Eletrobras dispara 4% de olho em privatização, Petrobras avança e 4 ações reagem aos balanços do 3° tri

Confira os principais destaques da bolsa desta quarta-feira

Paula Barra

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SÃO PAULO – O Ibovespa chegou a cair 1,24% no começo da tarde desta quarta-feira (25), acompanhando o recuo das bolsas de Nova York e com a notícia de hospitalização do presidente Michel Temer, mas reverteu o movimento e fechou em alta de 0,46%, a 76.698 pontos. As maiores contribuições vieram da Petrobras e bancos, que fecharam em alta, enquanto a Vale fez peso contrário, limitando os ganhos do índice. 

Destaque também do lado negativo para as exportadoras do setor de papel e celulose – Suzano e Fibria -, além da fabricante de aeronaves Embraer, que lideraram as perdas do índice apesar do dia praticamente estável do dólar frente ao real. O dólar comercial fechou a sessão em leve baixa de 0,07%, a R$ 3,2444 na compra e R$ 3,2451 na venda. 

Confira os principais destaques de ações desta sessão:

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Petrobras (PETR3, R$ 17,03, +1,07%; PETR4, R$ 16,71, +1,21%)
As ações da Petrobras ganharam força nesta tarde, apesar do dia misto para os preços do petróleo. Em Londres, os contratos do petróleo Brent avançavam 0,15%, a US$ 58,42 o barril, enquanto os contratos do WTI, negociados em Nova York, caíam 0,53%, a US$ 52,19 o barril. 

No radar, a Petrobras vai acabar com os grandes concursos e também com os programas de demissão voluntário (PIDV), segundo o diretor de Recursos Humanos da empresa, Hugo Repsold, que participou nesta terça-feira, 24, do evento OTC 2017.

“Nunca mais vai ter concurso para 2 mil pessoas. Agora, vamos fazer concursos de 100 pessoas, 50 pessoas, de 30 vagas, coisas pontuais para resolver aposentadorias”, disse. No caso dos PIDVS, a ideia é fazer acordos diretos com os trabalhadores, um novo modelo possível a partir da reforma trabalhista, que passa a valer no mês que vem. Desde 2014, 16 mil empregados deixaram voluntariamente a empresa.

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Repsold informou também que trabalha num Plano da Força de Trabalho (Plafor), que deve concluir em novembro para que seja integrado ao plano de negócios, sem prazo para ser lançado.

Além disso, a Petrobras elevou o preço da gasolina em 0,6% e do diesel em 2,8%. Os preços são para as refinarias a partir de 26 de outubro, segundo informação no site da Petrobras.

Vale (VALE3, R$ 33,50, -0,98%) e siderúrgicas
As ações da Vale caíram seguindo o movimento do minério de ferro. Os contratos futuros da commodity negociados na bolsa chinesa de Dalian caíram 1,09% nesta sessão, a 455 iuanes. 

Acompanharam o movimento negativo os papéis da Bradespar (BRAP4, R$ 25,17, -0,28%) – holding que detém participação na mineradora – além das siderúrgicas Usiminas (USIM5, R$ 9,89, -1,30%) e CSN (CSNA3, R$ 9,90, -1,20%). A exceção foi a Gerdau (GGBR4, R$ 12,04, +0,17%), que fechou praticamente estável. 

Eletrobras (ELET3, R$ 23,47, +3,90%; ELET6, R$ 27,30, +3,17%)

Com a expectativa de enterrar já nesta quarta-feira (25) a segunda denúncia contra ele na Câmara, Michel Temer quer fechar essa semana com um forte aceno ao mercado financeiro, aponta a coluna Painel, da Folha. Até sexta (27), além de alardear o resultado dos leilões do pré-sal, vai editar a Medida Provisória de privatização da Eletrobras, diz a publicação. 

Lojas Renner (LREN3, R$ 37,66, +1,51%)
As ações da Lojas Renner subiram após divulgar um lucro líquido de R$ 140,3 milhões no terceiro trimestre, o que representa uma alta de 65,3% sobre um ano antes. Com isso, a companhia superou a projeção mais otimista compilada pela Bloomberg, que era de R$ 135 milhões.

A companhia apurou Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado de R$ 299 milhões, avanço de 30,4% ante o terceiro trimestre de 2016. A projeção dos analistas consultados pela Bloomberg era de R$ 274,8 milhões. A margem avançou 1,6 ponto percentual, para 19,8%.

O ajuste no Ebitda é feito considerando o plano de opções de compra de ações, participações estatutárias e o resultado da baixa de ativos fixos. Sem esses ajustes, o Ebitda do trimestre foi de R$ 288,7 milhões, aumento de 36,5% na comparação com o mesmo período do ano passado.

A Renner reportou ainda receita líquida de R$ 1,746 bilhão entre julho e setembro, crescimento de 20,8% na comparação com o mesmo período do ano anterior, ante expectativa de R$ 1,67 bilhão. Em nove meses, a receita acumulada é R$ 4,992 bilhões, aumento de 15% na mesma comparação.

Considerando apenas a venda de mercadorias no varejo e excluindo os produtos financeiros, a receita foi de R$ 1,512 bilhão no terceiro trimestre, crescimento de 20% ante igual período do ano passado. Em nove meses, essa receita alcançou R$ 4,377 bilhões, elevação de 15,2%.

O Ebitda da companhia veio 9% acima das estimativas do Bradesco BBI, segundo analistas do banco. As vendas no varejo foram fortes, mas a surpresa veio com serviços financeiros, com crescimento de mais de 50%. Os resultados das Lojas Renner foram fortes, superando as estimativas de Ebtida e lucro líquido do Safra em 9% e 12%, respectivamente, segundo relatório dos analistas do banco. 

Telefônica Brasil (VIVT4, R$ 50,59, -0,86%)

A Telefônica Brasil somou lucro líquido de R$ 1,223 bilhão no terceiro trimestre, 28,3% acima do registrado no mesmo período do ano passado. O Ebitda teve alta de 7,8%, a R$ 3,677 bilhões. 

A receita subiu 1,8%, totalizando R$ 10,89 bilhões. Já a receita de serviços móveis atingiu R$ 6,4 bilhões no trimestre, avanço de 3,7%.

De acordo com o BTG Pactual, os resultados foram sólidos, com a companhia apresentando resultados sólidos no segmento móvel. Os analistas seguem recomendando compra para a empresa, destacando que o valuation segue atrativo para uma tele vencedora no longo prazo. 

WEG (WEGE3, R$ 22,40, +0,49%)

A Weg registrou um lucro Líquido de R$ 312 milhões no terceiro trimestre, 21,4% maior na comparação anual. A margem líquida foi de 12,8%, 1,3 ponto percentual maior do que no mesmo período do ano passado. 

A receita operacional líquida foi de R$ 2,435 bilhões no trimestre, 8,8% maior na comparação anual. O Ebitda atingiu R$ 388,4 milhões e a margem Ebitda atingiu 16,0%, 0,9 ponto percentual maior que no terceiro trimestre do ano passado. 

De acordo com os analistas do BTG, o resultado foi em linha – o banco segue com recomendação neutra para o papel devido ao valuation esticado. 

Indústrias Romi (ROMI3, R$ 7,25, -0,68%)
As ações da Indústrias Romi – empresa líder brasileira na fabricação de máquinas, ferramentas, máquinas para plásticos, fundidos e usinados – dispararam até 5,07% na abertura deste pregão, indo a R$ 7,67, mas amenizaram os ganhos poucos minutos depois. O movimento ocorre na esteira da divulgação do balanço do 3° trimestre. 

A companhia registrou lucro líquido de R$ 9,083 milhões no 3° trimestre, revertendo o prejuízo líquido de R$ 4,639 milhões apurados no mesmo período de 2016. O lucro é o atribuído aos sócios da empresa controladora, base para a distribuição de dividendos. Já a receita operacional líquida da empresa atingiu R$ 168 milhões, crescimento de 9,6% quando usada a mesma base de comparação.

 O Ebitda (Lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) foi de R$ 21,9 milhões, crescimento de 3.834% quando comparado a igual período de 2016, enquanto a margem Ebitda (Ebitda/Receita Líquida) saiu de 0,4% para 13% no trimestre.

Segundo o gestor João Paulo Reis, que tem a ação como uma das apostas no fundo que administra na Venture Investimentos, a empresa mostrou que sua margem Ebtida continua em evolução: saiu de 0,6% de janeiro a setembro de 2016 para 11% em 2017, com destaque para a Unidade de Negócio Máquina B+W, Unidade de Negócio Fundidos e Usinados e Unidade Máquinas Romi. Ele aponta também como positivo a diminuição em R$ 61,2 milhões da dívida líquida da empresa neste ano, atingindo R$ 16,2 milhões dia 30 de setembro; além das receitas externas, que representaram 38% da receita total nos 9 meses de 2017 (contra 35% no mesmo período de 2016), demonstrando a capacidade da empresa de remanejar seus produtos para outros mercados.

Restoque (LLIS3, R$ 39,00, -2,26%)

A Restoque, dona de marcas como Le Lis Blanc, Dudalina, Rosa Chá e John John, fechou o terceiro trimestre de 2017 com prejuízo líquido de R$ 6,4 milhões, queda de 27,7% menor que o prejuízo de R$ 8,8 milhões na comparação anual. A receita operacional líquida consolidada da empresa teve alta de 11,9% na mesma base de comparação, somando R$ 316 milhões o que, segundo a companhia, foi a maior receita líquida para um terceiro trimestre na história da companhia.

O Ebitda ficou em R$ 62,9 milhões, 2,9% maior na comparação anual. A margem Ebitda fechou em 19,9%, queda de 1,7 ponto percentual na mesma base de comparação. 

Embraer (EMBR3, R$ 16,05, -2,13%)

A Embraer informou que a força aérea dos EUA fez pedido de 6 aeronaves super tucano. 

Oi (OIBR4, R$ 3,96, +2,06%)

Segundo o Valor Econômico, o plano de recuperação judicial da Oi elaborado pelo governo, que deverá estar pronto na sexta feira, não inclui a dívida da operadora com a Anatel, que será tratada à parte, com pagamento parcelado em 12 ou 20 anos – o prazo ainda não está definido. Os “bondholders” deverão entrar com dinheiro novo, da ordem de R$ 3 bilhões, e também poderão converter seus créditos em ações. Os bancos públicos não farão mais aportes à empresa, informa a publicação. 

Vulcabrás (VULC3, R$ 9,95, +1,12%)

A oferta total de ações da Vulcabrás levanta R$ 747,5 milhões. O preço da ação foi fixado em R$ 9,50 para a oferta após processo de bookbuilding, disse a companhia em comunicado ao mercado. Credit Suisse, Bradesco BBI, BTG Pactual e Bank of America Merrill Lynch foram os coordenadores da oferta. A oferta primária levantou R$ 575 milhões e a secundária, R$ 172,5 milhões. As novas ações começam a ser negociadas na B3 em 26 de outubro. 

Recomendações

Os analistas do BB Investimentos revisaram as suas estimativas para as empresas do setor financeiro bancário e não bancário. Itaú Unibanco (ITUB4, R$ 44,25, +0,77%), ABC Brasil (ABC4, R$ 18,31, -0,27%), Smiles (SMLS3, R$ 92,89, -0,13%) e IRB (IRBR3, R$ 32,56, -0,25%) possuem recomendação outperform, Bradesco (BBDC4, R$ 36,29, +0,58%), Santander Brasil (SANB11, R$ 30,85, +1,31%), Multiplus (MPLU3, R$ 39,66, -0,60%) possuem recomendação marketperform e Banrisul (BRSR6, R$ 15,76, +0,70%) segue underperform. Entre as mudanças, os analistas reduziram a recomendação para a Cielo de outperform para marketperform, além de iniciarem cobertura para BTG Pactual (BPAC11, R$ 22,40, +0,45%) com recomendação underperform. Itaú, Smiles e IRB são as top picks do universo de cobertura para o setor do BB Investimentos. 

Além disso, ainda no setor, conforme aponta o jornal Valor Econômico, a Receita está apertando a fiscalização sobre bancos, após operações “fora da normalidade” na área de câmbio e em provisões de crédito feitas pelos bancos impactarem negativamente o recolhimento por estimativa do Imposto de Renda de Pessoa Jurídica (IRPJ) e de Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL). 

O aperto nos grandes contribuintes do setor financeiro, na visão do Fisco, já gerou impactos positivos no desempenho da tributação sobre o lucro nos últimos dois meses, aponta o jornal. Em setembro, por exemplo, o recolhimento de IRPJ e CSLL por estimativa mensal cresceu 10,7% ante igual período do ano passado (para R$ 7,3 bilhões), com o aumento sendo puxados pelas instituições financeiras, cuja expansão foi de 18,1% (para R$ 2,4 bilhões). O recolhimento das demais empresas cresceu a um ritmo menor – de 7,4% (para R$ 4,9 bilhões).

JBS (JBSS3, R$ 8,04, +3,74%)
A S&P rebaixou o rating de crédito de emissor na escala global atribuídos à JBS e à JBS USA de ‘B+’ para ‘B’, com a perspectiva se mantendo negativa em ambos os casos.

Segundo a agência de risco, “após a prisão do CEO da JBS e os riscos contínuos de notícias negativas, acreditamos agora que a empresa poderá enfrentar maiores dificuldades para refinanciar seus vencimentos de curto prazo até meados de 2018”.

A perspectiva negativa reflete a visão da S&P de continuidade nos riscos reputacionais, o que poderá colocar obstáculos ao refinanciamento das dívidas da empresa nos próximos meses e poderá enfraquecer sua flexibilidade financeira.

Aéreas

Na última terça-feira, passou na comissão de infra do Senado e entrou na pauta do Senado desta quarta a proposta da unificação do ICMS de querosene de aviação. “Essa é uma discussão que vem se estendendo há meses e que sem dúvida é muito positiva para o setor”, apontam os analistas do BTG Pactual. No caso da Gol (GOLL4, R$ 15,15, -0,72%), por exemplo, haverá economia de R$ 150 a R$ 200 milhões caso a proposta passe. Assim, assumindo um múltiplo de 8 vezes, pode representar mais de 20% do valor de mercado da companhia. 

“Nosso cenário-base é que ela não passa hoje (necessário um quórum qualificado de dois terços da casa, de 54 votos). Reiteramos visão positiva no setor, mas não incorporamos isso nos números das companhias, podendo trazer um upside relevante para todas elas caso seja aprovado”, avaliam. 

São Martinho (SMTO3, R$ 18,41, -0,38%)
A São Martinho teve sua perspectiva de rating elevada pela Standard & Poor´s para “BB+ Positivo”. De acordo com a agência de risco, a melhora do outlook reflete a expectativa de geração de caixa crescente nas próximas safras e desalavancagem financeira, abrindo a possibilidade para um  upgrade no rating em escala global da Companhia em até 24 meses.

O rating corporativo em escala nacional ‘brAAA’ com outlook estável permanece inalterado – nível máximo existente na escala de avaliação da agência.

PDG Realty (PDGR3, R$ 2,29, +0,88%)

Os credores da PDG discutem plano de recuperação judicial em assembleia em 22 de novembro, às 14h. Eles vão apresentar, discutir e votar o plano, segundo comunicado ao mercado. Se não houver quórum, assembleia será realizada, em segunda convocação, em 30 de novembro, também às 14h.

Duratex (DTEX3, R$ 10,10, +0,30%)
A Duratex informa que assinou o contrato para conclusão da compra da Ceusa, uma das principais produtoras de revestimentos cerâmicos do País. A empresa foi adquirida por R$ 280 milhões (100% das ações). A operação foi aprovada, sem restrições, pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). A operação foi anunciada no final de agosto.

Em nota, a empresa diz que o novo negócio permitirá a ampliação do portfólio da Duratex, que reúne as marcas Durafloor (pisos laminados e LVT), Deca (louças e metais sanitários), Hydra (produtos para aquecimento de água e válvulas), Duratex (painéis de madeira e revestimentos de paredes e forros) e, agora, Ceusa (revestimentos cerâmicos).

“A chegada da Ceusa é estratégica para os negócios da Duratex”, afirma Antonio Joaquim de Oliveira, presidente da companhia, na nota. A empresa destaca que a Ceusa possui uma gestão profissionalizada, é pioneira em diversas tecnologias aplicadas à produção de revestimentos cerâmicos e possui capacidade de produção de 480 mil m2/mês e 330 colaboradores. “Com mais uma frente de atuação, partimos para um destaque cada vez mais expressivo no mercado, ampliando nosso portfólio e gerando mais oportunidades de negócios”, diz o presidente.

A Ceusa está localizada na cidade de Urussanga, Santa Catarina, e registrou receita líquida de R$ 162 milhões e Ebitda de R$ 31 milhões em 2016. Com a assinatura final do acordo, a empresa será incorporada aos resultados financeiros da Duratex.

 Banco Pan (BPAN4, R$ 1,95, +1,56%)

Segundo a coluna do Broad, do Estadão, os atuais acionistas da adquirente Stone, controlada pela Arpex Capital, devem levar a participação que o Banco Pan detém na empresa. O negócio pode ajudar a reforçar o capital da instituição financeira, que precisa de recursos para fazer frente às novas regras de capital, batizadas de Basileia III. A possível venda da fatia que o Pan detém na Stone foi anunciada ontem, dia 24, em comunicado ao mercado. Procurados pela coluna, Stone e Banco Pan não comentaram.

(Com Agência Estado e Bloomberg)