Os 5 eventos que vão agitar os mercados na semana

Confira no que ficar de olho nesta segunda e na semana antes de operar na B3

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Em um dia misto para os principais mercados mundiais, o Brasil fica de olho na retomada da agenda de reformas e no anúncio de medidas de simplificação tributária. Além disso, a temporada de resultados ganha forças, com 100 resultados a serem divulgados nesta semana. Confira os destaques desta segunda e da semana:

1. Bolsas mundiais

A sessão é de queda para as bolsas europeias e de alta para as ações asiáticas, com o mercado de olho na queda do petróleo e também à reação da Coreia do Norte após o Conselho de Segurança da ONU impor sanções ao país. Pyongyang  ameaçou neste domingo responder com “um mar de fogo” às ações militares ou às sanções contra eles.

Na agenda dos EUA, que divulga inflação na semana, dirigentes do Fed Bullard e Kashkari falam nesta segunda. O dólar sobe contra maioria das principais moedas no exterior, enquanto os metais se valorizam e ajudam a sustentar ações de mineradoras na Europa.  Na China,  os mercados acionários subiram após perdas no início da sessão, com os investidores apostando que novos dados continuarão mostrando forte crescimento econômico.

Às 8h21, este era o desempenho dos principais índices:

*CAC-40 (França) -0,03%

*FTSE (Reino Unido) +0,14%

*DAX (Alemanha) -0,42% 

*Hang Seng (Hong Kong) +0,46% (fechado)

*Xangai (China) (fechado) +0,54% (fechado)

*Nikkei (Japão) +0,52% (fechado)

*Petróleo WTI -1,07%, a US$ 49,05 o barril

*Petróleo brent -1,07%, a US$ 51,86 o barril

*Contratos futuros do minério de ferro negociados na bolsa chinesa de Dailian +2,92%, a 564 iuanes

 * Minério de ferro negociado em Qingdao 62% +2,76%, a US$ 76,17na a tonelada

2. Reformas no radar

O presidente Michel Temer fez uma reunião no domingo no Palácio do Planalto com os ministros Henrique Meirelles, Moreira Franco e Antonio Imbassahy e com os presidentes da Câmara e do Senado, Rodrigo Maia e Eunício Oliveira. O governo começou a montar estratégia para reorganizar a base aliada e retomar a agenda econômica. Segundo o jornal O Globo, ficou acertado que tentarão resolver logo a MP do Refis para retomar os trabalhos no Congresso; nesta quarta-feira, Maia, Eunício e Meirelles voltam a se encontrar para tentar chegar a um meio-termo
Passo seguinte será votar a reforma da Previdência ainda em setembro, diz O Globo, citando Rodrigo Maia.

O Valor Econômico diz que primeiro grande teste do governo após rejeição da denúncia contra Temer na Câmara será a MP da reoneração da folha de pagamentos, que perde a validade nesta quinta-feira. O projeto é um dos mais importantes para a área econômica fechar as contas deste ano e de 2018.  De acordo com informações do Poder 360, foi decidido que deixarão a MP caducar e o governo enviará um projeto de lei ao Congresso que regulamente essa reoneração. 

Destaque ainda para a entrevista de Temer ao jornal O Estado de S. Paulo, em que apontou que a reforma da Previdência  não será “tão abrangente como deveria”, afirmando que uma nova mudança deve ser necessária daqui a alguns anos. Assim, o presidente preferiu substituir o termo “reforma” por “atualização” para falar sobre o assunto. Ele ainda disse esperar igualar as regras dos servidores públicos aos da iniciativa privada, além da idade mínima. Mostrando otimismo, o presidente apontou acreditar que conseguirá tocar ao mesmo tempo no Congresso as reformas tributária e política e ainda fez a aposta em uma taxa básica de juros (Selic) de 7% ao ano no fim de 2017. 

Por fim, destaque para a notícia do Estadão de que o governo avalia deixar para setembro a decisão de mudar o rombo previsto para este ano, de até R$ 139 bilhões. Será a 10.ª vez que o Executivo piora a previsão para as contas públicas desde a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), em 2000, segundo levantamento do ‘Estadão/Broadcast’.

3. Agenda econômica da semana

Com uma agenda um pouco mais tranquila, o principal indicador da próxima semana será o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) de julho, na quarta-feira (9) às 9h (horário de Brasília). Após deflação de 0,23% em junho, o dado deve acelerar para 0,17%, segundo estimativas compiladas pela Bloomberg. Para o UBS, o aumento do imposto sobre gasolina e energia elétrica trarão pressão ao dado. Por outro lado, preços de alimentos e de bens e serviços devem ajudar a minimizar alta.

No exterior, atenção fica para os dados da China, principalmente a balança comercial indicadores de investimento estrangeiro e reservas. Nos Estados Unidos, na segunda-feira (7) e na sexta (11), diversos dirigentes do Federal Reserve irão discursar, fato que ganha importância após o relatório de emprego mais forte que o esperado, dando uma pequena luz para a possibilidade de novas altas de juros no país este ano. Vale ficar atento ainda à reunião da Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo), que ocorre na segunda e na terça-feira para discutir o cumprimento dos cortes no petróleo. Os preços da commodity tiveram uma forte recuperação nos últimos dias, mas especialistas seguem indefinidos sobre o futuro do barril.

 Já o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, e o secretário da Receita Federal, Jorge Rachid, devem apresentar nesta segunda um pacote com quatro medidas de simplificação tributária, segundo informou a Receita à Bloomberg. As medidas fazem parte da agenda microeconômica do governo para reduzir custos para as empresas e melhorar o ambiente de negócios do País. Segundo as informações, o anúncio será feito no Fórum de Simplificação e Integração Tributária, que acontece em Brasília a partir das 13h30.

4. Novas delações

Enquanto o governo tenta retomar a agenda de reformas, novas delações podem ajudar na investigação contra Temer, conforme destacou o procurador-geral da República Rodrigo Janot em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo. No final de semana, em entrevista ao Estadão, Temer afirmou que, sem Janot, a Lava Jato estaria no “rumo certo”. 

A PGR negocia  as delações do ex-deputado Eduardo Cunha e do operador financeiro Lúcio Funaro, ambos presos pela Lava Jato. Janot disse à Folha que não pode confirmar as tratativas, mas questionado sobre o que um político como o ex-presidente da Câmara tem de entregar para fechar um acordo, ele respondeu: “O cara está neste nível aqui [faz um sinal com uma mão parada no ar], ele tem que entregar gente do andar para cima [mostra um nível acima com a outra mão]. Não adianta ele virar para baixo, não me interessa”. O jornal também informa que a equipe de advogados de Temer estuda pedir a suspeição do procurador-geral da República para que ele não possa mais atuar em ações contra o presidente da República.

5. Noticiário corporativo

Na semana, destaque para a temporada de resultados corporativos do segundo trimestre, em especial a Petrobras, que apresenta seus números na quinta-feira (10) após o fechamento do mercado. Entre outros balanços estão ainda: BB Seguridade, M. Dias Branco, Gol, Gerdau, Oi, Ultrapar e Banco do Brasil. No total, serão cerca de 100 resultados em cinco dias.

Já nesta segunda, atenção para os números da Alpargatas, que  reportou lucro líquido de R$ 54,4 milhões no segundo trimestre de 2017, queda de 9,9% na comparação com o mesmo período do ano passado. No acumulado do primeiro semestre do ano, o lucro chegou a R$ 234,2 milhões, aumento de 36,7%. Já a BB Seguridade registrou lucro líquido de R$ 956,3 milhões no segundo trimestre deste ano, queda de 12% devido, principalmente, à retração nas receitas de investimento em participações societárias. Além dos balanços, o BTG Pactual aprovou a migração automática de BBTG11 para BPAC11 e BBTG12. Na Copasa,Edson Machado Monteiro renunciou ao cargo de diretor financeiro, Luiz Braz Lage foi eleito para cumprir mandato remanescente. Na Magnesita, 99,7% dos acionistas da RHI aprovaram fusão e, por fim, a Petro Rio reportou produção do campo de Polvo em julho de 7.537 barris por dia.

(Com Agência Estado, Bloomberg e Agência Brasil)

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.