Os 5 assuntos que vão agitar os mercados nesta terça-feira

Confira os assuntos que agitarão os mercados nesta sessão

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Após uma segunda-feira de expressiva queda para o Ibovespa, que fechou em baixa de 1,28% e perdeu os 76 mil pontos de olho nos EUA e também atento à política, o mercado brasileiro deve seguir às movimentações do governo para conseguir uma vitória robusta na Câmara dos Deputados sobre a segunda denúncia. Além disso, hoje marca o primeiro dia da reunião do Copom. Confira os destaques desta segunda na bolsa:

  1. 1. Bolsas mundiais

    A sessão alterna entre leves e ganhos e perdas para as bolsas europeias, com o mercado de olho no andamento das questões políticas na Catalunha e também repercutindo os dados econômicos. O índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) composto da Zona do Euro, que mede a atividade nos setores industrial e de serviços, caiu de 56,7 para 55,9 na passagem de setembro para outubro, enquanto os analistas previam 56,4, fato que alimenta a expectativa pela manutenção dos estímulos monetários pelo BCE.

  2. As bolsas asiáticas fecharam sem direção única em meio ao encerramento do 19º Congresso do Partido Comunista da China e na esteira do desempenho negativo ontem dos mercados de Nova York, que vinham numa trajetória de recordes (veja mais no item 4). Em Tóquio, a bolsa japonesa subiu pelo 16º pregão consecutivo, estabelecendo nova marca histórica, ainda favorecido pela fácil vitória do governo do Japão na eleição parlamentar de domingo.

Às 8h (horário de Brasília), este era o desempenho dos principais índices:

*CAC-40 (França) +0,17%

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*FTSE (Reino Unido) -0,01%

*DAX (Alemanha) +0,15% 

*FTSE MIB +0,35%

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*Hang Seng (Hong Kong) -0,53% (fechado)

*Xangai (China) +0,22% (fechado)

*Nikkei (Japão) +0,50% (fechado)

*Petróleo WTI +0,10%, a US$ 51,95 o barril

*Petróleo brent +0,19%, a US$ 57,48 o barril

*Contratos futuros do minério de ferro negociados na bolsa chinesa de Dalian -0,22%, a 458 iuanes

2. Agenda econômica

No Brasil, o destaque fica para o primeiro dia da reunião do Copom (Comitê de Política Monetária), que se encerra na quarta-feira com perspectiva de corte de 75 pontos-base da Selic, de 8,25% para 7,5% ao ano.

Nos EUA, atenção para os PMIs industrial, de serviços e composto divulgados pela Markit às 11h45, além da sondagem industrial de Richmond ao meio-dia.

3. Votação da denúncia

A dois dias da votação da segunda denúncia na Câmara, o presidente Michel Temer reuniu líderes dos partidos da base aliada para projetar o placar da votação, prevista para esta quarta-feira (25). Partido a partido, foram contabilizados quantos votos favoráveis Temer deve ganhar no plenário da Casa. Os aliados do governo deixaram a reunião otimistas: o discurso é que a vitória – o arquivamento da denúncia contra o presidente e dois de seus ministros  – virá por uma margem parecida com a obtida na votação da primeira denúncia, em agosto.

“Nós deveremos ter entre 260 e 270 votos. Esse grupo que hoje esteve com o presidente fez uma reanálise com todos os partidos. Se a gente tiver uma votação expressiva, é lógico que vai refletir nas votações futuras, a reforma tributária, a reforma da Previdência e outras”, disse o vice-líder do governo na Câmara, Beto Mansur (PRB-SP). Em agosto, foram 263 votos favoráveis ao arquivamento da denúncia. O governo corre contra o tempo, tenta frear debandada e ampliar a margem de vitória na Câmara. Embora bem acima do apoio mínimo que Temer necessita (171), um resultado menor do que na análise da primeira denúncia seria um sinal ruim para os 14 meses que lhe restam de mandato, ainda mais para o cenário de reformas que ele pretende tocar após a denúncia. 

Ainda no cenário político, a revista Época divulgou na segunda-feira que a Polícia Federal apreendeu uma planilha na sede da JBS, em São Paulo, em que é registrada uma conta-corrente aberta especialmente para abastecer políticos e partidos. De acordo com a publicação, são 64 nomes nas movimentações financeiras detalhadas no documento, e entre elas está o nome “Temer”.

4. De olho nos EUA

Os Estados Unidos seguem sendo destaque e impactando o movimento das bolsas mundiais, como foi o caso do mercado brasileiro na véspera. A expectativa do avanço do plano fiscal de Donald Trump, com possível impacto na inflação dos EUA, gera impacto sobre os mercados emergentes em meio à expectativa de que os juros possam subir mais no país, tornando menos atrativo investir em emergentes.

Além disso, o mercado fica de olho no nome para o Federal Reserve que, muito em breve,  deve ser anunciado pelo presidente americano. As escolhas de Trump aparentemente estão entre Jerome Powell, diretor do Fed (considerado mais brando, diminuindo expectativa de tantas altas de juros), e John Taylor, economista da Universidade de Stanford (considerado mais atento aos sinais de inflação, podendo elevar os juros mais rapidamente). 

5. Noticiário corporativo

Abrindo a temporada de resultados do terceiro trimestre de 2017 da Fibria, antes da abertura dos mercados; já a Lojas Renner revela seus números após o fechamento.

Além da temporada de balanços, a Oi confirmou o adiamento de assembleia de credores para 10 de novembro; pessoas físicas titulares de notes não aceitaram proposta. De acordo com a Bloomberg, a JBS está perto de vender a Five Rivers, dos EUA, enquanto a Helbor divulgou prévia operacional, com alta de 45% das vendas contratadas no terceiro trimestre, somando R$ 212 milhões, ao passo que a Ser teve alta de 25,9% na captação de alunos de graduação. Entre as recomendações, a Via Varejo foi elevada a ’overweight’ pelo JPMorgan, a Smiles foi iniciada com recomendação outperform pelo Bradesco BBI, enquanto Multiplus com neutra. 

(Com Bloomberg, Agência Brasil e Agência Estado)

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.