bolsas mundiais

As bolsas europeias oscilam entre leves perdas e ganhos nesta segunda-feira, enquanto a bolsa espanhola tem ganhos mais expressivos, com o governo de Madri buscando manter o controle da Catalunha. Já o dólar recua ante a maioria das moedas, dando continuidade ao alívio da última sexta, em meio às especulações de que Jerome Powell teria mais chances de ser escolhido para o Federal Reserve.

Na China, as preocupações com o mercado de bônus e com novas ofertas públicas de ações pesaram nos mercados locais e derrubaram o índice. Outras bolsas asiáticas foram favorecidas por balanços financeiros positivos de gigantes de tecnologia dos EUA, como Amazon e Alphabet, que ajudaram o Nasdaq e o S&P 500 a fechar em novos patamares recordes na sexta-feira.

No mercado de commodities, o petróleo negociado em Londres atingiu a marca de US$ 60,00, com os comentários do príncipe saudita sobre a intenção do país, um dos maiores produtores da commodity, em estender o pacto de corte da produção global para além de março do ano que vem. Do outro lado, os contratos futuros de minério de ferro negociados na bolsa chinesa de Dalian recuaram forte diante a alta de estoques na China.

Às 8h20 (horário de Brasília), este era o desempenho dos principais índices:

*CAC-40 (França) +0,10%

*FTSE (Reino Unido) -0,11%

*DAX (Alemanha) +0,12% 

*FTSE MIB +0,44%

*Hang Seng (Hong Kong) -0,36% (fechado)

*Xangai (China) -0,77% (fechado)

*Nikkei (Japão) +0,01% (fechado)

*Petróleo WTI -0,09%, a US$ 53,85 o barril

*Petróleo brent +0,17%, a US$ 60,54 o barril

*Contratos futuros do minério de ferro negociados na bolsa chinesa de Dalian -3,41%, a 425 iuanes

2. China em destaque

Pela manhã, além da divulgação do tradicional relatório Focus, com as estimativas para a economia brasileira, o IGP-M de outubro revelou inflação de 0,20% na comparação mensal, ante estimativa de alta de 0,30%. Mais tarde, às 10h30, será divulgado o resultado primário do setor público de setembro, com estimativa de déficit de R$ 55,8 bilhões. No mesmo horário, serão divulgados os dados de renda e gastos pessoais nos EUA. 

Já à noite, as atenções estarão concentradas para a Ásia, com taxa de desemprego no Japão às 21h30 e produção industrial às 21h50, ambos de setembro, enquanto às 23h00 serão revelados os dados de manufatura da China de outubro, que devem impactar no minério de ferro.

3. Agenda econômica da semana

Em destaque no noticiário internacional, está a expectativa de que Donald Trump escolha o sucessor de Janet Yellen até o dia 3 de novembro. Para manter o status quo, a escolha seria pelo atual governador do Fed, Jerome Powell, enquanto o professor de economia da Universidade de Stanford, John Taylor é o homem que poderia levar a uma alta mais acentuada dos juros nos EUA. Na sexta-feira pasada, a Bloomberg informou que o presidente tende a escolher Powell, o que fez a moeda desabar de volta para R$ 3,24. Diante disso, os próximos dias serão decisivos para o futuro da moeda, mantendo a volatilidade no mercado até que Trump faça o anúncio.

Ocorre ainda a reunião do Fed na próxima quarta-feira (1) e apesar da expectativa de manutenção da taxa de juros, as atenções se voltam ao comunicado em busca de pistas adicionais sobre uma possível elevação em dezembro. Na sexta-feira (3) será divulgado o Relatório de Emprego, com estimativa de dado forte, com a criação de 310.000 vagas, numa possível recuperação após queda de setembro causada pelos furacões na região. No Japão ainda teremos a reunião do Bank of Japan, enquanto na zona do Euro sai o PIB.

No Brasil, atenção especial para a Ata do Copom, na terça-feira (31) às 8h00, que deve trazer maiores informações sobre o futuro do ciclo de corte da Selic após a decisão do Comitê na última semana deixar em aberto a chance de novas reduções em 2018. Ainda no plano doméstico, o mercado monitora as discussões sobre reforma da Previdência, em meio a um ceticismo crescente dos investidores de que o governo terá força para aprovar o texto. 

4. Noticiário político

A relação entre Michel Temer e o presidente da Câmara Rodrigo Maia seguem em destaque no noticiário após o presidente conseguir barrar a denúncia contra ele na Câmara dos Deputados por um placar mais apertado do que na votação da primeira denúncia, em agosto. Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, Maia afirmou que  vai rejeitar todos os 25 pedidos de impeachment contra o presidente Michel Temer que estão parados em sua gaveta, mas que rejeitará no momento adequado, porque haverá direito a recurso. Segundo a sua argumentação, após ter sido leal a Temer nas duas denúncias, não faz sentido agora atuar contra o governo.

Maia ainda afirmou que o presidente tem que reorganizar a sua base: “as próximas semanas serão decisivas para a gente entender qual verdadeiro tamanho do governo na Câmara. Mas com certeza, a reforma da Previdência não será a que a equipe econômica sonhou, que a gente sonhou”. Já a Folha de S. Paulo deste fim de semana apontou que o presidente da Câmara, de olho nas eleições de 2018, quer se aliar ao PSDB para isolar Temer.

Atenção ainda para a pesquisa Ibope sobre as eleições presidenciais, que mostrou que o ex-presidente Lula e o deputado federal Jair Bolsonaro iriam para o segundo turno caso o pleito fosse hoje. Em todos os cenários, Lula ficaria com o mínimo de 35% e o máximo 36% das intenções de voto, enquanto Bolsonaro teria 15% em cenário com Lula e com 18% se o candidato do PT for Fernando Haddad. A ex-senadora Marina Silva aparece como terceira colocada em qualquer cenário com Lula, com entre 8% e 11% das intenções de voto. Mas, sem o ex-presidente, Marina aparece na frente, empatada com Bolsonaro, que teria 18% se o adversário fosse Haddad – veja mais clicando aqui. 

5. Noticiário corporativo

Segundo fontes ouvidas pela Bloomberg, a Oi ganhou o apoio do governo em divergência com conselho de administração sobre plano de reestruturação da companhia. Entre as recomendações, a Porto Seguro foi rebaixada a ”equalweight” pela Brasil Plural, enquanto a Embraer de manutenção para underperform pelo Santander. Já a Sanepar informou que o Conselho de Administração aprovou a conversão das ações ON e PN em Units. 

A temporada de resultados ainda ganha destaque: a Hypermarcas apurou lucro líquido de R$ 177,3 milhões no terceiro trimestre de 2017, uma queda de 12,4% em relação aos R$ 202,5 milhões do mesmo período de 2016. Já a Duratex, fabricante de painéis de madeiras, louças e metais sanitários, teve lucro líquido de R$ 83,1 milhões no terceiro trimestre de 2017, um salto de 178,5% em comparação com o mesmo período do ano passado. Nesta noite diversas empresas divulgarão balanços, com destaque para Cielo, Transmissão Paulista, Itaú Unibanco, M.Dias Branco, SulAmérica e Multiplan, esta última que está na Carteira InfoMoney. 

Por fim, no InfoTrade, destaque para as ações da Smiles (SMLS3), que estão prontas para retomar sua tendência de alta de curto prazo após o candle de reversão formado ao teste da média móvel exponencial de 21 dias – confira a análise completa.

(Com Bloomberg, Agência Estado e Agência Brasil)

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.