Como fica o mercado se a guerra na Coreia eclodir – e quais ações devem ser mais impactadas

Os últimos dias foram de maior alívio com recuo de Kim Jong-un, mas tensão segue no radar dos investidores; XP Connection comenta o cenário  

Lara Rizério

Publicidade

SÃO PAULO –  Os últimos dias foram de maior tranquilidade para o mercado em meio ao recuo do ditador norte-coreano Kim Jong-un às ameaças de atacar o território dos EUA. Contudo, os investidores seguem monitorando de perto essa grande fonte de tensão para as bolsas e câmbio pelo mundo todo. 

O XP Connection desta quarta-feira (16) destacou quais motivos geraram a crise com a Coreia do Norte, quais as reais possibilidades de um conflito e o que realmente determinaria um eventual início. Segundo o economista da XP Investimentos, Gustavo Cruz, os investidores devem ficar de olho especialmente na China, que é grande destino das exportações norte-coreanas e que ajudou a diminuir as tensões geopolíticas ao cumprir as sanções impostas pela ONU.  Na última segunda-feira, o gigante asiático anunciou a suspensão das importações de ferro, chumbo, minérios dos dois metais e produtos marítimos procedentes da Coreia do Norte, levando a um abrandamento do tom de Kim Jong-Un. 

Os conflitos parecem ser dirimidos mas, caso as tensões voltem a aumentar, a aversão ao risco dos mercados pode levar a uma saída de investimentos de portfólios mais arriscados para os mais seguros, levando à valorização do dólar e retirada de capital de países que sofrem com problemas fiscais (caso do Brasil). Caso a tensão aumente e o dólar se valorize, o câmbio poderia bater na inflação brasileira, levando a uma possível redução no ciclo de cortes da Selic pelo Banco Central e afetando setores que se beneficiam com a queda da taxa básica de juro, como imobiliárias e de infraestrutura. Por outro lado, a valorização do dólar pode beneficiar ações de exportadoras, caso de papel e celulose. E, sobre o setor, o analista da XP Investimentos, Marco Saravalle, comenta as últimas notícias, inclusive sobre a volta das conversas sobre uma eventual fusão de Fibria (FIBR3, R$ 38,25, +5,20%) e Suzano (SUZB5, R$ 17,06, +4,47%). Segundo Saravalle, essa fusão pode acontecer e seria positiva para ambas as empresas, mas o anúncio não está à vista no curto prazo e ainda está no radar das especulações. Além disso, uma possível consolidação depende de um passo anterior: a venda da Eldorado pela J&F. Confira no vídeo acima. 

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.