Fibria tem perda estratégica com Eldorado, governo tenta evitar controle estrangeiro na Eletrobras, e mais 4 notícias

Confira as principais notícias do radar corporativo nesta segunda-feira

Marcos Mortari

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SÃO PAULO – O novo teste nuclear do regime norte-coreano atraiu as atenções dos investidores e influencia nos primeiros movimentos do mercado brasileiro em dia de Wall Street fechado por conta de feriado. Do lado das empresas, notícias importantes podem mexer com os preços das ações em um pregão que pode ser de maior volatilidade, em meio à liquidez mais reduzida.

Confira as principais notícias do radar corporativo:

Eldorado

Após semanas de boatos sobre quem iria adquirir a Eldorado Celulose, a J&F, dos empresários Joesley e Welsey Batista, anunciou, no sábado, a venda da empresa para o grupo holandês Paper Excellence por R$ 15 bilhões. Segundo comunicado, o contrato de compra e venda foi assinado hoje e estabelece a transferência de até 100% das ações, com previsão de finalização da operação em até 12 meses. A Eldorado produz cerca de 1,7 milhão de toneladas de celulose de eucalipto por ano. De acordo com a Paper Excellence, a aquisição é importante porque inclui no seu portfolio ativos de produção de celulose de eucalipto.

Na avaliação do Bradesco BBI, a compra pela Paper Excellence representa uma perda estratégica para a Fibria (FIBR3). Em relatório enviado a clientes, o analista Thiago Lofiego diz que foi um desdobramento negativo para a Fibria, já que a companhia era compradora natural, tendo em vista as sinergias consideráveis entre as empresas. No entanto, o desfecho também mostra que a Fibria não entrou em uma guerra pela Eldorado, o que mostra disciplina na gestão do capital e foco na criação de valor para o acionista. As ações FIBR3 continuam com recomendação neutra, mas o preço-alvo foi elevado de R$ 41 para R$ 43,  já que anteriormente banco considerava um beta mais elevado ao cálculo de WACC, considerando os riscos  entrar em uma guerra que não se materializou.

Para o Itaú BBA, a Fibria manteve sua promessa de ser racional e não pagar valor exagerado pela Eldorado. No entanto, os analistas Marcos Assumpção, Daniel Sasson e Carlos Eduardo Schmidt esperam uma reação negativa para a ação FIBR3, uma vez que o acordo traz um concorrente novo e financeiramente forte. Uma resposta defensiva dos produtores locais Fibria e Suzano seria a de unir forças e extrair sinergias para se tornarem ainda mais competitivas contra o novo concorrente no Brasil, observaram em relatório enviado a clientes.

Petrobras (PETR3; PETR4)
A estatal está trabalhando para iniciar o processo de venda de sua participação na Braskem ainda neste ano. Segundo fontes ouvidas pelo jornal Valor Econômico, a Odebrecht e a petrolífera, que são co-controladoras da petroquímica, têm avançado nas conversas acerca de um novo acordo de acionistas, importante para que a operação avance.  Ainda segundo o veículo, uma das alternativas em estudo é a possibilidade de o novo acordo ser formalizado em duas etapas — o que agradaria à empreiteira.

Ainda no noticiário da estatal, destaque para a notícia de que a companhia e o Banco de Desenvolvimento da China assinaram um memorando de entendimento que inclui a exploração “de oportunidades no mercado financeiro chinês, e discutir implementar novas opções de financiamento que inclui uma nova linha de US$ 5 bilhões com latro em explorações de petróleo para a China”.

Magazine Luiza (MGLU3)
Em entrevista ao InfoMoney, o departamento de RI da Magazine Luiza disse que tem como meta ver as ações da varejista ingressar no Ibovespa. Nesta segunda-feira, os acionistas deverão aprovar o desdobramento de 1 para 8 papéis, o que deve ajudar a aumentar sua liquidez em bolsa. De setembro de 2015 pra cá, a empresa já ganhou 3.837% de valor de mercado (leia a entrevista completa clicando aqui).

Eletrobras (ELET3; ELET6)
O ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho, reafirmou que a intenção do governo ao privatizar a companhia é pulverizar as ações. Para evitar que a estatal fique concentrada nas mãos de grupos estrangeiros, o governo estuda criar uma cota para a aquisição de parte da empresa. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo. “Estamos pensando em limitar com um porcentual de participação máxima”, disse o ministro.

CSN (CSNA3)
Debenturistas da quinta emissão aprovaram o não vencimento antecipado e a prorrogação do prazo para divulgação do resultado de 2016, que “deverá ocorrer impreterivelmente até 31 de outubro de 2017”, diz a CSN em comunicado ao mercado. Waiver condicionado ao pagamento de prêmio de 0,10% sobre o valor nominal unitário das debêntures acrescido da respectiva remuneração.

Prumo (PRML3)
A empresa recebeu uma carta da Shell recusando o cumprimento de suas obrigações contratuais, incluindo o pagamento de faturas devidas por faturas devidas por serviços prestados. No entendimento da Prumo, a companhia viola as obrigações de “take-or-pay” estabelecidas no serviço de transbordo de petróleo assinadas em 3 de junho de 2015.

Light (LIGT3)
A companhia elétrica planeja emitir R$ 400 milhões em debêntures.

Alliar (AALR3)
O executivo Fernando Henrique Pereira renunciou ao cargo de CFO (Chief Financial Officer) da companhia.

Marcos Mortari

Responsável pela cobertura de política do InfoMoney, coordena o levantamento Barômetro do Poder, apresenta o programa Conexão Brasília e o podcast Frequência Política.